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Correios tem previsão de concurso para níveis médio e superior em 2015
O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, informou que o aguardado concurso da estatal poderá ser realizado no segundo semestre do ano que vem. E a tendência, segundo ele, é que a seleção abranja todos os cargos da empresa. “Provavelmente, mas sempre com especial atenção para as áreas operacionais. Carteiro, operador de triagem”, afirmou, citando os dois cargos, que junto com atendente comercial, integram a carreira de agente dos Correios, cujo requisito básico é o ensino médio completo e tem remuneração inicial de R$2.006,65.
Mas se por um lado o presidente da estatal permitiu aos interessados na oportunidade programarem melhor a sua preparação, por outro ele foi cauteloso em confirmar a realização do concurso para o próximo ano. Segundo Pinheiro, é muito provável que a seleção seja feita em 2015, porém, a empresa ainda irá avaliar se existe essa necessidade. A postura foi duramente criticada pelo secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), José Rodrigues dos Santos Neto, segundo quem a projeção representa uma quebra do compromisso assumido pela empresa durante a negociação do acordo coletivo de trabalho deste ano. “Na negociação coletiva com os representantes da empresa foi falado que ela faria concurso público logo após a conclusão do Pdia”, reclamou.
Pelo menos 6 mil aposentadorias em 2014
Pdia é o programa de incentivo ao desligamento para aposentados que seguem trabalhando na empresa, que seria um motivo a mais para a abertura imediata do concurso, como cobra a Fentect. “Estão saindo cerca de oito mil trabalhadores ou mais. E isso vai ser motivo para a gente se organizar e exigir que a empresa já prepare esse concurso logo para o início de 2015”, afirmou o representante da categoria, rebatendo, inclusive o número de saídas apontado pelo presidente da estatal. De acordo com Wagner Pinheiro, cerca de seis mil pessoas deverão deixar a empresa por meio do programa. “A informação que temos é que já saíram em torno de oito mil e que ainda pode ter adesão até o início de dezembro”, disse José Rodrigues.
Ainda este mês, possivelmente nos dias 25 e 26, a Fentect irá promover um fórum nacional da categoria e entre os assuntos a serem debatidos estará o concurso da empresa. “Vamos organizar a categoria para exigir que a empresa realize concurso imediatamente. Vai ser uma briga grande de todo o movimento dos Correios”, garantiu o sindicalista. Para o presidente da empresa “não há condições” da seleção ser realizada no próximo semestre.
Wagner Pinheiro admitiu que o novo concurso dos Correios ainda não foi aberto pelo fato da seleção feita em 2011 ainda estar vigente e contar com aprovados aguardando convocação. A validade do concurso expiraria no ano passado, mas foi prorrogada por meio de liminar da Justiça do Trabalho, até o fim do processo por meio do qual o Ministério Público do Trabalho (MPT) questiona a contratação de terceirizados em detrimento da convocação de aprovados na seleção. Uma audiência para publicar a decisão sobre o caso está marcada para esta quarta-feira, dia 19, na 15ª Vara do Trabalho, em Brasília. A publicação, no entanto, já foi adiada em outras cinco oportunidades.
Apesar da justificativa de Pinheiro, a juíza Audrey Choucair Vaz, que está à frente da ação, já informou que o caso não impede a abertura de nova oportunidade pela estatal. A divulgação do edital do concurso vem sendo aguardada desde 2012, quando a seleção foi anunciada pela empresa. De lá para cá, algumas previsões chegaram a ser feitas, sendo a última delas em janeiro deste ano. Na ocasião, o chefe de gabinete da presidência dos Correios, Adeílson Ribeiro Telles, afirmou que o edital do concurso já estava em fase final de elaboração, e que seria publicado entre março e abril.
Segundo Telles, àquela altura o que atrasava a abertura da seleção era a sua grandiosidade. “Será um concurso de âmbito nacional, com complexidade maior, por isso precisa de mais algumas etapas para que aconteça efetivamente”, disse à época. Agora, o presidente da estatal alega também que momentaneamente as convocações que estão sendo feitas suprem a necessidade da estatal. “Fizemos uma avaliação e vimos que com o aproveitamento das pessoas do concurso anterior não seria necessário fazer o concurso em curto prazo”, explicou Pinheiro.
A avaliação do dirigente mais uma vez destoa da feita pela federação dos trabalhadores da empresa. Segundo a Fentec, as convocações têm sido feitas “muito timidamente” ao passo que a estatal precisa contratar 70 mil trabalhadores, sendo pelo menos 35 mil carteiros. Os Correios negam que haja demanda nesse quantitativo. Os números, de acordo com a federação, incluem a necessidade de substituição de 30 mil terceirizados irregulares, prática que também foi desmentida pela empresa. A estatal garantiu que não terceiriza sua atividade-fim, e que apenas contrata mão de obra temporária, nos casos em que há aumento sazonal na demanda por serviços, como por exemplo no período de Natal e Dia das Mães, e para “operações logísticas especiais”.
