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Sem clima no São Paulo, Ganso pode voltar para o Santos

Por Redação com Gazeta Esportiva 07/04/2015 15h03
Foto: Divulgação
A traumática saída de Paulo Henrique Ganso do Santos rumo ao rival São Paulo, em setembro de 2012, ficou no passado. Pelo menos é o que entendem ambos os clubes e o grupo DIS, responsáveis pela polêmica transferência do ‘Menino da Vila’ ao Morumbi.

Após pouco menos de três temporadas no Tricolor, Ganso já é visto como um jogador sem clima no clube. Suas atuações abaixo das expectativas já geram muita irritação entre os torcedores. Internamente, a saída de Muricy Ramalho do comando técnico também foi uma grande perda para o meia. A relação com Milton Cruz, auxiliar permanente e treinador interino por ora, não é boa, assim como o contato com membros da diretoria. O São Paulo pretende agir silenciosamente, mas negociar o jogador virou uma prioridade.

E a alternativa mais viável, no momento, pode ser o retorno de Ganso ao clube que o revelou para o futebol. O maior interessado em um eventual acordo é o grupo DIS, dono de 68% dos direitos econômicos do camisa 10. A princípio, o acordo por empréstimo teria custo zero e valeria à partir do Campeonato Brasileiro. O salário de R$ 380 mil mensais seria pago pelos dois rivais, em partes iguais.

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O vínculo de Ganso com o Tricolor do Morumbi é de cinco anos e a intenção é valorizar o atleta para encontrar um comprador europeu. O desejo de imigrar ao Velho Continente também é assumido pelo meia, que se considera o melhor em sua posição no Brasil, mas, diferente de outras épocas, agora aceita buscar uma chance em clubes de segundo escalão da Europa.

Apesar de não ter feito oferta e nem mesmo ter se reunido com dirigentes são-paulinos ainda, o Santos enxerga o negócio com bons olhos. Além do ganho técnico para a equipe, Modesto Roma Jr. tem um bom relacionamento com Ganso, que nunca negou seu desejo de um dia voltar a vestir a camisa santista.

Tanto para a atual diretoria quanto para o jogador, as divergências e desafetos que marcaram a saída do meia do Peixe são restritas ao ex-presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro e a cúpula alvinegra que estava à frente do clube à época. Além disso, o custo mensal de R$ 190 mil estaria abaixo do novo teto estabelecido pelo atual mandatário, que é de salários até R$ 200 mil.

Ainda embrionárias, as tratativas devem evoluir até o início do Campeonato Brasileiro. Representantes do grupo DIS vão intermediar as conversas até que se chegue a um estágio mais próximo de um acordo. Afinal, apesar da abertura da dupla San-São, o principal interessado são os investidores, que ainda sonham em lucrar com uma grande venda de seu promissor cliente de 25 anos.

Entalado

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Trazer Ganso de volta não seria apenas uma questão financeira para o Santos. Reconciliar o jogador com a torcida do Peixe, talvez, se transforme a principal tarefa do clube, caso o acordo se concretize.

As polêmicas declarações do atleta quando ainda defendia o Alvinegro praiano, muitas vezes citando a grandeza do rival e pontuando as questões financeiras, fizeram com que muitos fãs perdessem o encanto pelo meia, que surgiu em 2008, ao lado de Neymar, e conquistou o Brasil em pouco tempo.

No Santos, Ganso levou três campeonatos Paulistas (2010, 2011, 2012), uma Copa do Brasil (2010), uma Recopa Sul-Americana (2012) e uma Libertadores da América (2011). Nada disso, porém, evitou que o jogador sofresse com a fúria da torcida, que até hoje atira moedas no campo quando revê o ex-Menino da Vila.

A gota d’água aconteceu no confronto diante do Bahia, pelo Brasileirão de 2012. A derrota por 3 a 1 na Vila Belmiro com uma atuação irreconhecível e até mesmo displicente do meia resultou em protestos e pichações de sua imagem – que viria a ser apagada definitivamente posteriormente - no muro do CT Rei Pelé.

Para acertar a compra, o São Paulo, que era dirigido por Juvenal Juvêncio, pagou R$ 23,9 milhões para adquirir o percentual de 45% que o Santos detinha do jogador. O clube alvinegro ainda conseguiu impor cláusula de uma comissão de 5% do valor de uma futura transferência.