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Após mais de 7h, sequestrador se entrega e liberta refém em hotel no DF
O sequestrador que invadiu o hotel Saint Peter no centro de Brasília e manteve um funcionário como refém no 13º andar do prédio por mais de sete horas nesta segunda-feira (29) se entregou por volta das 16h, segundo a polícia. Ele foi levado à 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
O refém deixou o hotel em um carro de polícia e passou despercebido por hóspedes e curiosos que acompanhavam o caso na rua em frente. Segundo a corporação, o funcionário foi direto para casa acompanhado da esposa. Ele estava calmo e não precisou de atendimento médico.
De acordo com a polícia, a arma e os cilindros amarrados à cintura do refém não continham material explosivo.
Segundo o comandante do Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal, capitão Lúcio Flávio Teixeira Júnior, o material era composto por canos de PVC recheados com massa epoxi, serragem e terra.
"Medida desenfreada"
O advogado do autor do sequestro, Carlos André Nascimento, chegou à delegacia por volta das 18h30. Segundo ele, o cliente classificou o ato como uma "medida desenfreada" para "chamar a atenção da imprensa".
Nascimento disse que o sequestrador tem problemas psicológicos e que, segundo a família, tentou suicídio há poucos dias. O advogado acompanha o caso desde as 12h desta segunda-feira (29), acionado por familiares do autor.
Ainda segundo Nascimento, o preso será transferido para o Departamento de Polícia Especializada (DPE) porque a polícia teme nova tentativa de suicídio. Até as 18h40, a polícia não tinha se pronunciado sobre a transferência.
Um helicóptero da Polícia Civil sobrevoava o hotel no momento em que as negociações terminaram. Segundo o delegado Paulo Henrique Almeida, da Divisão de Comunicação da Polícia Civil, o homem solicitou uma bandeira do Brasil para usar sobre os ombros no momento da rendição, mas se entregou com medo de ser alvejado pelos policiais. "Ele percebeu que a única saída era a rendição. Graças a Deus a vítima está bem", diz Almeida.
O homem pode responder por cárcere privado, cuja pena é de um a três anos de reclusão. Dependendo do resultado da perícia, ele pode ser indiciado por outros crimes.
Minutos antes de se entregar, o homem apareceu na sacada do prédio com um dos punhos unido por algemas ao braço do refém. O funcionário já aparecia sem o colete com a suposta carga de dinamite, que havia sido amarrado ainda no início da manhã. A esposa do refém e uma madrinha do sequestrador acompanhavam as negociações no espaço em frente à entrada do hotel.
Atiradores de elite da Polícia Civil foram posicionados em áreas estratégicas no início da tarde e aguardavam autorização para atirar. Na ocasião, a polícia ainda não sabia se os explosivos eram verdadeiros. O volume de dinamite teria capacidade para danificar a estrutura do hotel, segundo a polícia.
O autor do sequestro tinha expressado exigências políticas – renúncia de Dilma Rousseff, extradição de Cesare Battisti e o que chamou de "aplicação efetiva da Lei da Ficha Limpa", sob ameaça de detonar os explosivos. O delegado Almeida manteve sigilo sobre o prazo dado pelo sequestrador, mas informou que seria inferior a seis horas.
'Do bem' e cartas
Amiga da família e chamada de tia pelo sequestrador, a dona de casa Alaídes Alves Góis, de 50 anos, disse não ter entendido o que aconteceu. Segundo ela, que soube do caso pela TV, a ação não combina com a postura do sequestrador.
"Ele é como se fosse um filho para mim, foi criado junto com meu filho. Ele me chama de tia", disse. "A atitude dele é muito desesperadora. Não acredito que vá acontecer, que ele vá fazer nenhuma desgraça. Não acho que ele faria isso a alguém. Falei com a mãe dele por telefone. Ela me pediu, pelo amor de Deus, para interceder. Ele me escuta mais que à mãe."
Alaídes conta que conheceu a família quando comprou uma fazenda no interior de Tocantins e se tornou vizinha deles. O contato, iniciado em 1987, prossegue até hoje. A dona de casa disse que todos se consideram como sendo "do mesmo sangue".
Na casa do suspeito, em Combinado, no Tocantins, a polícia encontrou três cartas de despedida escritas pelo sequestrador. De acordo com o delegado Paulo Henrique Almeida, nos textos ele pedia desculpa à mãe e aos tios, se dizia "desesperado" com o atual "cenário político" e falava que "essa tempestade vai passar".
As cartas teriam sido escritas no dia 26. O homem foi para Brasília no próprio carro, e o automóvel foi apreendido para perícia.
Hóspedes desalojados
Por causa do sequestro e ameçada de explosão do hotel, os hópedes do Saint Peter tiveram de deixar o prédio logo cedo. Entre os hóspédes etava o lutador de MMA Rodrigo Nogueira, o Minotauro. Ele e o irmão participaram neste final de semana de um evento esportivo em Brasília.
Minotauro disse ao G1 que foi informado que teria de deixar o hotel por causa de um vazamento de gás. "A gente desceu pelo elevador. Lá dentro não ficamos sabendo de nada. A primeira informação foi que estava tendo um vazamento de gás, que era para a gente sair o mais rápido possível."
