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Veja crítica completa de 'Busca Implacável'
Essa semana estreou no Brasil a aguardada (em alguns círculos, ao menos) terceira parte da franquia “Busca Implacável”. A expectativa vem, basicamente, da surpresa positiva que foi o primeiro filme, que mostrava Liam Neeson como Brian Mills, um ex-operativo da CIA que usa todas as suas habilidades para rastrear sua filha que foi sequestrada na Europa. E, claro, no caminho arrebenta a cara dos evolvidos nisso.
O primeiro funciona que é uma beleza. Neeson dá um peso raro para um personagem que é basicamente uma desculpa para vermos tiros, socos e pontapés, ao mesmo tempo em que o filme é muito eficiente em mostrar esses mesmos tiros, socos e pontapés. Além disso ele capitaliza bem sobre a carreira respeitável de ator sério ao segurar um pouco o momento em que veremos ele em ação de verdade, nos brindando com o já icônico diálogo do telefone, em que ele diz ter “um conjunto particular de habilidades”.
O segundo filme ainda mantém algo desse espírito. Pesa a mão no melodrama no primeiro ato para explodir em ação. E ainda busca uma interessante aproximação entre o herói e o antagonista, esse último sendo o pai dos traficantes do primeiro filme. Uma pena que o desfecho não seja eficiente em, justamente, compreender quais são os elementos que tornaram o primeiro “Busca Implacável” em um sucesso e produzam um thriller que não apenas é genérico, como também é falho.
Não é a primeira vez que isso acontece. Perceba que como é nisso que reside a queda de qualidade da franquia “Duro de Matar”. O primeiro filme foi um sucesso por ter colocado um policial de Nova York tendo que ir para Los Angeles no Natal. Uma vez lá, acaba se vendo no meio de um grande assalto e faz o que pode para tentar sobreviver e salvar as vidas dos envolvidos. O segundo filme ainda capta boa parte desse espírito, e o fato dele estar em uma ressaca matadora no terceiro ainda resolve parte do problema. Mas nos dois últimos John McClanne se transformou em uma espécie de super-policial especialista em situações desesperadoras (deve ser a experiência), o que também jogou a franquia na seara do genérico.
Por sorte, há franquias que conseguem sobreviver a isso. “Máquina Mortífera” talvez seja o maior exemplo. Todos os quatro filmes se equilibram bem na relação entre os dois policiais, Martin Riggs e Roger Murtaugh, o primeiro completamente maluco e o segundo um pai de família responsável. Caso resolvido – em geral envolvendo a morte de uma namorada de Riggs -, eles partem para porradaria e tiroteio, tudo com aquela trilha espertíssima de sax dando o tom. Mas talvez o fato de que todos foram escritos por Shane Black (que viria a dirigir “Homem de Ferro 3″ anos depois) e dirigidos por Richard Donner.
Dificilmente “Busca Implacável” será a última franquia de ação a perder as qualidades, tampouco. No final do ano passado tivemos “De Volta ao Jogo”, honesto filme que mostrava Keanu Reeves como um ex-assassino da máfia russa que volta a ativa depois de roubarem seu carro e matarem seu cachorro. Simples, direto, com ótimas cenas e filmado com uma certa poesia estética. A trama não chega a deixar um gancho para uma continuação, o que não quer dizer que ela não exista. Mas como foi um sucesso, as chances são grandes. Nesse caso, costuma acontecer de algum produtor interferir demais, descaracterizando aquele universo. A única preocupação é com o retorno do investimento.
Infelizmente, caso haja uma continuação de “De Volta ao Jogo” (ou outra de “Um Tira da Pesada”, por exemplo), são grandes as chances de que o resultado não seja tão bom. Resta torcer para que, caso haja, os envolvidos saibam o que é que levou o original ao sucesso.
O primeiro funciona que é uma beleza. Neeson dá um peso raro para um personagem que é basicamente uma desculpa para vermos tiros, socos e pontapés, ao mesmo tempo em que o filme é muito eficiente em mostrar esses mesmos tiros, socos e pontapés. Além disso ele capitaliza bem sobre a carreira respeitável de ator sério ao segurar um pouco o momento em que veremos ele em ação de verdade, nos brindando com o já icônico diálogo do telefone, em que ele diz ter “um conjunto particular de habilidades”.
O segundo filme ainda mantém algo desse espírito. Pesa a mão no melodrama no primeiro ato para explodir em ação. E ainda busca uma interessante aproximação entre o herói e o antagonista, esse último sendo o pai dos traficantes do primeiro filme. Uma pena que o desfecho não seja eficiente em, justamente, compreender quais são os elementos que tornaram o primeiro “Busca Implacável” em um sucesso e produzam um thriller que não apenas é genérico, como também é falho.
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Por sorte, há franquias que conseguem sobreviver a isso. “Máquina Mortífera” talvez seja o maior exemplo. Todos os quatro filmes se equilibram bem na relação entre os dois policiais, Martin Riggs e Roger Murtaugh, o primeiro completamente maluco e o segundo um pai de família responsável. Caso resolvido – em geral envolvendo a morte de uma namorada de Riggs -, eles partem para porradaria e tiroteio, tudo com aquela trilha espertíssima de sax dando o tom. Mas talvez o fato de que todos foram escritos por Shane Black (que viria a dirigir “Homem de Ferro 3″ anos depois) e dirigidos por Richard Donner.
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Infelizmente, caso haja uma continuação de “De Volta ao Jogo” (ou outra de “Um Tira da Pesada”, por exemplo), são grandes as chances de que o resultado não seja tão bom. Resta torcer para que, caso haja, os envolvidos saibam o que é que levou o original ao sucesso.
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