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Gasto com estudantes que faltaram no Enem é R$ 58 milhões

Por Agência Brasil 29/10/2013 08h08
Foto: Web
Dos cerca de 7,1 milhões de candidatos que se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013, 5,05 milhões fizeram a prova nesse final de semana. O gasto com os cerca de 2 milhões que não compareceram à prova é aproximadamente R$ 58 milhões. O número corresponde a 58% do custo de R$ 49,86 por candidato. A porcentagem é estimada pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Claudio Costa.

Costa explica que custos com a correção da redação ou com o transporte são mantidos independentemente do número de candidatos que fazem o exame. Há desperdício com a impressão das provas e a contratação de pessoas para trabalhar no Enem. A taxa de abstenção tem se mantido ao longo dos últimos anos. No ano passado, o percentual dos alunos que não fizeram a prova foi 27,9% – dos 5,6 milhões inscritos, 4,17 milhões compareceram. No entanto, com o aumento do número de candidatos a cada ano, o número total de faltosos também aumenta, levando a mais gastos.

"Isso representa um custo para o país e estamos trabalhando para reduzi-lo", diz. Costa explica que possíveis medidas punitivas aos candidatos que não comparecerem à prova esbarram na lei. Se o candidato for de baixa renda não é possível cobrar a taxa de inscrição. No caso, do Enem, egressos do ensino médio em escola pública também não pagam. "Se o estudante não comparece a um exame e está dentro desse perfil, eu não posso cobrar dele a taxa no exame seguinte. Está na nossa pauta, estamos analisando para ter uma medida estruturante, mas essa medida exige alterações legais".

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Independente do número de pessoas que não compareceu ao local de prova, o que é arrecadado com o exame não é o suficiente para pagá-lo. Neste ano, mais de 65% foram isentos da taxa de R$ 35. O ministro Aloizio Mercadante disse em diversas ocasiões que, ainda assim, o Enem é mais barato que vestibulares convencionais. Além disso, ele estima, que o exame leve a uma economia de R$ 5 milhões por instituição que adere ao Enem como forma de seleção.

Para Costa, o Enem consolidou-se no país como um exame de acesso ao ensino superior e políticas públicas, como intercâmbio acadêmico pelo Ciência sem Fronteiras, financiamento estudantil e acesso ao ensino técnico. "O Brasil decidiu que o Enem é importante. Vemos isso pelo número de inscrições maior a cada ano", diz. No ano passado e neste ano, não houve vazamentos de questões ou de gabaritos. Com mais segurança, o Inep volta-se para outras questões. "Temos que ter mais diálogo com o ensino médio, mais discussões pedagógicas, isso tem que ser feito para o Brasil caminhar cada vez mais".

O gabarito do Enem será publicado até o dia 30 no site do Inep. O resultado final deverá ser divulgado na primeira semana de janeiro. Somente no ano que vem, as escolas de ensino médio receberão os resultados do desempenho dos alunos. Segundo o presidente, até dezembro deste ano, os centros de ensino receberão os resultados de 2012.

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"Isso é fundamental e faz parte do diálogo com as escolas. Elas vão ter todo o mapa dos estudantes em cada uma das áreas de conhecimento e na redação. Com o mapa, a escola vai ver as potencialidades e planejar uma intervenção pedagógica para melhorar o terceiro ano e fazer uma reflexão do ensino médio", diz Costa.