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Filme ‘Made in China’, com Regina Casé, é versão estendida do ‘Esquenta!’

Por Redação com veja 06/11/2014 17h05
Foto: Divulgação
A China foi tema do Esquenta!, da TV Globo, no último domingo e quem assistiu ao programa pôde ter uma pequena demonstração de como Made in China é. O longa, que entra em cartaz nesta quinta-feira, marca o retorno ao cinema de Regina Casé, que não atuava desde Eu Tu Eles (2000), filme de Andrucha Waddington (Casa de Areia). Em miúdos, Made in China é uma junção de temas, cores, músicas e pessoas semelhante à do dominical comandado por Regina. O Saara, centro de comércio popular mais importante do Rio de Janeiro, é o palco da comédia dirigida por Estevão Ciavatta, marido da apresentadora. É um filme que fala sobre o cotidiano do varejo popular brasileiro — como enfrentar a concorrência forte e como conquistar mais clientes —, e também explora o estranhamento e o medo do diferente, neste caso, os chineses que “invadiram” o Brasil. Aos que apreciam o programa Esquenta!, o filme pode proporcionar boas risadas. Mas, a partir de um olhar mais profundo, pode causar certo desconforto pelo roteiro confuso e pelo humor raso.

Made in China gira em torno da Casa São Jorge, loja de brinquedos de Seu Nazir (Otávio Augusto), que fica no Saara. A vendedora do estabelecimento, Francis (Regina Casé), fica estarrecida com o preço baixo dos produtos dos vizinhos recém-chegados, os chineses da loja Casa do Dragão. Ela vê seu patrão árabe atolar-se em dívidas, o que também assusta os outros funcionários, Andressa (Juliana Alves), Carlos Eduardo (Xande de Pilares) e Peri (Luis Lobianco). Então, intrigada, Francis decide investigar o fenômeno chinês no Brasil. Em meio a isso, outras histórias se desenrolam, como o romance inatingível de Andressa e Peri, a amizade entre judeus e árabes do Saara, e a divergência cultural entre os personagens.

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A salada de frutas que se instala no filme é típica de centros comerciais populares. Sobra espaço até para mostrar um pouco de religiões como o catolicismo, o judaísmo, o budismo e a umbanda.

Mas Made in China tem pontos positivos. Como a impressionante réplica do Saara construída em um estúdio com 1.200 metros quadrados. Outro ponto é a contratação dos chineses Yili Chang (Din Din), Tony Lee (Chao) e Liú Wang (Lai), que falam pouco da língua portuguesa e dão credibilidade aos personagens. A personalidade de Francis esbanja notável espiritualidade, que inclusive se parece muito com a de sua intérprete. A sintonia dela com seu par romântico, Carlos Eduardo (Xande de Pilares), também rende boas risadas.

Contudo, talvez o grande desafio do humor brasileiro seja deixar de lado estereótipos já reforçados no dia a dia, e que não têm mais tanta graça. Personagens como a gostosona burra, o malandro caloteiro, e o filho que não quer sair da casa dos pais já foram usadas inúmeras vezes.