Desde 2011, os alunos da rede pública de ensino de Alagoas têm motivos a mais para ir às escolas. Lançado pelo Governo Federal e conduzido pelo governo estadual, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) nasceu com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica em várias vertentes. E conseguiu. Só no primeiro semestre de 2014, foram disponibilizadas quase 7 mil vagas para estudantes do Ensino Médio de escolas públicas, dentre os mais de 140 cursos ofertados.

Os números, registrados pela coordenadoria do Pronatec Bolsa Formação Estudante, superam em mais de 50% os atingidos no último ano. O motivo do crescimento foi a ampliação do raio de atuação do programa, atualmente presente em 32 escolas de 24 municípios alagoanos, da capital ao interior. Em 2013, as vagas ofertadas foram distribuídas em seis escolas e colégios profissionalizantes.

Em Maceió, ganha destaque o Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica Dicionarista Aurélio Buarque de Holanda. Localizado no bairro Colina dos Eucaliptos, o espaço conta com uma ampla estrutura física, que inclui laboratórios equipados para disciplinas práticas e, principalmente, tem a dedicação dos estudantes.

A coordenadora administrativa do Pronatec Bolsa Formação Estudante, Renilda Melo, explica como os alunos podem aderir ao programa. Dentre os pré-requisitos, consta a obrigatoriedade de o interessado estar devidamente matriculado em uma escola da rede pública e de escolher cursos apenas em horários diferentes dos das aulas do Ensino Médio.

“O Pronatec é uma oportunidade ímpar para que os estudantes da rede pública tenham uma qualificação profissional eficiente para poder encarar o mercado de trabalho. Articulamos junto ao Ministério da Educação esse grande número de vagas para o ano de 2014, amplamente superior ao do ano passado, pois miramos cada vez mais a inserção desses jovens em um futuro promissor”, afirmou a gestora.

De acordo com Renilda Melo, os estudantes recebem uma bolsa-auxílio para complementar a formação, porém o recebimento do benefício está condicionado à presença nas salas de aula.

“Cada estudante matriculado nos cursos do Pronatec recebe uma bolsa, que é pensada para a sua alimentação e transporte. Mas esse não é o principal incentivo para que a frequência em sala de aula seja alta. Felizmente, há muitas pessoas interessadas em ter um futuro de oportunidades e, para isso, se dedicam nos estudos”, explica Renilda.

“Antes de terminar a formação, eles passam por estágios, e muitos deles são aproveitados pelas empresas ou instituições onde estagiaram. Além disso, temos uma rede de parceiros e os estudantes formados são indicados para eles. Esse é o principal legado do ensino profissionalizante”, conclui a gestora.

Para o segundo semestre de 2014, uma nova pactuação de vagas está em andamento. Segundo informações da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), o Ministério da Educação deve, até o fim do mês, ampliar o número de vagas em diversos cursos espalhados nas escolas de Alagoas. A expectativa é que a ampliação da oferta atinja 20%.

Mais procurados

Os cursos do Pronatec Bolsa Formação Estudante são divididos nas áreas técnicas, com duração média de 1 ano, e de Formação Continuada (FIC), que são de curta duração.

Entre os mais procurados pelos estudantes estão os de Operador de Computador, Técnico em Análises Químicas, Técnico em Biocombustível, Técnico em Açúcar e Álcool, Técnico em Hospedagem, Garçom, Inglês Básico e Intermediário, Espanhol Básico e Intermediário e Auxiliar Administrativo, entre outros ofertados.

Como participar?

Além de estar devidamente matriculado, o aluno da rede pública que quiser fazer um curso do Pronatec vai depender apenas do próprio interesse. Basta procurar a instituição que oferta o curso e se inscrever dentro do período limite. Para divulgar o programa entre os estudantes, são promovidas campanhas nas próprias escolas estaduais, além de veiculações na grande mídia.

Além da SEE, em Alagoas o Pronatec também está sendo conduzido, desde 2012, pelas secretarias estaduais do Trabalho, Emprego e Qualificação Profissional (Seteq), Turismo (Setur) e Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), coordenadoras dos outros segmentos do programa, onde são ofertadas vagas para candidatos oriundos de programas como o Seguro Desemprego, Bolsa Família, e segurados do INSS.

Além dos centros profissionalizantes oferecidos pelo Estado, os alunos também recebem aulas em centros de ensino coordenados por uma rede de parceiros da educação profissionalizante, como os do Sistema S (Senai, Senac, Sesi, Sesc) e o Instituto Federal de Alagoas (Ifal).