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A maldição do filme Abismo do Medo

Por Ocioso 12/07/2013 22h10
Foto: Ocioso
Um grupo de amigas têm em comum o gosto por esporte radicais. Ao término de mais uma aventura, a única casada, Sarah, sofre um acidente de carro, onde seu marido e filha morrem. Um ano após o acidente, decidem reunir-se para outra aventura, ao mesmo tempo que uma reaproximação. Mas não esperavam terminar noutra caverna que não a planejada, diante de perigosas e desconhecidas criaturas.

Abismo do Medo é um daqueles filmes simples, onde tudo é trabalhado de forma bastante elaborada, não dando espaço para falhas e acontecimentos de gosto duvidoso. As ligações entre os personagens, o que os compõe, os detalhes ao longo da história, os diálogos, nada se perde dentro da realidade proposta. Todas ali têm muito mais a apresentar do que protagonizar uma cena para assustar.

As relações de afeto e amizade refletem por toda a caminhada do grupo, sintetizando através de uma das frases ditas por uma delas “trata-se de uma viagem de egos”. Cada uma delas parece representar algo nas relações humanas. Amizade, traição, silêncio para não destruir a vida de quem se gosta. E assim o filme prossegue num ritmo que se intensifica a cada ataque. Situações claustrofóbicas, ausência de luz, e a capacidade do ser humano em se confundir em meio ao desespero e do que são capazes de fazer para se salvar vão sendo apresentadas de forma não-rasa.

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O cuidado em como as criaturas são apresentadas é outro grande ponto, deixando de lado qualquer possibilidade de cair no estereótipo filme de criaturas assassinas. Nada de rugidos de leão, vozes graves e cavernosas ou atitudes que eles jamais poderiam ter, quando seguindo a lógica do que é apresentado. Muitas vezes, no desenrolar de um filme, talvez pela ausência de ideias, tudo que foi apresentado começa a ser descartado e, para o absurdo começar, basta esperar alguns minutos. Não é o que acontece em Abismo do Medo.

Remetendo a muitos filmes de décadas passadas, eles se utilizam da ideia de não expor a criatura ao máximo e, por todo o filme, utilizam-se do jogo de luz e sombra, além da câmera carregada por uma das garotas. Em cada uma dessas vezes uma nova faceta da criatura é apresentada, sem descartar o que já foi apresentado. Tudo acompanhado por uma trilha sonora que funciona, merecendo devido destaque a sua música tema.

O elenco esteve num centro de escalada em Derbyshire. Não foram usadas dublês nas cenas de rafting. O filme foi filmado em ordem cronológica, assim as atrizes conheceram as criaturas ao rodar a primeira cena do ataque, legitimando o susto.

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Existem dois finais diferentes de Abismo do Medo, um incluído em sua exibição na Inglaterra e outro em sua exibição nos Estados Unidos. O final inglês é mais longo e considerado pesado demais para o público americano. Mas não se preocupe, a versão lançada no Brasil tem o final inglês (E o americano também, seria como se o filme terminasse uns oito minutos antes. Não posso falar exatamente onde, senão seria um grande spoiler. Mas acredito que você identificará).

Abismo do Medo é um filme que fala sobre as relações de amizade à base de muito susto e situações tensas, chegando, às vezes, colocar em segundo plano o terror da situação, mostrando que existem situações muito piores, e que, necessariamente, não levam à morte.

Abismo do Medo 2 teve uma sequência, no mínimo, vergonhosa. Não falarei sobre, pois tal bomba merece um post especial, junto a outras “atrocidades”.
E qual o pensamento que tirei sobre?

Seja leal aos seus amigos. De verdade. Se não, afaste-se deles.