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Capa do novo 'Charlie Hebdo' terá Maomé com placa 'Eu sou Charlie'

Por G1 13/01/2015 10h10
Foto: Divulgação
A capa da próxima edição do jornal francês "Charlie Hebdo" trará uma caricatura de Maomé segurando uma placa que diz "Eu sou Charlie" e terá o título "Tudo está perdoado", segundo divulgou o "Libération" no Twitter nesta segunda-feira (12).

A sede do jornal foi alvo de atentado que deixou 12 mortos na última quarta-feira.
A equipe do "Charlie Hebdo" trabalha na próxima edição em espaço cedido na sede da redação do "Libération". A charge da capa é assinada pelo chargista "Luz".

O próximo número do jornal terá 3 milhões de exemplares - normalmente são 60 mil - e criticará, como de hábito, políticas e religiões, e incluirá caricaturas de Maomé, segundo informou o advogado da publicação. A nova edição será vendida em 25 países, de acordo com a France Presse.

"Não cederemos em nada, senão tudo isto não faria sentido", disse Richard Malka. "Rimos de nós mesmos, das políticas, das religiões, é um estado de ânimo", afirmou o advogado.

O Charlie Hebdo "dos sobreviventes", como é conhecida a edição que sai na próxima quarta-feira, será "traduzido para 16 idiomas", de acordo com o médico e cronista Patrick Pelloux.

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Para Malka, "nunca temos o direito a criticar um judeu por ser judeu, um muçulmano por ser muçulmano, um cristão por ser cristão, mas podemos dizer tudo o que quisermos, as coisas mais horríveis, e as dizemos sobre o cristianismo, o judaísmo e o Islã, porque além da unidade dos belos lemas, esta é a realidade do Charlie Hebdo".

O advogado disse que o jornal recebeu pedidos de 300 mil cópias em todo o mundo, e que normalmente o jornal tem tiragem de 4 mil exemplares fora da França.

O número de quarta-feira está sendo preparado exclusivamente por membros da equipe do jornal e não incluirá desenhos de cartunistas externos que publicaram incontáveis esboços em homenagem às vítimas depois do atentado.
Nos Estados Unidos, o Clube de Imprensa de Los Angeles anunciou que o jornal receberá este ano o prêmio Daniel Pearl à coragem e à integridade jornalística. O anúncio foi feito na presença dos pais do jornalista americano, assassinado em 2002 no Paquistão.
O editor-chefe do jornal, Gerard Biard, disse se sentir "profundamente honrado" em receber este tributo. "Evidentemente, vamos aceitá-lo", afirmou.

Vítimas

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Neste domingo, 3,7 milhões de pessoas saíram às ruas na França para homenagear as vítimas dos atentados na França. Uma sequência de ataques deixou 20 pessoas mortas na França desde a invasão do jornal satírico "Charlie Hebdo".

Entre as vítimas do jornal estavam o lendário cartunista francês Georges Wolinski, conhecido por seu trabalho de forte teor erótico e político, considerado um dos símbolos de maio de 68, está entre os mortos no ataque contra o escritório da revista satírica "Charlie Hebdo", em Paris, nesta quarta-feira (7). Ele tinha 80 anos.

Além de Wolinski, outros três conhecidos cartunistas estão entre as vítimas: o editor da publicação, Stephane Charbonnier, o "Charb"; Jean Cabut, o "Cabu"; e Tignous. 


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