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CPI da Câmara vai convocar executivos da Siemens

Por Estadão 16/08/2013 07h07
Foto: Web
A CPI dos Transportes na Câmara Municipal de São Paulo vai votar na próxima quinta-feira requerimento para convocar, na condição de testemunhas, executivos da Siemens e da Alston. Eles terão de dar respostas aos parlamentares sobre as investigações de suposto cartel formado para fraudar licitações do Metrô durante os governos dos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.

O requerimento para a convocação foi apresentado hoje pelo vereador Milton Leite (DEM), líder de perueiros na zona sul e da base governista do prefeito Fernando Haddad (PT). Leite já teve a garantia dos colegas de que a convocação será votada na próxima quinta-feira, dia 22. A relatora da CPI, Edir Sales (PSD), também garantiu que a convocação será feita. "Esse pessoas dessas empresas têm muito o quê explicar para a gente", afirmou a vereadora, aliada do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

O requerimento precisa de 4 votos dos 7 da CPI. Além de Leite e Sales, os vereadores Adilson Amadeu (PTB), Nelo Rodolfo (PMDB) e Roberto Trípoli (PV) devem votar favoráveis à convocação. O presidente da CPI, Paulo Fiorilo (PT), afirmou que iria "analisar" o requerimento antes de decidir seu voto.

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Leite afirmou que os executivos terão de comparecer pessoalmente na CPI. "A CPI tem poder de Justiça. Nós temos autoridade e vamos intimá-los e, caso não queiram vir na condição de presidentes, nós vamos convocá-los na condição de testemunha, e terão que vir de qualquer maneira", argumentou o vereador.

Hoje, durante mais de sete horas, vereadores da base do governo do PT interrogaram diretores do Metrô e da EMTU em mais uma sessão da CPI. Único opositor do governo Haddad na comissão, Eduardo Tuma (PSDB) acusou a base do prefeito de desviar o foco das investigações e politizar o debate. "O foco nosso eram as planilhas do transporte público municipal e os custos da tarifa de ônibus. E o que se vê é apenas a base do prefeito tentando politizar as denúncias do Metrô", criticou o tucano.

Encurralado pelos vereadores governistas sobre as denúncias de cartel, José Carlos Baptista do Nascimento, gerente do Metrô, tentou argumentar que o suposto superfaturamento das licitações não causou impacto no preço da passagem, pois é relativo a contratos de investimentos. O que influenciaria no cálculo da tarifa, segundo o diretor, é o custo dos contratos de manutenção.

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"No caso do Metrô, todo o investimento é de responsabilidade do governo de São Paulo. Não é pago pela tarifa nem o investimento, nem a renovação", disse. Mas o vereador Leite não aceitou as explicações e rebateu que "a tarifa está contaminada porque as empresas dos contratos de investimento também atuam na manutenção."

"Quem fabrica e detém a tecnologia desses equipamentos são as empresas que fabricam os trens e foram denunciados pelo cartel", disparou o vereador.

O gerente do Metrô informou ainda que o preço da tarifa do Metrô seria hoje de R$ 1,75 caso não existissem as 18 milhões de viagens gratuitas todos os meses (de idosos, deficientes, estudantes, etc). Nascimento detalhou que o custo de operação da empresa é coberto em 90% pela arrecadação das tarifas e outras rendas do serviço, como vendas de publicidade.

Os outros 10%, segundo Nascimento, são bancados por um "colchão" de recursos montado pelas vendas antecipadas das passagens do bilhete único.

A sessão da CPI marcada por acusações ao Metrô ocorreu um dia após manifestantes invadirem o prédio da Câmara e acusarem os integrantes da comissão de chapa-branca. Os mascarados só deixaram o Palácio Anchieta após três horas e diante do compromisso do presidente José Américo (PT) de que eles terão acessos a todos os documentos da CPI em audiência na próxima quinta-feira.