No final de maio, Alagoas receberá a seleção de Gana, que escolheu o Estado como centro de treinamento para a Copa do Mundo 2014. As ações para acolher e atrair os turistas que optam por destinos mais tranquilos nesse período já começaram. A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) criou a campanha “Alagoas: As Praias da Copa”, visando Alagoas como um ótimo destino para relaxar e sair da movimentação dos estados que sediarão os jogos do Mundial.

Embora Alagoas não seja sede de jogos, a localização do Estado atrai os turistas por estar próximo de duas cidades que sediarão os campeonatos: Recife e Salvador. “Os turistas que não querem estar no meio da agitação das cidades que serão sede, optam por algum local mais relaxante e que tenha condições de viajar para assistir os jogos. Alagoas é uma ótima opção”, disse a secretária de Turismo, Danielle Novis.

Desde o primeiro contato com a Fifa, em 2007, o Estado já começou a trabalhar sob duas vertentes: o evento esportivo Copa do Mundo, visando a melhoria dos estádio Rei Pelé para treinamento, a capacidade do aeroporto internacional Zumbi dos Palmares, o esquema de deslocamento para a seleção treinar, número de leitos de hotéis e todas as exigências feitas pela Fifa. A outra vertente envolvia o trabalho da Setur, promovendo o destino Alagoas.

“Em uma conversa com empresas do mercado, brincamos falando que Alagoas não será sede de jogos, mas as praias da Copa estão em Alagoas. Geograficamente falando, estamos bem localizados, entre duas sedes, que é Salvador e Recife, e no Nordeste temos quatro sedes. Somos conhecidos como um dos estados que tem as praias mais bonitas do Brasil. Temos um trabalho interessante a ser feito para receber a estrutura de serviços que serão acoplados ao evento”, disse Novis.

Em 2011, o Ministério do Turismo (MTur) selecionou, em todo o País, alguns destinos para serem trabalhados comercialmente, com o intuito de divulgador o destino Brasil durante a Copa. Em Alagoas, nove destinos foram escolhidos: Maceió, Maragogi, Japaratinga, Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres, Barra de Santo Antônio, Paripueira, Marechal Deodoro e Barra de São Miguel.

 

 

A ideia do MTur é incentivar o visitante a conhecer os atrativos turísticos localizados no entorno das sedes, aumentando o fluxo turístico, a distribuição de renda e a geração de emprego. De acordo com estudos realizados pelo Ministério, cada estrangeiro realizará em média três viagens pelo Brasil durante o mês da Copa. Nesse período deverão circular pelo Brasil 600 mil estrangeiros e 3 milhões de brasileiros, totalizando 7,8 milhões de viagens domésticas.


Praia do Francês

A Praia do Francês, localizada em Marechal Deodoro, é uma das praias que já se consolidou como destino turístico no Estado, não apenas àqueles que procuram um mar calmo, com água cristalina, mas também para o turista que procura a prática de esportes náuticos, como Surf, Stand Up Paddle (SUP), entre outros.

Os empresários locais também já estão se preparando para o fluxo turístico na época da Copa: algumas barracas estão passando por reforma, buscando a melhoria da prestação de serviço. “Acho a Praia do Francês um perfeito ponto turístico, tanto para relaxar quanto para a prática de esportes. É um ótimo atrativo, pois a praia ainda não foi explorada, temos águas cristalinas e limpas. Nós, empresários locais, buscamos agregar valor à praia, oferecendo um bom serviço para o turista que aqui chega”, disse um dos sócios da barraca Aloha, Hernan Bustamante.

A Barraca Aloha foi recentemente reformada e se tornou um ponto de referência pela sua infraestrutura e serviços oferecidos. “Estamos nos preparando para esse ritmo turístico que vai chegar por ai. Queremos receber um público um pouco mais exigente, que procure conforto. Por isso, vamos ampliar nosso cardápio e já estamos reformando a barraca para o período de chuva, além de internet, telões e estrutura para quem vem praticar o surf”, colocou o empresário.

O foco da barraca é que se torne um “surf point”, oferecendo aos praticantes do surf uma estrutura completa. “Como já viajei o mundo todo surfando, fui pegando ideias de cada local que visitava. Vamos montar um espaço com chuveiro, local para guardar os pertences dos surfistas, como chave de carro, mochila, etc., além de abrir a barraca cedo, para quem vem praticar o esporte antes de trabalhar, por exemplo”, disse o surfista profissional e sócio da barraca, Bernardo Pigmeu.

Ele ainda ressaltou que na época de pico turístico a barraca já estará oferecendo aulas de surf para o turista que deseja aprender o esporte, aluguel de SUP, além dos eventos culturais que já acontecem, com apresentação de bandas locais durante os fins de tarde nos finais de semana.

Os turistas que visitam o Francês também ficam encantados. Como é o caso de Adriana Balestra e Edson Galbes, casal do Paraná que está em Alagoas pela primeira vez. “Estamos encantados com o local. A praia é muito limpa, organizada, com barracas oferecendo uma ótima comida. Vou indicar o destino Alagoas e pretendo voltar com meus filhos, pois é uma viagem relaxante e perfeita para fazer com a família. Quem procura tranquilidade e sossego, eu indico”, disse Adriana.

Turismo Étnico

Um dos destinos que será bem explorado durante esse período que a seleção de Gana fica em Alagoas, será o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, que teve um papel fundamental na luta pela igualdade dos negros. A proposta é convidar os turistas para conhecer esse local singular.

“A Serra da Barriga é originalmente alagoana, só vamos encontrá-la aqui. É um atrativo singular, com uma força muito grande, pois trata da história do nosso Estado, de um povo, de um movimento de luta muito grande. Temos grandes ícones ligados a essa questão de liberdade, como os marechais Deodoro e Floriano, Calabar e o próprio Zumbi”, disse a secretária Danielle Novis.
Aproveitando esse trabalho que já é desenvolvido na Serra da Barriga, como destino para trabalhar fortalecendo esse turismo étnico, a chegada de Gana vem com grande força, pela afinidade que a seleção tem com toda a história.

“Então aproveitar esse momento para mostrar que Alagoas, além das praias da Copa, também tem o turismo étnico que não fica só na Serra, pois temos índios em Igreja Nova e Porto Real do Colégio, as comunidades Quilombolas, a Muquém com seu artesanato. O que fazemos é pegar esses atrativos e formatarmos como produto turístico para ser comercializado”, finalizou Novis.