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PM que deu carteirada em blitz da Lei Seca em Vitória é afastado

Por UOL 31/10/2013 07h07
Tenente-coroel da PM-ES foi afastado do cargo - Foto: Internet/UOL
O tenente-coronel José Dirceu Pereira, da Polícia Militar do Espírito Santo, flagrado ao ser parado em uma blitz da Lei Seca e suspeito de usar sua patente para fugir da fiscalização, em Vitória, foi afastado na manhã desta quarta-feira (30) de suas funções na assessoria jurídica do comando-geral da corporação.

O afastamento foi feito por determinação do próprio comandante-geral, o coronel Edmilson dos Santos, informou a assessoria da PM.

Pereira e outros policiais envolvidos no episódio. ocorrido no último dia 13, são alvo de IPM (Inquérito Policial Militar) conduzido pela Corregedoria da corporação.

De acordo com a PM, a investigação foi iniciada na semana passada, a pedido do comandante-geral.

Na última terça-feira (29), o corregedor-geral da PM capixaba, coronel Marcos Celante, disse em coletiva de imprensa que o Ministério Público do Espírito Santo havia solicitado o afastamento de alguns policiais envolvidos no caso, mas que ele preferia avançar mais nas investigações antes de tomar alguma atitude.

O caso ganhou o noticiário nacional horas depois e, nesta quarta, o afastamento do tenente-coronel foi anunciado.

Segundo a assessoria da PM, Pereira, que aparece em vídeo sem cinto de segurança e com o braço para fora da janela perguntando para o policial que o aborda se o PM sabe que ele é coronel da polícia, ficará afastado enquanto o IPM estiver em andamento.

Nenhuma outra função foi designada para o oficial até o momento.

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O corregedor-geral afirmou que a investigação deve durar 40 dias, prorrogáveis por mais 20. A reportagem solicitou entrevistas com o comandante e com o corregedor da corporação, mas não obteve resposta até as 15h30 desta quarta.

Na abordagem ao tenente-coronel, um PM pediu ao oficial que apresentasse a carteira de habilitação de motorista e os documentos do carro.

Ao ser informado sobre a patente do coronel, o policial afirmou: "Eu não conheço o senhor. Quero a identificação do senhor."

O motorista, no entanto, mostrou a carteira de oficial da PM e deixou o local sem mostrar os papeis exigidos. O episódio foi narrado no relatório da blitz.

Sem permissão

O documento foi assinado pelo 2º tenente da PM Osvaldo Savergnini do Carmo. Segundo o relato, o tenente-coronel Dirceu declarou que os policiais queriam "sacaneá-lo", pediu sua carteira funcional de volta e deixou o local sem que lhe fosse dada a permissão, antes de passar pelo teste do bafômetro.

Além das imagens e do relatório, o episódio gerou três telefonemas para o Ciodes (Centro Integrado Operacional de Defesa Social). As ligações foram gravadas e reproduzidas em reportagem do jornal "A Gazeta", do Espírito Santo.

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Em uma delas, um dos PMs que participava da blitz pede instruções de como proceder ao oficial de plantão. Após explicar o que sucedera, ele é orientado a aconselhar-se com o comando do Batalhão de Trânsito.

Em outra gravação, feita minutos depois da primeira, outro PM pede à atendente do Ciodes que registre uma ocorrência. Ele narra o episódio sem mencionar o fato de que o tenente-coronel apresentou sua identificação policial.

Na terceira ligação, este mesmo PM pede para outra atendente que cancele a ocorrência que acabara de registrar e explica que recebera ordem do major Cleber Bongestad, subcomandante do Batalhão de Trânsito.

Em sua defesa, o tenente-coronel Dirceu alegou que sofreu uma abordagem indevida, já que, para ele, apenas um oficial de patente igual ou superior à sua poderia ordenar-lhe a exibição dos papéis. Ele move processo contra o sargento que o abordou na blitz.

Veja o vídeo com a reportagem completa sobre o caso: