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Grávidas são convencidas durante gestação a se submeter a cesárea
As grávidas brasileiras são convencidas ao longo da gestação a terem seus filhos por cesárea. É o que mostra o estudo Nascer no Brasil - Inquérito sobre Parto e Nascimento, coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz, divulgado na tarde desta quinta feira, 29, no Rio de Janeiro. No total, 23.894 mulheres foram entrevistadas, em 266 hospitais de médio e grande porte, localizados em 191 municípios brasileiros, em 2011.
Do total de mulheres ouvidas, 72% queriam parto normal logo que engravidaram. Os bebês nasceram por cesárea em 52% dos casos. A situação é mais grave na rede particular.
Entre as mulheres que esperavam o primeiro filho e foram atendidas em hospitais pagos, o índice de mulheres que desejava cesárea era de 36% no início da gestação. Ao fim dos nove meses, essa proporção havia subido para 67%. Ainda que um terço das mulheres quisesse o parto normal, 89,9% tiveram seus filhos pelo método cirúrgico. Entre as mulheres atendidas na rede pública, 15% queriam a cesárea tanto no início quanto no fim da gestação - 44% tiveram seus bebês dessa forma.
"Tem uma cultura instituída de que a cesárea é o melhor método para se ter filho. Talvez elas não sejam informadas dos riscos. A cesariana aumenta o risco de morbidade respiratória nos bebês, também aumenta o risco de internação em UTI. Também faz aumentar os óbitos maternos.
Em gestações subsequentes, pode haver placentação anormal, já que o útero não é mais íntegro. Outra questão é que o bebê não se coloniza com as bactérias da mãe, já que não passou pelo canal vaginal. Ele se coloniza com a flora bacteriana hospitalar. Os efeitos, a longo prazo, são o risco maior de síndrome metabólica, asma e diabete", alertou a pesquisadora Maria do Carmo Leal, coordenadora da pesquisa.
Para a pesquisadora Silvana Granato, subcoordenadora da pesquisa, as mulheres fazem mais cesáreas "porque o nosso parto normal é muito ruim". Ela se refere ao número de intervenções desnecessárias, como episiotomia (corte na vagina para facilitar a saída do bebê) e aplicação de ocitocina (hormônio sintético indutor de contrações).
O estudo chama a atenção ainda para a importância do planejamento da gestação. Das mulheres entrevistadas, apenas 45% disseram que desejavam a gravidez. Perguntadas se estavam satisfeitas com o nascimento do filho, 9% responderam negativamente.
"Um quarto das gestações terminam em aborto. Há uma falha no planejamento da gravidez e é preciso falar sobre isso agora. Temos de parar de fazer de conta que está todo mundo feliz com a gravidez. Está na hora de discutirmos o aborto no País", defendeu Silvana. A depressão materna foi detectada em 26% das mulheres, entre 6 e 18 meses após o parto.
'Caiu a ficha'. A professora universitária Lívia Monnerat foi convencida a ter o primeiro filho por cesárea. Ela acreditava, até o último momento, que Heitor nasceria de parto normal. Mas logo que entrou em trabalho de parto, o obstetra informou que o bebê tinha o cordão umbilical enrolado no pescoço e por isso a criança "não descia".
"Eu não tinha muita informação. Estava bem no início do trabalho de parto, as contrações nem estavam ritmadas, mas ele me fez acreditar que meu filho entraria em sofrimento", conta. Logo depois do nascimento do menino, ela diz que "caiu a ficha".
Antes de engravidar pela segunda vez, passou a estudar o assunto. Decidiu que não procuraria mais por médico que aceitasse plano de saúde. "Por várias razões o médico de plano não faz parto normal, seja pelo valor que ele recebe que não justifica, seja pelo tempo que ele dedica à paciente."
Com 37 semanas de gestação dos gêmeos Amelie e Ícaro, um quadro de pré-eclâmpsia fez com que o parto tivesse de ser antecipado. Vários mitos foram derrubados: Lívia teve parto normal depois de cesariana, eram gêmeos e Amelie tinha duas voltas de cordão no pescoço. "Só soube quando a médica desfez as voltas bem na minha frente", conta Lívia, que deu à luz há dez dias. "Eles estão ótimos."
Do total de mulheres ouvidas, 72% queriam parto normal logo que engravidaram. Os bebês nasceram por cesárea em 52% dos casos. A situação é mais grave na rede particular.
Entre as mulheres que esperavam o primeiro filho e foram atendidas em hospitais pagos, o índice de mulheres que desejava cesárea era de 36% no início da gestação. Ao fim dos nove meses, essa proporção havia subido para 67%. Ainda que um terço das mulheres quisesse o parto normal, 89,9% tiveram seus filhos pelo método cirúrgico. Entre as mulheres atendidas na rede pública, 15% queriam a cesárea tanto no início quanto no fim da gestação - 44% tiveram seus bebês dessa forma.
"Tem uma cultura instituída de que a cesárea é o melhor método para se ter filho. Talvez elas não sejam informadas dos riscos. A cesariana aumenta o risco de morbidade respiratória nos bebês, também aumenta o risco de internação em UTI. Também faz aumentar os óbitos maternos.
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Para a pesquisadora Silvana Granato, subcoordenadora da pesquisa, as mulheres fazem mais cesáreas "porque o nosso parto normal é muito ruim". Ela se refere ao número de intervenções desnecessárias, como episiotomia (corte na vagina para facilitar a saída do bebê) e aplicação de ocitocina (hormônio sintético indutor de contrações).
O estudo chama a atenção ainda para a importância do planejamento da gestação. Das mulheres entrevistadas, apenas 45% disseram que desejavam a gravidez. Perguntadas se estavam satisfeitas com o nascimento do filho, 9% responderam negativamente.
"Um quarto das gestações terminam em aborto. Há uma falha no planejamento da gravidez e é preciso falar sobre isso agora. Temos de parar de fazer de conta que está todo mundo feliz com a gravidez. Está na hora de discutirmos o aborto no País", defendeu Silvana. A depressão materna foi detectada em 26% das mulheres, entre 6 e 18 meses após o parto.
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"Eu não tinha muita informação. Estava bem no início do trabalho de parto, as contrações nem estavam ritmadas, mas ele me fez acreditar que meu filho entraria em sofrimento", conta. Logo depois do nascimento do menino, ela diz que "caiu a ficha".
Antes de engravidar pela segunda vez, passou a estudar o assunto. Decidiu que não procuraria mais por médico que aceitasse plano de saúde. "Por várias razões o médico de plano não faz parto normal, seja pelo valor que ele recebe que não justifica, seja pelo tempo que ele dedica à paciente."
Com 37 semanas de gestação dos gêmeos Amelie e Ícaro, um quadro de pré-eclâmpsia fez com que o parto tivesse de ser antecipado. Vários mitos foram derrubados: Lívia teve parto normal depois de cesariana, eram gêmeos e Amelie tinha duas voltas de cordão no pescoço. "Só soube quando a médica desfez as voltas bem na minha frente", conta Lívia, que deu à luz há dez dias. "Eles estão ótimos."
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