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Empresa nega que estudante tenha sido retirado de festa na USP
Representantes da empresa responsável pela segurança da festa dos 111 anos do Grêmio Politécnico, realizada na madrugada de sábado (20), no Velódromo da USP, negaram que o estudante Victor Hugo Santos tenha sido retirado por vigias do evento. O jovem de 20 anos estava desaparecido desde o fim de semana e seu corpo foi encontrado nesta terça-feira (23), na raia olímpica da universidade. A polícia investiga se ele foi vítima de um crime ou se sofreu um acidente.
O comportamento dos seguranças do evento foi questionado pela família do estudante. Testemunhas relataram à polícia terem visto uma pessoa parecida com Santos sendo supostamente agredida por vigias.
A C.O.S. Group alega que afirmações como essas não têm fundamento. "Não houve nenhum incidente, nenhuma ocorrência referente à briga que fosse preciso colocar alguém para fora", disse Tony Feitosa, diretor de operações da empresa. "Isso é boato. Não chegou ao meu conhecimento. O que houve bastante foram seguranças ajudando pessoas a ir até a enfermaria. Pessoas que já não estavam bem e tinham ingerido um pouco de álcool." Feitosa, porém, diz que não sabe precisar quantos foram acompanhados.
O advogado da empresa, Arthur Marinho, também rechaçou a hipótese de que o menino teria sido agredido por seguranças e retirado de evento. Ele acredita que tal ação teria sido registrada pelos presentes em câmeras de aparelhos telefônicos, caso tivesse ocorrido.
"Eu imagino que em um evento para 5 mil pessoas, todos ali tenham celulares. Acho muito pouco provável que se houvesse algum tipo de agressão a esse jovem ninguém sacasse o seu celular e começasse a filmar, como aconteceu semana passada com o camelô”, comparou.
O diretor operacional da empresa também afirmou que é procedimento padrão conversar com todos os seguranças para colher relatos de eventuais problemas. Os 140 homens que trabalharam na festa só atuaram na parte interna do velódromo, e relataram apenas o uso frequente de maconha, única droga que conseguiram identificar pelo cheiro.
A diretora do DHPP, Elisabeth Sato, questiona o argumento utilizado pelos representantes da C.O.S Group.
"Na minha visão como policial, afirmar categoricamente que não houve nenhuma intercorrência durante uma festa que durou tantas horas, com mais de 5 mil pessoas, é inviável", afirma.
Segundo ela, a versão do grupo é contraditória com a apresentada pela empresa responsável para fazer o atendimento ambulatorial do evento.
"Temos informações passadas pela empresa contratada para prestar primeiros-socorros que eles tiveram muitos atendimentos de embriaguez e, inclusive, agressão mútua. Isso já cai por terra (a alegação da empresa de segurança)".
LEGENDA: No ponto A, "Raia Olímpica", local onde foi achado o corpo do estudante.
No ponto B, "Velódromo", onde ocorreu a festa. (Ilustração: Arte/G1)
Corpo do estudante Victor Hugo Santos achado na raia olímpica é levado para
veículo do Instituto Médico Legal (IML) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Escadaria próxima ao local onde corpo do estudante foi achado
(Foto: Kleber Tomaz/G1)
O comportamento dos seguranças do evento foi questionado pela família do estudante. Testemunhas relataram à polícia terem visto uma pessoa parecida com Santos sendo supostamente agredida por vigias.
A C.O.S. Group alega que afirmações como essas não têm fundamento. "Não houve nenhum incidente, nenhuma ocorrência referente à briga que fosse preciso colocar alguém para fora", disse Tony Feitosa, diretor de operações da empresa. "Isso é boato. Não chegou ao meu conhecimento. O que houve bastante foram seguranças ajudando pessoas a ir até a enfermaria. Pessoas que já não estavam bem e tinham ingerido um pouco de álcool." Feitosa, porém, diz que não sabe precisar quantos foram acompanhados.
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"Eu imagino que em um evento para 5 mil pessoas, todos ali tenham celulares. Acho muito pouco provável que se houvesse algum tipo de agressão a esse jovem ninguém sacasse o seu celular e começasse a filmar, como aconteceu semana passada com o camelô”, comparou.
O diretor operacional da empresa também afirmou que é procedimento padrão conversar com todos os seguranças para colher relatos de eventuais problemas. Os 140 homens que trabalharam na festa só atuaram na parte interna do velódromo, e relataram apenas o uso frequente de maconha, única droga que conseguiram identificar pelo cheiro.
Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), uma lista com todos os seguranças que atuaram no evento já foi pedida à empresa. Todos deverão ser ouvidos.
O estudante Victor Hugo Santos com camiseta que
ele usava no dia da festa (Foto: Arquivo Pessoal)
ele usava no dia da festa (Foto: Arquivo Pessoal)
A diretora do DHPP, Elisabeth Sato, questiona o argumento utilizado pelos representantes da C.O.S Group.
"Na minha visão como policial, afirmar categoricamente que não houve nenhuma intercorrência durante uma festa que durou tantas horas, com mais de 5 mil pessoas, é inviável", afirma.
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"Temos informações passadas pela empresa contratada para prestar primeiros-socorros que eles tiveram muitos atendimentos de embriaguez e, inclusive, agressão mútua. Isso já cai por terra (a alegação da empresa de segurança)".
