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Arsal continua afrontando a Justiça em não fazer novo edital

Por Redação com Assessoria 17/06/2014 00h12
Foto: Alagoasemtempo
A Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal) continua dando provas de que mantém, sim, perseguição aos transportadores complementares que integram entidades, como por exemplo, o Sindicato dos Transportadores Complementares de Alagoas (Sintraconal). Além disso, passa por cima de decisões judiciais, algumas ainda nem julgadas em sua totalidade.

A mais recente arbitrariedade dos gestores da Arsal aconteceu na última sexta-feira (13), quando o veículo do presidente do Sintraconal, Robeval Lagoa, que faz a linha Craíbas/Arapiraca, foi apreendido por fiscais da agência. A medida é arbitrária, pelo fato de acontecer após divulgação da existência de uma milícia agindo no setor com a conivência de gestores da Arsal.

Além disso, os transportadores classificam a apreensão como ilegal, porque o veículo está totalmente regular dentro do sistema, o que pode ser comprovado com boletos de pagamentos mensais de taxas feitas à Arsal. “O veículo é emplacado e tem motorista plenamente habilitado para a função, conforme rege o Código Nacional de Trânsito. Está clara a perseguição. Se eu, representante sindical, sou perseguido, imagino a situação dos nossos trabalhadores nas rodovias. Eles são vítimas constantes de abusos de poder dos fiscais, tudo com autorização de quem manda dentro da agência”, frisou.

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O sindicalista mostra-se igualmente indignado e revoltado com toda essa situação. Porém, a maior decepção é por conta da falta de respeito com decisões judiciais. “Uma coisa é faltar com respeito às pessoas, trabalhadores e passageiros; outra bem diferente é passar por cima de decisões judiciais, algumas ainda em questionamento e liminar favorável ao Sintraconal”, lembrou Lagoa.

Já o presidente da Cooperativa de Transporte Intermunicipal de Passageiros de Alagoas (Coopervan), Marcondes Prudente, destaca que existe uma liminar requerida pelo Sintraconal junto ao Tribunal de Justiça. O juiz de Direito Alberto Jorge Correia de Barros Lima, que determinou que a Arsal retifique o item 2.1 do edital do setor e publique um novo edital para o setor.

De acordo com o representante, o juiz baseou e fundamentou sua decisão seguindo a Lei 8.666/93, pela Lei 12.349/2010. “O juiz não tomou uma decisão política. Foi uma decisão legal. Querendo a Arsal, ou não, nós temos direito a participar dessa e de qualquer outra licitação. Ambas as leis têm abrangência nacional. E isso ninguém pode mudar, apenas o Congresso Nacional. Até eles sabem que nós temos respaldo legal e jurídico, mas teimam em passar por cima da lei. Não podemos ter nosso direito de trabalhar cerceado por questões políticas internas da Arsal”, explicou.

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Marcondes pondera ainda que pessoas com interesses financeiros alheios à coletividade, como os vendedores de linhas – o que é proibido -, também passam por cima do que diz a lei. “A lei deve ser respeitada e disso não abriremos mão. A Arsal e seus gestores têm que aprender a respeitar a lei. Burlar a lei também esbarra em querer proibir nossa participação nas reuniões que envolvem o nosso segmento”, destaca o representante, ao lembrar da tentativa dos gestores de proibir a sua participação numa reunião há dias atrás.

O advogado da Coopervan e do Sintraconal, Diego Acioli, falou que, pelo pronunciamento do juiz, a Arsal tem a obrigação legal de seguir e cumprir a liminar concedida em favor dos transportadores complementares ligados às cooperativas. “Já enviamos pedido de providência ao juiz demonstrando todo o abuso e aguardamos o devido pronunciamento do magistrado”, explicou.

Diego comunica que a convocação feita aos licitados pelo presidente da Arsal, Waldo Wanderley, no último dia 13, é nula, não deve ser considerada pelos transportadores, porque a questão está anulada pela Justiça.

MANIFESTAÇÕES

O presidente da Coopervam mostra-se preocupado com os desmandos e as irregularidades da Arsal. Isso porque, os transportadores complementares pretendem promover manifestações pelas rodovias de Alagoas em caso de novas apreensões irregulares.

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“Queremos resolver a questão por meio da Justiça, como sempre fizemos. No entanto, os abusos têm limite. Cada ação, a partir de agora, terá uma reação. Isso já foi decidido pela maioria dos nossos trabalhadores”, finalizou.