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Empresário arapiraquense nega ser o dono de avião que caiu com Eduardo Campos

Por Redação com ZH 16/08/2014 11h11
Foto: ZH
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) solicitou à Polícia Federal (PF) informações precisas sobre o operador do jato Cessna Citation 560XL, prefixo PR-AFA, que caiu e matou o candidato à Presidência da República Eduardo Campos e outras seis pessoas na última quarta-feira em Santos (SP). De acordo com a agência, há suspeitas de que o avião tenha sido vendido sem conhecimento da Anac.

Conforme o órgão, em caso de venda ou transferência de proprietário, a Anac deve ser imediatamente informada, o que não teria ocorrido nesse caso. De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o Cessna pertence à AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. – braço do Grupo Andrade, companhia do ramo sucroenergético cuja sede está localizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.



A Anac reitera que a aeronave estava com a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade válidos. Fabricada em 2010 nos Estados Unidos, ela tinha uma configuração para nove passageiros e possuía o gravador de voz (Cockpit Voice Recorder – CVR) instalado.

"A aeronave era de propriedade da Cessna Finance Export Corporation e era operada pela empresa privada AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. por meio de arrendamento operacional (leasing). A Anac informa que solicitou apoio da PF para localização do operador a fim de verificar informações sobre eventual venda da aeronave, ainda não comunicada à Agência", ressaltou o órgão.

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De uso privado, o avião não poderia ser arrendado ou alugado para outra empresa ou candidato – no caso, Eduardo Campos. É o que estipula o RAB, que controla todas as 14 mil aeronaves registradas no país. O professor Georges Ferreira, especialista em Direito Aeronáutico na faculdade de Ciências Aeronáuticas de Goiás, adverte que ele só poderia ser emprestado:





– Um avião privado não pode servir de táxi aéreo nem para transporte remunerado e de carga. Ele é para uso do dono ou empréstimo, não remunerado. Ou a AF Andrade o emprestou ao candidato Campos, ou o avião estava em situação ilegal, e os donos vão responder por isso perante a lei.

Empresário de Arapiraca nega compra de avião

Horas após o acidente em Santos, o empresário de Arapiraca – maior cidade do interior de Alagoas – Ricardo Barreto Dantas foi alvo de especulações e teve de acionar sua equipe de assessores para provar que ele não é o dono do jato Cessna. Amigo íntimo de Campos, a quem ele considerava um segundo pai e líder político, Dantas diz que foi vítima de "especulação".

Ele foi visto diversas vezes com Eduardo Campos nos últimos anos e, em 2012, concorreu ao cargo de vice-prefeito em Arapiraca com seu apoio, mas acabou perdendo. Na última sexta-feira, dia 8, eles almoçaram juntos em Alagoas e trocaram ideias sobre a campanha presidencial. Dantas é fundador da Coagro, empresa do ramo agropecuário.

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– Pura especulação. Não tenho condições de comprar nem um pneu daquele avião – assegurou.

Zero Hora entrou em contato diversas vezes com o Grupo Andrade e não recebeu retorno. Já a coordenação da campanha de Campos à Presidência da República só vai se manifestar após o enterro das vítimas do voo, que deve ocorrer no domingo.