Sobre as declarações do presidente da empresa, surpreendeu o fato dele ter afirmado que o planejamento visando ao novo concurso ainda será iniciado. Isso porque sempre que questionado, os Correios vinham informando que o edital estava em fase de planejamento para estabelecer os cargos, localidades, vagas, critérios e regras para participação, embora não houvesse data definida para a publicação, restando inclusive a escolha da instituição organizadora. Confrontada com as falas de Pinheiro, a Assessoria de Imprensa da estatal informou que elas é que devem ser consideradas.
São Paulo é o estado com maior carência
O número de vagas no novo concurso da empresa ainda será definido e dependerá do número de aposentadoria e outras saídas e de como ficará a distribuição dos trabalhadores em todo o país, conforme apontou Wagner Pinheiro. De acordo com ele, São Paulo é o estado com maior déficit. “São Paulo tem uma carência grande porque entram e saem muitos trabalhadores da nossa empresa. No interior de São Paulo existe essa carência. É o estado de maior preocupação.” De acordo com José Rodrigues, da Fentect, na sequência vêm Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Mas todos os estados possuem necessidade. No Norte e no Nordeste há uma carência muito grande, principalmente de atendentes”, apontou, em entrevista recente.
Como confirmou o presidente dos Correios, a maioria das vagas do novo concurso será para carteiro, atendente comercial e operador de triagem e transbordo. A remuneração inicial de R$2.006,65 corresponde a 27 dias de trabalho por mês. Para os que trabalharem 23 dias mensalmente, os ganhos são de R$1.893,50. Os valores são compostos por R$1.084,35 de vencimento inicial, acrescido de R$158,50 de vale cesta-básica e R$763,80 (27 dias) ou R$650,65 (23 dias) de vale-alimentação. Para carteiro, a remuneração média ainda pode chegar a cerca de R$2.200, considerando-se também outros adicionais. Para o nível superior, as oportunidades deverão estar distribuídas por diferentes especialidades. Nesse caso, a remuneração é de R$4.962,05 ou R$4.848,90, dependendo do número de dias trabalhados e incluindo os auxílios.
Mas se por um lado o presidente da estatal permitiu aos interessados na oportunidade programarem melhor a sua preparação, por outro ele foi cauteloso em confirmar a realização do concurso para o próximo ano. Segundo Pinheiro, é muito provável que a seleção seja feita em 2015, porém, a empresa ainda irá avaliar se existe essa necessidade. A postura foi duramente criticada pelo secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), José Rodrigues dos Santos Neto, segundo quem a projeção representa uma quebra do compromisso assumido pela empresa durante a negociação do acordo coletivo de trabalho deste ano. “Na negociação coletiva com os representantes da empresa foi falado que ela faria concurso público logo após a conclusão do Pdia”, reclamou.
Pelo menos 6 mil aposentadorias em 2014
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Ainda este mês, possivelmente nos dias 25 e 26, a Fentect irá promover um fórum nacional da categoria e entre os assuntos a serem debatidos estará o concurso da empresa. “Vamos organizar a categoria para exigir que a empresa realize concurso imediatamente. Vai ser uma briga grande de todo o movimento dos Correios”, garantiu o sindicalista. Para o presidente da empresa “não há condições” da seleção ser realizada no próximo semestre.
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Apesar da justificativa de Pinheiro, a juíza Audrey Choucair Vaz, que está à frente da ação, já informou que o caso não impede a abertura de nova oportunidade pela estatal. A divulgação do edital do concurso vem sendo aguardada desde 2012, quando a seleção foi anunciada pela empresa. De lá para cá, algumas previsões chegaram a ser feitas, sendo a última delas em janeiro deste ano. Na ocasião, o chefe de gabinete da presidência dos Correios, Adeílson Ribeiro Telles, afirmou que o edital do concurso já estava em fase final de elaboração, e que seria publicado entre março e abril.
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A avaliação do dirigente mais uma vez destoa da feita pela federação dos trabalhadores da empresa. Segundo a Fentec, as convocações têm sido feitas “muito timidamente” ao passo que a estatal precisa contratar 70 mil trabalhadores, sendo pelo menos 35 mil carteiros. Os Correios negam que haja demanda nesse quantitativo. Os números, de acordo com a federação, incluem a necessidade de substituição de 30 mil terceirizados irregulares, prática que também foi desmentida pela empresa. A estatal garantiu que não terceiriza sua atividade-fim, e que apenas contrata mão de obra temporária, nos casos em que há aumento sazonal na demanda por serviços, como por exemplo no período de Natal e Dia das Mães, e para “operações logísticas especiais”.
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São Paulo é o estado com maior carência
O número de vagas no novo concurso da empresa ainda será definido e dependerá do número de aposentadoria e outras saídas e de como ficará a distribuição dos trabalhadores em todo o país, conforme apontou Wagner Pinheiro. De acordo com ele, São Paulo é o estado com maior déficit. “São Paulo tem uma carência grande porque entram e saem muitos trabalhadores da nossa empresa. No interior de São Paulo existe essa carência. É o estado de maior preocupação.” De acordo com José Rodrigues, da Fentect, na sequência vêm Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Mas todos os estados possuem necessidade. No Norte e no Nordeste há uma carência muito grande, principalmente de atendentes”, apontou, em entrevista recente.
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