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Controle do ebola requer ações diferentes em cada país, diz especialista
Neutralizar o atual surto de ebola no Oeste da África requer ações diferentes que dependem da intensidade de contaminação e da infraestrutura de cada um dos países atingidos. Essa é a visão da médica brasileira Denise Cardo, diretora da Divisão de Controle de Infecção Hospitalar do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, ela informou que não há registro de transmissão de ebola fora da África, mas defendeu que a comunicação deve ser fortalecida, devido ao trânsito entre os continentes Americano e Africano.
"A informação é crucial para evitar o contágio de ebola, porque sabemos que o vírus só é transmitido quando há sintomas, principalmente febre, diarreia e vômitos", explicou. Denise conta que nos Estados Unidos, por exemplo, os profissionais de saúde estão orientados a investigar se um paciente viajou para a África, em caso de atenção por febre ou outros sintomas.
Quanto ao risco de transmissão da doença, a médica reforça a atual situação de "controle". No Continente Americano, só nos Estados Unidos houve registro de pessoas que contraíram a doença na África, e, uma vez isolados, foram encaminhados a hospitais do país. Os dois primeiros foram tratados e curados no Emory Hospital, em Atlanta, mesma cidade em que a médica brasileira reside e sede do CDC.
Denise Cardo explica que o surto atual - considerado o maior desde a descoberta do vírus em 1976 - atingiu nível de descontrole em alguns países, especialmente em Serra Leoa e na Líberia, por causa da má condição de infraestrutura.
"Se nesse surto o primeiro caso de contaminação em humanos tivesse sido corretamente isolado, não estaríamos vendo o quadro atual. Mas as condições de saúde pública na região são precárias, algumas com estrutura hospitalar comprometida devido a guerras civis", detalha.
Com relação ao ebola, o CDC tem trabalhado no controle, laboratório e epidemiologia na África nos últimos 30 anos. O trabalho na região afetada começou assim que o surto foi identificado. "Nossa principal preocupação é tentar elevar a capacidade de resposta e de identificação do problema local e enviar pessoas para ajudar no que for necessário", comenta.
Para ela, é difícil controlar o surgimento de um surto porque o vírus existe entre animais, ainda que não esteja ativo entre humanos. "A melhor maneira de evitar o surto é isolar o primeiro caso. Em vários surtos anteriores, isso aconteceu", lembrou.
Cautelosa, Denise evita arriscar uma estimativa de tempo para que esse surto seja controlado. "Há vários grupos que trabalham modelos matemáticos para saber quanto demora para conter o avanço da doença. Mas cada país é diferente e tem estrutura mais apropriada para frear o avanço da doença", diz.
A Libéria e Serra Leoa são as regiões com mais dificuldades atualmente. A Nigéria e a Guiné têm um panorama "menos difícil".
Segundo Denise, conter o ebola não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona. "Eu gostaria de dizer que são só 100 metros, mas não é o que parece", acrescenta. Mesmo assim, a médica - há 20 anos no CDC - diz estar otimista, porque há vários grupos como a Organização Mundial da Saúde, organizações não governamentais e companhias multinacionais que atuam na região envolvidas na tentativa de ajudar a melhorar a situação. "Acabar com este surto é o que todos queremos", comenta.
A União Africana se reúne hoje (8) em Adis Abeba, na Etiópia, para avaliar a situação na África Ocidental. Na reunião, o Conselho Executivo do organismo vai debater o que chama de "estigmatização dos países afetados pelo surto de ebola".
"A informação é crucial para evitar o contágio de ebola, porque sabemos que o vírus só é transmitido quando há sintomas, principalmente febre, diarreia e vômitos", explicou. Denise conta que nos Estados Unidos, por exemplo, os profissionais de saúde estão orientados a investigar se um paciente viajou para a África, em caso de atenção por febre ou outros sintomas.
Quanto ao risco de transmissão da doença, a médica reforça a atual situação de "controle". No Continente Americano, só nos Estados Unidos houve registro de pessoas que contraíram a doença na África, e, uma vez isolados, foram encaminhados a hospitais do país. Os dois primeiros foram tratados e curados no Emory Hospital, em Atlanta, mesma cidade em que a médica brasileira reside e sede do CDC.
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"Se nesse surto o primeiro caso de contaminação em humanos tivesse sido corretamente isolado, não estaríamos vendo o quadro atual. Mas as condições de saúde pública na região são precárias, algumas com estrutura hospitalar comprometida devido a guerras civis", detalha.
Com relação ao ebola, o CDC tem trabalhado no controle, laboratório e epidemiologia na África nos últimos 30 anos. O trabalho na região afetada começou assim que o surto foi identificado. "Nossa principal preocupação é tentar elevar a capacidade de resposta e de identificação do problema local e enviar pessoas para ajudar no que for necessário", comenta.
Para ela, é difícil controlar o surgimento de um surto porque o vírus existe entre animais, ainda que não esteja ativo entre humanos. "A melhor maneira de evitar o surto é isolar o primeiro caso. Em vários surtos anteriores, isso aconteceu", lembrou.
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A Libéria e Serra Leoa são as regiões com mais dificuldades atualmente. A Nigéria e a Guiné têm um panorama "menos difícil".
Segundo Denise, conter o ebola não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona. "Eu gostaria de dizer que são só 100 metros, mas não é o que parece", acrescenta. Mesmo assim, a médica - há 20 anos no CDC - diz estar otimista, porque há vários grupos como a Organização Mundial da Saúde, organizações não governamentais e companhias multinacionais que atuam na região envolvidas na tentativa de ajudar a melhorar a situação. "Acabar com este surto é o que todos queremos", comenta.
A União Africana se reúne hoje (8) em Adis Abeba, na Etiópia, para avaliar a situação na África Ocidental. Na reunião, o Conselho Executivo do organismo vai debater o que chama de "estigmatização dos países afetados pelo surto de ebola".
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