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Lava Jato: R$ 800 mil foram entregues em Alagoas, aponta documento
Uma matéria publicada pelo Estadão nesta quinta-feira (19) revela que, durante as investigações da Operação Lava Jato, a Polícia Federal teve acesso a planilhas que indicam a atuação do doleiro Alberto Youssef em Alagoas. De acordo com o material, exatos R$ 800 mil foram entregues no estado em dezembro de 2013. Nenhum nome de político ou empresário, no entanto, é citado na matéria.
Nas planilhas divulgadas pelo jornal, há duas referências a Maceió (que é tratada apenas como Mcz): a primeira menção acontece no dia 13 de dezembro de 2013, quando, segundo o documento, foram entregues R$ 500 mil; já a segunda referência acontece no dia 19 de dezembro de 2013, quando, conforme a planilha, foram entregues mais R$ 300 mil. O texto, no entanto, não deixa claro se seria dinheiro em espécie.
A Polícia Federal apreendeu o material, de acordo com a matéria, em novembro do ano passado, mas as informações só foram divulgadas nesta quinta. Além da movimentação em Alagoas, há referência a valores pagos em outros estados.
Youssef confirmou que seus carregadores de dinheiro também fizeram entregas em Minas Gerais, Salvador (BA), Natal (RN) e Recife (PE). O delator explicou que “dentre os locais de entrega existiam endereços de destinatários desses recursos”.
O doleiro admitiu que operava um caixa paralelo da OAS e de outras empreiteiras, recebendo 3% de cada operação. Ao ser confrontado com a planilha de pagamentos, confirmou que algumas das siglas fazem referência a sedes da construtora e endereços residenciais em diferentes estados para onde ele ou pessoas indicadas levaram dinheiro. O doleiro ressaltou, contudo, que, “pelo que sabe”, tais movimentações irregulares não têm relação com a estatal petrolífera.
Em seu depoimento, Youssef explica que os valores entre parênteses na planilha indicam a "saída" de dinheiro da contabilidade paralela, isto é, a entrega de dinheiro em espécie, enquanto os demais valores indicam a entrada de receita. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, considerando apenas os valores de entrada, mostra que a contabilidade paralela da OAS operada pelo doleiro recebeu, durante todo o ano de 2013, até 15 de janeiro de 2014, R$ 28 milhões, dos quais ao menos R$ 23 milhões “saíram”, ou seja, foram entregues em diferentes regiões do País.
“Vista da referida planilha, esclarece que pode identificar valores entregues na sede da OAS, o que é representado pela sigla ‘SP’; que a sigla RJ representa valores entregues pelo policial Jayme ‘Careca’ (Jayme Alves de Oliveira, um dos 'mulas' do doleiro e também réu na Lava Jato) junto à sede da empresa na capital fluminense”, detalha Youssef em sua delação.
Ainda segundo o delator, “a sigla POA refere-se à entrega de valores junto ao estádio do Grêmio de Futebol Porto Alegrense, onde a OAS mantinha um escritório e onde entregou R$ 66.000 e R$ 500.000". A sigla, que aparece várias vezes na planilha, também faz referência a um “endereço residencial”, segundo o doleiro.
O doleiro ainda explicou em sua delação que a planilha foi elaborada por “José Ricardo, diretor ou gerente da empresa OAS ligado à área financeira e a fim de estabelecer um controle sobre os recursos movimentados pelo declarante”. O executivo da OAS José Ricardo Nogueira Breghirolli foi preso na Lava Jato e é réu na ação penal contra ele e outros cinco dirigentes da empreiteira. Procurada, a OAS afirmou por meio de nota que “nega veementemente” as acusações de Youssef.
Operação
Na delação, Youssef também explica como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro no exterior que permitia a ele trazer os recursos ao Brasil. Ele admite que operava valores para a OAS e outras empresas, utilizando as contas da companhia Santa Tereza Services no banco suíço PKB, que ficam em nome de João Procópio, operador de contas de Youssef e réu na Lava Jato.
Por meio dessa conta, Youssef repassava a quantia para as contas de outros operadores, como Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro do doleiro, que trazia o dinheiro de forma ilícita ao Brasil, para que Youssef distribuísse o montante nos endereços indicados pela OAS. O doleiro afirmou ainda que cobrava 3% do valor dos depósitos para trazer o dinheiro ao Brasil e entregá-lo “em quaisquer lugares que fossem determinados pela empreiteira”.
Nas planilhas divulgadas pelo jornal, há duas referências a Maceió (que é tratada apenas como Mcz): a primeira menção acontece no dia 13 de dezembro de 2013, quando, segundo o documento, foram entregues R$ 500 mil; já a segunda referência acontece no dia 19 de dezembro de 2013, quando, conforme a planilha, foram entregues mais R$ 300 mil. O texto, no entanto, não deixa claro se seria dinheiro em espécie.
A Polícia Federal apreendeu o material, de acordo com a matéria, em novembro do ano passado, mas as informações só foram divulgadas nesta quinta. Além da movimentação em Alagoas, há referência a valores pagos em outros estados.
Youssef confirmou que seus carregadores de dinheiro também fizeram entregas em Minas Gerais, Salvador (BA), Natal (RN) e Recife (PE). O delator explicou que “dentre os locais de entrega existiam endereços de destinatários desses recursos”.
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Em seu depoimento, Youssef explica que os valores entre parênteses na planilha indicam a "saída" de dinheiro da contabilidade paralela, isto é, a entrega de dinheiro em espécie, enquanto os demais valores indicam a entrada de receita. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, considerando apenas os valores de entrada, mostra que a contabilidade paralela da OAS operada pelo doleiro recebeu, durante todo o ano de 2013, até 15 de janeiro de 2014, R$ 28 milhões, dos quais ao menos R$ 23 milhões “saíram”, ou seja, foram entregues em diferentes regiões do País.
“Vista da referida planilha, esclarece que pode identificar valores entregues na sede da OAS, o que é representado pela sigla ‘SP’; que a sigla RJ representa valores entregues pelo policial Jayme ‘Careca’ (Jayme Alves de Oliveira, um dos 'mulas' do doleiro e também réu na Lava Jato) junto à sede da empresa na capital fluminense”, detalha Youssef em sua delação.
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O doleiro ainda explicou em sua delação que a planilha foi elaborada por “José Ricardo, diretor ou gerente da empresa OAS ligado à área financeira e a fim de estabelecer um controle sobre os recursos movimentados pelo declarante”. O executivo da OAS José Ricardo Nogueira Breghirolli foi preso na Lava Jato e é réu na ação penal contra ele e outros cinco dirigentes da empreiteira. Procurada, a OAS afirmou por meio de nota que “nega veementemente” as acusações de Youssef.
Operação
Na delação, Youssef também explica como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro no exterior que permitia a ele trazer os recursos ao Brasil. Ele admite que operava valores para a OAS e outras empresas, utilizando as contas da companhia Santa Tereza Services no banco suíço PKB, que ficam em nome de João Procópio, operador de contas de Youssef e réu na Lava Jato.
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