/75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_TOPO |

Tráfico de drogas em Arapiraca e o combate ineficaz dos órgãos de Segurança Pública

Por Redação - editorial 18/07/2014 09h09
Arapiraca está inserida num quadro devastador de drogas e criminalidade - Foto: Já é Notícia
O comércio de drogas proibidas na maior cidade do interior alagoano tem trazido consequências substanciais para a sociedade arapiraquense. O crack, a maconha e a cocaína, entre outros entorpecentes, tem tirado a paz de um povo que sempre teve orgulho da ordeira, pacata e aconchegante cidade do Agreste alagoano.

Não raro, ouvimos nos noticiários informações sobre crimes que chocam a população da região. Segundo especialistas em segurança pública, a grande diversidade criminal da região tem um alicerce: o tráfico de drogas.

“É o tráfico quem alimenta uma uma série de crime na localidade. Execuções como pena para quem não quita suas dívidas; “queimas de arquivos vivos”; assassinatos resultantes de brigas pelo controle da venda em determinados locais; roubos e furtos de veículos, principalmente motocicletas; explosões de agências bancárias; lesões corporais; assaltos a estabelecimentos comerciais, entre outros. Esses são os principais crimes insurgentes da comercialização de drogas na região”, afirmou um oficial do serviço de inteligência da Polícia Militar.

Diante de tanta criminalidade, a aplicação de medidas convencionais de segurança pública parecem apenas “enxugar gelo” quando analisamos de maneira mais aprofundada a situação.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_02
A malha criminal de Arapiraca, dentro dessa perspectiva, tem um “câncer”, e ele se denomina tráfico de drogas. E há algum tempo o setor vem se consolidando, ao ponto de sair das bocas e ascender em lociais antes inimagináveis, como grandes e luxuosos bares e postos de combustíveis da cidade. Toda essa efervescência na cidade tem dois motivos: o estágio de crescimento desenfreado da cidade e a alta lucratividade do "comércio" das substâncias ilegais.

“Só para ter uma ideia do quão lucrativo é o “negócio”, um quilo de maconha prensada que sai da região de plantio por cerca de R$ 300 reais é vendida para o traficante por cerca de R$ 800 reais, que por sua vez apura na venda na região aproximadamente R$ 1.400 reais. Ou seja, o fornecedor leva R$ 500 reais por quilograma vendida ao traficante, que por sua vez tem um lucro líquido de R$ 600 reais”, destacou o policial que vive no combate ao crime no localidade.

Outros preços do tráfico, colhidos junto ao setor de inteligência da polícia, mostram que o crack e a cocaína são ainda mais lucrativos. Na venda de um quilo de crack o traficante chega a lucrar R$ 6000 reais. Com o “pó” (nome vulgar da cocaína), o criminoso tira quase R$ 30 mil livre. A reportagem apurou, aliás, que um traficante com dez “aviões ou correrias” (nome dado a quem vende a droga) chega a vender um quilo de cocaína num único fim de semana.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_03
Dentro de um mercado de enriquecimento ilícito, corrupção, menores, prostituição, e um sistema processual defasado e corrupto, onde o poder judiciário não segue um padrão de interpretação sequer no combate ao tráfico.

Diante desse quadro crítico, os órgãos de segurança pública raramente conseguem prender os verdadeiros traficantes, haja vista que só saí para vender pequenos aviões, a serviço dos chefes do sistema. Segundo nosso entrevistado, a maioria das prisões efetuadas na região são daqueles que vendem diretamente as substâncias ilícitas, enquanto os chefes do esquema dificilmente caem em flagrante.

Enquanto isso consequências do tráfico assolam Arapiraca. Comerciantes, estudantes e trabalhadores não se sentem mãos seguros diante de tanta violência. Está clarividente, pois, que o combate ao tráfico de drogas é a raiz da grande malha criminal da cidade. Esperamos, logo, que os órgãos de segurança pública atentem para a relevância do problema e direcione suas ações para a quebra de estrutura do tráfico.