Irregularidades
De acordo com a Polícia Federal, a C.O.S. Group não tem autorização para atuar como segurança de eventos. Segundo Feitosa, três empresas compõe o grupo, e a GE Segurança, responsável pelo serviço, é regularizada. "A COS é um grupo de empresas. A responsável pela segurança é a GE Segurança, que está regularizada, com alvará e tudo que a Polícia Federal exige."
O diretor operacional também confirmou que a C.O.S. foi autuada em 2012 por exercer função de segurança em um evento em que deveria apenas fazer o serviço de vigilância. Segundo o diretor de operação, a empresa atua há 13 anos no mercado e atende a USP há seis.
Corpo com marcas
Elisabete Sato afirmou nesta terça que o corpo do estudante não aparenta "visivelmente" nenhuma lesão a não ser "um pequeno hematoma no lábio e um edema no olho direito".
Os machucados podem ser indício de que Victor Hugo sofreu uma queda, por exemplo, ou então que foi agredido. A família do estudante já fez questionamentos públicos sobre o comportamento dos seguranças após testemunhas relatarem à polícia terem visto uma pessoa parecida com Victor Hugo Santos sendo supostamente agredida por seguranças.
Peritos ouvidos pela reportagem e que preferiram não se identificar disseram que o corpo em uma primeira análise não apresentava sinais de afogamento. A necropsia deverá ajudar a polícia a determinar se a morte foi acidental ou se foi um crime. Será investigado, por exemplo, se o rapaz usou drogas e se ingeriu bebida alcóolica. O pai do estudante disse à polícia que ficou sabendo por amigos que o filho estava com drogas no dia da festa, mas não sabe se as usou.
Victor Hugo, de 20 anos, cursava design gráfico no Senac e havia ido ao evento acompanhado de amigos. Segundo o estudante Artur Sarmento, os shows já tinham acabado quando o jovem desapareceu. "A gente estava saindo da festa. Ele falou: ‘Eu vou buscar uma cerveja’. E nisso a gente se desencontrou”, disse. O jovem se separou dos amigos por volta das 4h30.
O corpo foi retirado na manhã desta terça após pessoas que praticavam atividade física na região avisarem funcionários sobre o corpo. Os bombeiros foram chamados.
Segundo José Carlos Simon Farah, diretor-técnico do Cepeusp e professor de remo, não há possibilidade de que o corpo tenha caído em um córrego perto da USP e tenha sido levado pela correnteza até a raia olímpica. Ele afirma que a única maneira de chegar à raia seria pular o portão de acesso, que estaria fechado durante a festa. Alunos, porém, afirmaram que é possível entrar por um espaço em uma lateral do portão.
De acordo com a Polícia Federal, a C.O.S. Group não tem autorização para atuar como segurança de eventos. Segundo Feitosa, três empresas compõe o grupo, e a GE Segurança, responsável pelo serviço, é regularizada. "A COS é um grupo de empresas. A responsável pela segurança é a GE Segurança, que está regularizada, com alvará e tudo que a Polícia Federal exige."
O diretor operacional também confirmou que a C.O.S. foi autuada em 2012 por exercer função de segurança em um evento em que deveria apenas fazer o serviço de vigilância. Segundo o diretor de operação, a empresa atua há 13 anos no mercado e atende a USP há seis.
Corpo com marcas
Elisabete Sato afirmou nesta terça que o corpo do estudante não aparenta "visivelmente" nenhuma lesão a não ser "um pequeno hematoma no lábio e um edema no olho direito".
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Peritos ouvidos pela reportagem e que preferiram não se identificar disseram que o corpo em uma primeira análise não apresentava sinais de afogamento. A necropsia deverá ajudar a polícia a determinar se a morte foi acidental ou se foi um crime. Será investigado, por exemplo, se o rapaz usou drogas e se ingeriu bebida alcóolica. O pai do estudante disse à polícia que ficou sabendo por amigos que o filho estava com drogas no dia da festa, mas não sabe se as usou.
Victor Hugo, de 20 anos, cursava design gráfico no Senac e havia ido ao evento acompanhado de amigos. Segundo o estudante Artur Sarmento, os shows já tinham acabado quando o jovem desapareceu. "A gente estava saindo da festa. Ele falou: ‘Eu vou buscar uma cerveja’. E nisso a gente se desencontrou”, disse. O jovem se separou dos amigos por volta das 4h30.
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Segundo José Carlos Simon Farah, diretor-técnico do Cepeusp e professor de remo, não há possibilidade de que o corpo tenha caído em um córrego perto da USP e tenha sido levado pela correnteza até a raia olímpica. Ele afirma que a única maneira de chegar à raia seria pular o portão de acesso, que estaria fechado durante a festa. Alunos, porém, afirmaram que é possível entrar por um espaço em uma lateral do portão.
LEGENDA: No ponto A, "Raia Olímpica", local onde foi achado o corpo do estudante.
No ponto B, "Velódromo", onde ocorreu a festa. (Ilustração: Arte/G1)
Corpo do estudante Victor Hugo Santos achado na raia olímpica é levado para
veículo do Instituto Médico Legal (IML) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Escadaria próxima ao local onde corpo do estudante foi achado
(Foto: Kleber Tomaz/G1)
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