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Lucro dos bancos passa de R$ 60 bilhões em 2013

Por r7 20/03/2014 16h04
Foto: banco central
O Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado na manhã desta quinta-feira (20), pelo Banco Central, mostrou que o lucro líquido dos bancos, em 2013, cresceu R$ 1 bilhão frente ao ano anterior e atingiu R$ 60,6 bilhões.

"Houve uma redução do ritmo de crescimento do resultado concreto", observou Anthero Meirelles, diretor de Fiscalização do BC.

— Por outro lado, houve redução de despesas administrativas e ampliação de receita de serviços.

Meirelles comentou também que a adesão dos bancos ao Refis em 2013 diminuiu a liquidez das instituições financeiras no ano, mas, por outro lado, também diminuiu o provisionamento delas para ações judiciais tributárias.

— No geral, os bancos estavam provisionados acima desse valor, então houve aumento do lucro. Provisão é despesa, mas reversão de provisão é receita.

Basileia 3

Meirelles avaliou ainda que o Sistema Financeiro Nacional terá pouca pressão para se adaptar aos requisitos de Basileia 3 até 2019.

As regras prudenciais conhecidas como Basileia 3, que estão sendo implementada em vários países, contêm normas mais rígidas de proteção do capital, para evitar que crises como as dos últimos anos nos Estados Unidos e na Europa levem governos a usar recursos públicos para impedir um caos financeiro.

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De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, o sistema como um todo não precisaria de capital adicional para adotar já hoje todas as regras do novo modelo, sem precisar desse período de transição.

"Mas isso não é homogêneo dentro do sistema", ponderou Meirelles.

Apesar disso, de acordo com ele, somente 4 dos 135 bancos do País precisariam de capital adicional hoje para adotar completamente os requisitos de Basileia 3.

— Essa necessidade somada é de R$ 10 bilhões, equivalentes a 60% do lucro dessas instituições em um ano. Ou seja, com retenção de lucro de um ano, elas já conseguem preencher esse requisito.

Ambiente global

Para o diretor de Fiscalização do BC, o primeiro semestre de 2014 continua com ambiente global desafiador.

Durante divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira nesta manhã, ele repetiu a fala do presidente da instituição, Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, quando a autoridade defendeu que o País e o mundo passam por um momento de transição.

Segundo Meirelles, a mudança na política monetária nos Estados Unidos tem trazido volatilidade aos mercados emergentes e a dinâmica de preços, moedas e juros está ligada à comunicação do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA).

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— Não vejo elementos domésticos predominando. O comportamento do Brasil está muito semelhante ao de outras economias parecidas, talvez um pouco melhor. 

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