O lutador disse que ainda demorou a deixar o Saint Peter porque estava tomando café na hora em que os funcionários estavam indo de quarto em quarto avisar os hóspedes para deixar o hotel. "Quando chegaram ao meu quarto eu tinha saído para tomar café, então quando voltei os quartos já estavam todos abertos, ninguém tinha nenhuma informação."
A médica Larissa Dourado, que veio para Brasília para participar de um congresso de cardiologia, disse que estava no quarto quando os bombeiros bateram à porta, por volta de 9h30 da manhã, e disseram que era para ela deixar o hotel.
"Começaram a bater nas portas dos quartos, chamando a gente, eles se identificaram como bombeiros e disseram que era pra evacuar os quartos. Foi supertranquilo, desci de elevador. Não trouxe nada além do meu celular, até meus documentos estão lá dentro", disse.
O refém deixou o hotel em um carro de polícia e passou despercebido por hóspedes e curiosos que acompanhavam o caso na rua em frente. Segundo a corporação, o funcionário foi direto para casa acompanhado da esposa. Ele estava calmo e não precisou de atendimento médico.
De acordo com a polícia, a arma e os cilindros amarrados à cintura do refém não continham material explosivo.
Segundo o comandante do Esquadrão de Bombas da Polícia Militar do Distrito Federal, capitão Lúcio Flávio Teixeira Júnior, o material era composto por canos de PVC recheados com massa epoxi, serragem e terra.
"Medida desenfreada"
O advogado do autor do sequestro, Carlos André Nascimento, chegou à delegacia por volta das 18h30. Segundo ele, o cliente classificou o ato como uma "medida desenfreada" para "chamar a atenção da imprensa".
Nascimento disse que o sequestrador tem problemas psicológicos e que, segundo a família, tentou suicídio há poucos dias. O advogado acompanha o caso desde as 12h desta segunda-feira (29), acionado por familiares do autor.
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Um helicóptero da Polícia Civil sobrevoava o hotel no momento em que as negociações terminaram. Segundo o delegado Paulo Henrique Almeida, da Divisão de Comunicação da Polícia Civil, o homem solicitou uma bandeira do Brasil para usar sobre os ombros no momento da rendição, mas se entregou com medo de ser alvejado pelos policiais. "Ele percebeu que a única saída era a rendição. Graças a Deus a vítima está bem", diz Almeida.
O homem pode responder por cárcere privado, cuja pena é de um a três anos de reclusão. Dependendo do resultado da perícia, ele pode ser indiciado por outros crimes.
Minutos antes de se entregar, o homem apareceu na sacada do prédio com um dos punhos unido por algemas ao braço do refém. O funcionário já aparecia sem o colete com a suposta carga de dinamite, que havia sido amarrado ainda no início da manhã. A esposa do refém e uma madrinha do sequestrador acompanhavam as negociações no espaço em frente à entrada do hotel.
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O autor do sequestro tinha expressado exigências políticas – renúncia de Dilma Rousseff, extradição de Cesare Battisti e o que chamou de "aplicação efetiva da Lei da Ficha Limpa", sob ameaça de detonar os explosivos. O delegado Almeida manteve sigilo sobre o prazo dado pelo sequestrador, mas informou que seria inferior a seis horas.
'Do bem' e cartas
Amiga da família e chamada de tia pelo sequestrador, a dona de casa Alaídes Alves Góis, de 50 anos, disse não ter entendido o que aconteceu. Segundo ela, que soube do caso pela TV, a ação não combina com a postura do sequestrador.
"Ele é como se fosse um filho para mim, foi criado junto com meu filho. Ele me chama de tia", disse. "A atitude dele é muito desesperadora. Não acredito que vá acontecer, que ele vá fazer nenhuma desgraça. Não acho que ele faria isso a alguém. Falei com a mãe dele por telefone. Ela me pediu, pelo amor de Deus, para interceder. Ele me escuta mais que à mãe."
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Na casa do suspeito, em Combinado, no Tocantins, a polícia encontrou três cartas de despedida escritas pelo sequestrador. De acordo com o delegado Paulo Henrique Almeida, nos textos ele pedia desculpa à mãe e aos tios, se dizia "desesperado" com o atual "cenário político" e falava que "essa tempestade vai passar".
As cartas teriam sido escritas no dia 26. O homem foi para Brasília no próprio carro, e o automóvel foi apreendido para perícia.
Hóspedes desalojados
Por causa do sequestro e ameçada de explosão do hotel, os hópedes do Saint Peter tiveram de deixar o prédio logo cedo. Entre os hóspédes etava o lutador de MMA Rodrigo Nogueira, o Minotauro. Ele e o irmão participaram neste final de semana de um evento esportivo em Brasília.
Minotauro disse ao G1 que foi informado que teria de deixar o hotel por causa de um vazamento de gás. "A gente desceu pelo elevador. Lá dentro não ficamos sabendo de nada. A primeira informação foi que estava tendo um vazamento de gás, que era para a gente sair o mais rápido possível."
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A médica Larissa Dourado, que veio para Brasília para participar de um congresso de cardiologia, disse que estava no quarto quando os bombeiros bateram à porta, por volta de 9h30 da manhã, e disseram que era para ela deixar o hotel.
"Começaram a bater nas portas dos quartos, chamando a gente, eles se identificaram como bombeiros e disseram que era pra evacuar os quartos. Foi supertranquilo, desci de elevador. Não trouxe nada além do meu celular, até meus documentos estão lá dentro", disse.
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