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Sociólogo francês defende regulação da comunicação para o fortalecimento da democracia

Por Jornalista Fábio Lopes 03/04/2014 07h07
Sociólogo e pesquisador francês, Dominique Wolton, defende a regulamentação dos jornalistas - Foto: Crédito: divulgação
Com o tema “Jornalismo para humanizar a comunicação”, o sociólogo e pesquisador francês Dominique Wolton abriu o ciclo de palestras que acontecerá até o próximo domingo (6), no 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado no Centro de Convenções Ruth Cardoso, em Maceió.

Centenas de jornalistas de todo o país ouviram de Wolton que a comunicação é uma atividade política e não técnica. “O homem é mais importante do que a técnica”, disse o sociólogo em referência a forma de o jornalista se comunicar e o conteúdo que irá passar para o leitor.

Dominique Wolton defende ardorosamente a regulamentação da profissão de jornalista para fortalecer a democracia em todo o planeta. Segundo ele, a proliferação de veículos de comunicação pela internet, além dos meios tradicionais como o rádio, a TV, o jornal cria profissionais e até os que não são jornalistas a divulgar informação sem técnica e humanização.

“A informação não deve ser gratuita, o jornalista deve ser bem pago para escrevê-la, porém os canais de comunicação é que devem ser de graça para todos”, frisou Wolton sobre a valorização profissional do jornalista.

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Em todo o seu pronunciamento, o sociólogo e pesquisador francês Dominique Wolton foi muito aplaudido pelos jornalistas que lotaram o auditório do Centro de Convenções de Maceió.

O presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Celso Schroder, ressaltou que o congresso de jornalistas determina as ações dos profissionais da informação pelos próximos dois anos no Brasil, quando haverá outro encontro nacional. “O congresso tem a finalidade de orientar o destino, a direção profissional dos jornalistas”, disse ele.

Schroder destacou o tema central do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas que trata sobre “O Jornalismo, o Jornalista e a Democracia”, e lembrou o período dos 20 anos de ditadura no país e o golpe de 1964, em que muitos profissionais da imprensa foram censurados, presos, torturados e mortos por militares.

O presidente da Fenaj destacou, ainda, que parte da sociedade brasileira apoiou a ditadura militar que foi executada pelos militares no poder.

“Hoje, estamos celebrando a democracia, mas não podemos deixar que a serpente choque seus ovos e espalhe o mal e a violência pelo mundo. Os meios de comunicação são essenciais para fortalecer a democracia em nosso país. É importante lembrar o que aconteceu em 1964, mas 64 nunca mais. Temos que lutar pela liberdade de expressão e liberdade de imprensa”, sentenciou Celso Schroder.

Vozes da terra

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A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Alagoas (Sindjornal), Valdice Gomes, fez um discurso pautado pela liberdade de expressão e criticou, veementemente, a censura e a brutalidade para com os jornalistas na época da ditadura militar.

“A liberdade de expressão sempre será à nossa bandeira, à nossa luta para que possamos, cada vez mais, conquistar o direito de todos em pleno exercício de cidadania em um estado democrático de direito”, ressaltou Valdice Gomes.

O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, ambos do PSDB, defenderam o pleno exercício profissional dos jornalistas e lembraram a década de 1960, período da ditadura militar ao darem as boas-vindas aos profissionais de todo o país, que participam do 36º Congresso Nacional em Maceió.

“O jornalista tem um poder multiplicador muito maior do que qualquer outra instituição. Tem o poder da informação”, disse Teotônio Vilela.

Rui Palmeira focou no trabalho essencial do jornalista para promover a democracia no estado de direito. “Com o poder da informação o jornalista contribui para combater as mazelas de um país e, assim, fortalecer a democracia”, disse ele.