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“Amor à Vida” e toda a polêmica da “gordofobia”
Perséfone (Fabiana Karla) ganhou destaque nessa nova fase de “Amor à Vida”, mas continua sendo vítima da galerinha da novela panfletária.
Durante mais de cem capítulos, Perséfone foi constantemente humilhada pelos outros personagens por ser gorda e virgem (cá entre nós, mais pela virgindade que pelo excesso de tecido adiposo). Já nesse começo de novela grupos de pessoas acima do peso começaram a demonstrar insatisfação com a trama de Walcyr Carrasco, e exigiram uma mudança de personalidade para os personagens. Segundo elas, a virgindade da Pê estava relacionada à gordura (o que é uma inverdade, qualquer um que assiste à trama percebe que ela é virgem porque é chata mesmo).
Com o avanço de tempo, Walcyr Carrasco mudou o destino da personagem e arranjou um namorado bonitão para ela (será que foi pela pressão?), mas agora novos problemas surgiram. A família de Daniel (Rodrigo Andrade), por exemplo, será contra o filho namorar uma gorda (engraçado que eles são pais de uma garota autista e deveriam ter uma sensibilidade maior por a filha sofrer preconceito).
Como se a situação toda da novela já não fosse absurda, uma matéria publicada na Caras trouxe à tona uma declaração (bem infeliz) dada por Walcyr Carrasco em seu blog: “Acredito que atualmente gordos são mais discriminados que os negros”. Só para lembrar, a novela dele traz alguns personagens gordos mas nenhum personagem negro.
persefone
Pior que o autor e seus entrechos vergonhosos são os grupos que se manifestam contra à novela. Li toda a matéria da Caras sobre o assunto e vi a posição de várias blogueiras que representam as mulheres mais cheinhas, todas exigindo uma mudança de personalidade para Perséfone só porque do jeito que ela está desagradou esses grupos. Segundo eles, Perséfone apenas alimenta o preconceito e não representa ninguém. Agora me respondam sinceramente, a Pê PRECISA representar alguém?
Estamos falando de uma novela, uma obra de ficção sem qualquer necessidade de ser condizente com a realidade. Exigir que a Perséfone seja uma mulher guerreira é o mesmo que exigir a proibição de vilões negros ou gays porque isso reforça o preconceito, como se gordos, negros ou homossexuais fossem todos exemplos de indivíduos, de índole inquestionável só por causa de um excesso de peso ou de melanina na pele.
A Perséfone representa as mulheres acima do peso? Não! Assim como o Félix (Mateus Solano) não representa os gays e a Paloma (Paolla Oliveira) não representa a categoria das pediatras pedantes e songamongas. Walcyr Carrasco tem a obrigação de ser verossímil em sua história e abordar tramas de maneira realista (ao contrário do que feito pela Nicole…), mas nada o obriga a fazer que essas minorias sejam todos exemplos de bom-mocismo digno de ganhar um “BBB”.
Durante mais de cem capítulos, Perséfone foi constantemente humilhada pelos outros personagens por ser gorda e virgem (cá entre nós, mais pela virgindade que pelo excesso de tecido adiposo). Já nesse começo de novela grupos de pessoas acima do peso começaram a demonstrar insatisfação com a trama de Walcyr Carrasco, e exigiram uma mudança de personalidade para os personagens. Segundo elas, a virgindade da Pê estava relacionada à gordura (o que é uma inverdade, qualquer um que assiste à trama percebe que ela é virgem porque é chata mesmo).
Com o avanço de tempo, Walcyr Carrasco mudou o destino da personagem e arranjou um namorado bonitão para ela (será que foi pela pressão?), mas agora novos problemas surgiram. A família de Daniel (Rodrigo Andrade), por exemplo, será contra o filho namorar uma gorda (engraçado que eles são pais de uma garota autista e deveriam ter uma sensibilidade maior por a filha sofrer preconceito).
Como se a situação toda da novela já não fosse absurda, uma matéria publicada na Caras trouxe à tona uma declaração (bem infeliz) dada por Walcyr Carrasco em seu blog: “Acredito que atualmente gordos são mais discriminados que os negros”. Só para lembrar, a novela dele traz alguns personagens gordos mas nenhum personagem negro.
persefone
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Estamos falando de uma novela, uma obra de ficção sem qualquer necessidade de ser condizente com a realidade. Exigir que a Perséfone seja uma mulher guerreira é o mesmo que exigir a proibição de vilões negros ou gays porque isso reforça o preconceito, como se gordos, negros ou homossexuais fossem todos exemplos de indivíduos, de índole inquestionável só por causa de um excesso de peso ou de melanina na pele.
A Perséfone representa as mulheres acima do peso? Não! Assim como o Félix (Mateus Solano) não representa os gays e a Paloma (Paolla Oliveira) não representa a categoria das pediatras pedantes e songamongas. Walcyr Carrasco tem a obrigação de ser verossímil em sua história e abordar tramas de maneira realista (ao contrário do que feito pela Nicole…), mas nada o obriga a fazer que essas minorias sejam todos exemplos de bom-mocismo digno de ganhar um “BBB”.
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