/75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_TOPO |

Morre em Arapiraca o radialista e cantor Zé do Rojão

23/11/2013 12h12
Foto: TNH1/cortesia
O radialista e cantor Zé do Rojão, de 75 anos, morreu na manhã deste sábado (23) em Arapiraca vitima de insuficiência respiratória. Ele estava internado há mais de 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Arapiraca.

Nascido em 27/02/1938, na cidade de Taquarana, foi batizado com o nome de José Cícero dos Santos, mas é conhecido popularmente através de seu nome artístico: Zé do Rojão.

Deixou sua marca registrada ao longo de mais de 50 anos de vida dedicada à produção artística, por meio do rádio e diversos outros seguimentos da cultura regional.

Em 2012, Zé do Rojão recebeu da Câmara Legislativa Municipal o título de “Cidadão de Arapiraca”, através de um decreto de autoria do ex-vereador João dos Santos.

O velório do radialista ocorrerá em sua residência na Rua Manoel Bernadino, 211, Bairro Eldorado.

Confira abaixo a biografia de Zé do Rojão

Zé do Rojão, o pioneiro da Rádio Novo Nordeste AM , estreou O Rojão do Nordeste, primeiro programa da emissora que foi ao ar em 21 de agosto de 1976, ás 5 horas da manhã. Desde então ás famílias nordestinas acostumaram-se a tomar o café da manhã em tão boa companhia.

Ao mesmo tempo em que apresentava seu programa na Novo Nordeste AM atuou também por alguns anos nas tardes da Rádio Sampaio AM de Palmeira dos Índios/AL.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_02
1954 – Teve início em sua trajetória de vida a ligação com a radiodifusão, aos 16 anos, durante o período que morou em Maceió/AL, conheceu pessoas ligadas á radiodifusão de Alagoas onde deu seus primeiros passos, fazendo parte aos domingos do programa Vesperal das Senhorinhas, da famosa apresentadora Odete Pacheco.

1960 – Na Rádio Clube em Arapiraca, participou junto com amigos, em um programa de música regional, foi o período que se descobriu com um timbre de voz caracteristicamente nordestino.

1966 – Durante um ano, das 5 ás 7 horas da manhã, atuou na Rádio Antena de Publicidade, em Arapiraca, com o programa Alegre Amanhecer.

Currículo Musical / Discos

Em 1960, José Cícero passou uns dias em Sergipe onde se apresentou no Canal 8 – TV Aperipê, e por várias vezes cantou na Rádio Liberdade de Aracaju/SE. Seu nome foi aparecendo na região de Sergipe e interior de Alagoas, passando a cantar em várias Cidades.

Em 1971 o Maestro Jovelino Lima produziu um compacto na Gravadora Rozenblit de Recife/PE e Zé Cícero gravou um “Rojão”. foi um grande sucesso em sua carreira artística, então o Maestro Jovelino deu um novo nome ao cantor, surgindo daí o Zé do Rojão.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_03
Em 1974, participou de uma excursão ao Estado da Bahia, patrocinada pelo Grupo Coringa, que lançava naquela época seus produtos na região, Zé do Rojão se apresentou na Emissora Rural em Petrolina/BA, no programa sertanejo No Forró da Cuia Grande de onde foi conquistando popularidade além das fronteiras.
Com início de sua carreira como radialista, Zé do Rojão foi se projetando rapidamente no meio artístico ao mesmo tempo em que fazia parte do casting da Rádio Novo Nordeste AM, se apresentando em festas juninas, festas dos santos, circos, vaquejadas, festas de emancipação política, comícios, festas de folclore, e outros eventos regionais do interior de Alagoas.

Pela Rozenblit gravou em 1979 o LP Boca de Forno, o 1º de uma série de músicas juninas, um grande sucesso com o notável acompanhamento do Sanfoneiro Basto Peroba.

Em 1980 gravou o LP Boca de Forno – Volume 2, outro grande sucesso e ainda um compacto intitulado Zé do Rojão Canta o Novo Nordeste.

Seu trabalho mais recente é o CD Zé do Rojão, Poesias Matutas, uma coletânea de poesias matutas de sua autoria e de outros grandes poetas. Em sua carreira artística Zé do Rojão cantou em apresentações ao lado de Genival Lacerda, Trio Nordestino, Luiz Gonzaga, Jacinto Silva, Mestre Zinho, João do Pife e outros astros da música popular nordestina.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_04
Por volta de 1947, conhecido por Zé Cícero, se apresentou nas feiras de Cana Brava, acompanhado pelo Sanfoneiro Zé Luiz.

Fragmentos de Vida

José Cícero dos Santos é natural ao antigo distrito de Cana Brava – atual Taquarana, que na época pertencia ao munícipio de Limoeiro de Anadia. Primeiro filho do casal Pedro Silvestre e Regina Rosa dos Santos, nasceu no dia 27 de fevereiro de 1938. Aos 6 meses foi trazido pela família para Arapiraca. Com 7 anos a família se transferiu para o Povoado Lagoa do Rancho, atual Vila São José. Aos 14 anos o adolescente José Cícero foi trabalhar na padaria do Sr. José Nobre, e nos finais de semana tocava pandeiro nos forrós e sítios da redondeza.

Mais adiante em 1957 foi servir o Exército Brasileiro no quartel do 20 BC – Vigésimo Batalhão de Caçadores. Após um ano na caserna foi dispensado e voltou para Lagoa do Rancho, retomando o trabalho na padaria. Dois anos depois, em 1959 casou-se com a jovem Marilza Matias dos Santos, em Coité do Nóia. Desse matrimônio nasceram 5 filhos: Jackson, Jacy, Jailson, Jadielson e Jair Matias dos Santos. O casal ainda adotou Claudiane Lima da Silva.

Além de radialista, cantor, compositor, forrozeiro, foi vereador pelo Município de Coité do Nóia eleito em l982, pelo PDS. Durante este período continuou seu trabalho na Rádio Novo Nordeste AM. Zé do Rojão com seu vozeirão caracteristico e sua animação inconfundível continua com a mesma voz e dedicação , prestando uma grande contribuição a música regional nordestina, divulgando Arapiraca e alegrando semanalmente o povo do Agreste e Sertão.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_05
Em 2010 a Rádio Novo Nordeste, onde atuou por mais tempo da sua vida, em um justo reconhecimento ao seu talento “batizou” um moderno stúdio com o seu nome artístico.

Exposição O Rojão do Nordeste

Aproveitando o ensejo, o Museu Zezito Guedes lhe prestou uma homenagem como reconhecimento de seu inestimável valor e de sua importante atuação no rádio arapiraquense. A exposição O Rojão do Nordeste, em homenagem ao grande mestre do rádio interiorano Zé do Rojão, permaneceu aberta até o dia 17 de Setembro de 2011 no Museu Zezito Guedes , localizado na Praça Luiz Pereira Lima.

Redação com acervo cultural do " Museu Zezito Guedes ".