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Onda de homicídios em Belém ganha repercussão nacional; dez já confirmados

Por Redação com Diário Online 05/11/2014 17h05
Foto: Cortesia / Diário Online
O banho de sangue que ocorreu na noite desta terça-feira (4), em Belém, ganhou repercussão nacional. O alcance midiático tem sido abrangente devido a suposta relação do assassinato do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar, com os homicídios registrados na região metropolitana.

O site Folha de São Paulo destaca a morte de sete pessoas em resposta à execução do policial militar. Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (5), por volta das 9 horas, o governo do Estado confirmou 10 homicídios.

As mortes também vêm sendo usadas também por grupos sociais como referência à outras causas. O site Cultura Verde, por exemplo, classifica os crimes como retaliação aos consumidores de drogas.

Outros sites destacam possível motivação racista. "Trata-se de uma das maiores chacinas dos últimos tempos. E, ao que parece, devidamente anunciada", afirmou Negro Belchior, colunista da Carta Capital.

As páginas Racismo Mata e Fórum Social de Manguinhos - FSM destacaram um número não oficial de mortos, que seria de aproximadamente 50 pessoas - muito maior que os 10 homicídios confirmados pelo Instituto Médico Legal (IML) de Belém.

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Nas redes sociais, os crimes também tiveram abrangência nacional, mantemdo-se como um dos assuntos mais comentados no Twitter e Facebook, com as hashtags #Guamá, #Belém e #ChacinaEmBelém.

Medo e insegurança mudam rotina na Grande Belém

A rotina da população em vários bairros da Grande Belém mudou devido a onda de violência que aconteceu horas após a execução do cabo Antônio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar.

Após uma noite sangrenta, marcada por vários homicídios, a sensação de medo e insegurança era notável nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (05): instituições de ensino e vários estabelecimentos comerciais começaram o dia às portas fechadas.

Um professor - que preferiu não quer se identificar - informou que a escola onde trabalha, no bairro do Guamá, optou por liberar os alunos devido o ocorrido. "As escolas do bairro decidiram dar aulas apenas no primeiro horário, devido rumores e, principalmente, por trabalharmos com crianças. A diretora concordou que, por medida de segurança, as aulas deveriam ser suspensas e a situação poderá ser a mesma amanhã, caso este clima de insegurança permaneça na comunidade", disse.

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A dona de casa Priscila Dias preferiu não sair de casa. "Meu marido e minhas irmãs aconselharam que eu deixasse para outro dia os meus afazeres longe de casa", destaca. "Minha filha tinha uma consulta marcada com o fisioterapeuta, mas deixei de levá-la, pois estou com medo de andar pelas ruas do Jurunas. Não vi nenhum caso de violência nesta madrugada, mas os vídeos que chegaram pelo celular me assustaram muito."

Ao menos uma faculdade confirmou a suspensão de todas aulas, hoje. "Diante de tantas informações desencontradas, inclusive dadas pelos próprios órgãos de segurança, que não conseguem passar de maneira precisa para a sociedade o andamento da situação, uma reunião de diretoria foi realizada esta manhã, e foi decidido que as aulas estão suspensas", informou a coordenadora do curso de Jornalismo da Faculdade Ipiranga, Carla Catete.