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Seminário coloca Arapiraca como referência em acessibilidade

Por Assessoria 20/07/2013 13h01
Foto: Assessoria
Referência de políticas públicas de acessibilidade. É isto o que a Arapiraca da prefeita Célia Rocha (PTB) quer se tornar para os próximos anos. “Não vamos permitir que nenhuma obra seja levantada sem as devidas normas de acessibilidade”, infere o secretário Municipal de Assistência Social e Juventude, Daniel Rocha, durante evento ocorrido no Planetário Municipal, na manhã desta quinta-feira (18).

Juntamente com a deputada federal Rosinha da Adefal (PTdoB), ele participou do I Seminário Estadual de Acessibilidade Para Todos, que teve como foco o deficiente no meio rural.

“Arapiraca hoje é referência para outras cidades circunvizinhas. Na verdade, não são apenas 220 mil habitantes que cá estão; são praticamente 600 mil pessoas, muitas delas do Agreste alagoano, que se utilizam dos nossos serviços, nossos hospitais e nosso comércio. Para tanto, temos que seguir as normas de acessibilidade”, comenta o secretário.

“Só no nosso município, há, de acordo com dados colhidos no ano de 2010 pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], pelo menos 58 mil pessoas com algum tipo de necessidade especial. E, dessas, existem cerca de 20 mil com grande deficiência motora, visual ou auditiva. Estamos em 2013 e este número deve ter aumentado e nisto o que o poder publico tem que trabalhar”, completa Daniel Rocha.

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Ele enfatizou ainda projetos paralelos à pasta, como o Arapiraca Acessível, que é da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Desenvolvimento Territorial, e o Esporte Sem Limites, da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL), onde, neste último, os participantes têm aulas de Educação Física com natação, atletismo, bocha e vôlei sentado, no Ginásio Municipal João Paulo II.

Presentes à solenidade, além do secretário de Assistência Social e a deputada federal por Alagoas, Rosinha da Adefal, também estavam Adriano Targino, presidente da Associação dos Deficientes Físicos e Mentais de Arapiraca (Adfima); Valter Omena, promotor de Justiça e vice-presidente do Ministério Público Estadual (MPE) em Arapiraca; Roberto Freire, presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência; Vanda Lustosa, desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT); e as palestrantes Flávia Ester Anau, da Entidade Piña Palmera, do México, e Indaiá Brandão, da Fundação Caminho, de Alagoinhas-BA.

Antes do começo dos trabalhos, o cantor e violinista Nelsinho Silveira e o acordeonista Márcio Vieira encantaram o público com execuções dos hinos Nacional e da cidade de Arapiraca. Durante o evento, intérpretes de libras fizeram todo o aparato para que os deficientes auditivos presentes entendessem.

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Tomando a palavra, Rosinha da Adefal comentou que “resolvemos fazer esse encontro estadual aqui por conta do desenvolvimento de Arapiraca, que é um município que tem ampla zona rural. E o tema do seminário é justamente tratando disto neste meio: ‘Vida Independente e Inclusão na Comunidade’. Temos que nos aproximar destas pessoas menos assistidas para, de forma efetiva, promovermos a igualdade, mostrando ao deficiente que ele é capaz de realizar atividades como qualquer outra pessoa. Acessibilidade é um direito fundamental, bem como cultura, lazer, saúde e educação – mais que os outros, talvez, porque para ter todos esses direitos é-se necessário o acesso a eles”.

Por sua vez, Roberto Freire elogiou o Comitê da Acessibilidade, criado pela atual gestão da prefeita Célia Rocha. Já Vanda Lustosa colcou que os deficientes devem procurar a superação e não ter vergonha de serem diferentes.

“Tenho prazer em defender os direitos fundamentais do ser humano. Como promotor, tenho ciência da responsabilidade e das atribuições para garantir proteção às pessoas com necessidades especiais, sejam elas idosas ou com deficiência, e o MPE estará sempre com o compromisso e com a disposição de trabalhar junto à Prefeitura de Arapiraca para tornar a cidade o mais acessível possível, mostrando ao Brasil que todos têm o direito de ir e vir”, comenta Valter Omena.

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O assistente social Cristiano Miguel relatou que, no início, sua família achava que sua cegueira era doença. “Depois que uma professora também cega conversou com minha mãe, meus pais entenderam a minha condição e me deixaram estudar. Hoje sou formado, porque tive acesso ao conhecimento. Mas as pessoas do meu rural têm bastante dificuldade nesse quesito”, diz ele, sugerindo uma escola de braile na zona mais afastada da cidade.

Já o aprendiz de auxiliar de logística Antônio Marcos dos Santos, de 33 anos, que mora no bairro do Baixão, espera que todas as calçadas do município fiquem no padrão para os cadeirantes como ele. “É imprescindível este seminário para tratar disso. E o mais interessante é que, num auditório lotado com 300 pessoas, muitas delas não tem sequer nenhuma necessidade especial. É sinal que o povo arapiraquense se importa realmente com os deficientes”, coloca.

Palestras

As duas palestrantes convidadas contaram sobre o êxito de suas investidas em diferentes locais. Indaiá Brandão, da Fundação Caminho, do interior da Bahia, falou da necessidade da prevenção, promoção e reabilitação dos deficientes. São estes basicamente os princípios inseridos no programa de Reabilitação com Base na Comunidade (RBC), apresentado pela brasileira naturalizada mexicana Flávia Ester Anau.

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Tendo como pilares a saúde, a educação, o sustento, o social e o empoderamento, os dispositivos de assistência funcionam influindo nos portadores de necessidades especiais os valores do trabalho próprio e remunerado, do fazer cultural e artístico, do relacionamento e família, da mobilização comunitária e do não privilégio. “O deficiente tem que ter êxito com seus esforços, senão de nada vale esse trabalho social”, conta ela, após experiência na Piña Palmera, no México.

Várias entidades estavam presentes e puderam ver um vídeo mostrando as ações feitas naquele país. “A nossa intenção também é manter esta rede de troca de conhecimentos”, pontua o secretário Daniel Rocha.

Ao final, houve almoço para todos, ao som do grupo de chorinho da Associação dos Aposentados, Idosos e Pensionistas de Arapiraca. Para quem participou do evento, foi concedido um certificado de 4 horas-aula.