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Cientistas brasileiros avançam na busca de medicamento para combater malária

Por Redação com Agência Brasil 08/07/2013 09h09
Foto: Web
São Paulo – Depois de dois anos de estudos, grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Biológico de São Paulo, já conseguiu percorrer metade do caminho no projeto que tem como objetivo descobrir um medicamento de cura da malária. De acordo com o instituto, os tratamentos disponíveis estão se tornando obsoletos porque o agente causador da doença aprendeu a “driblar” o efeito dos remédios existentes.

A busca da equipe de estudiosos concentra-se, agora, em atacar uma das proteínas que alimentam o parasita Plasmodium falciparum, o agente causador do tipo mais agressivo da doença.

O professor Rafael Victorio Carvalho Guido, coordenador do estudo, explicou que existem nove proteínas agindo em conjunto para o ciclo vital do parasita: uma delas, o enolase, é fundamental para a sobrevivência do Plasmodim falciparum.

“Se conseguirmos inibir a ação dessa enzima, responsável por levar energia ao parasita, poderemos levar o Plasmodium à morte”, disse o cientista. Ele reconheceu, contudo, que ainda existem muitas barreiras a serem vencidas até chegar à fase de ensaios clínicos e ao remédio de combate efetivo da malária.

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Passo importante nessa meta foi a definição inédita no mundo da estrutura tridimensional em alta resolução do enolase. A partir daí, os cientistas pesquisar uma molécula capaz de fazer a ligação com o conjunto de enzimas e neutralizar a ação do enolase na rota da glicose ou no processo de produção de energia para o parasita. .

“O nosso êxito nesse trabalho tem um forte apelo social”, disse o professor Rafael, lembrando que entre as principais vítimas – com risco de morte - estão crianças menores de 5 anos. De acordo com o IFSC, o relatório Derrotando a malária na Ásia, no Pacífico, nas Américas, Oriente Médio e Europa, produzido pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), em 2010, indicou que naquele ano foram registrados 34 milhões de casos da doença no Continente Africano.

Os avanços já obtidos pelos cientistas brasileiros no trabalho foram premiados na 36ª Reunião da Sociedade Brasileira de Química, ocorrida em maio deste ano. A equipe é formada pelos pesquisadores Fernando V. Maluf, Evandro J. Mulinari, Eduardo A. Santos, Glaucius Oliva, Celia R. S. Garcia e Rafael V. C. Guido.

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A malária caracteriza-se pela ocorrência de um quadro infeccioso cujos sintomas são febre aguda, dor de cabeça, dores pelo corpo, fraqueza e calafrios. Ela é transmitida pela fêmea do mosquito do gênero Anopheles e pode evoluir, rapidamente, para um estágio mais grave. Segundo o Ministério da Saúde, a doença é reconhecida como grave problema de saúde pública no mundo, atingindo quase metade da população em mais de 109 países. As estimativas de incidência são de 300 milhões de novos casos e 1 milhão de mortes por ano.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, embora o número de casos tenha caído entre 2010 e 2011, no país, a incidência ainda é grande. Passou de 334.709 para 267.049, tendo aumentado muito no Amapá, onde foram registrados 18.998 casos, em 2011 ante 15.388, em 2010.