Em visita à Fazenda São Luiz, onde funciona a Unidade de Ensino de Viçosa da Universidade Federal de Alagoas, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, conheceu as instalações do Hospital Veterinário, que está fase de conclusão, além do complexo de laboratórios de apoio à pesquisa. Ao conhecer do centro hospitalar, na última sexta-feira (28), Aldo colocou o Ministério e os órgãos de fomento à pesquisa para apoiar estudos que venham melhorar os índices de saúde pública do Estado em relação às zoonoses.

O professor Pierre Barnabé apresenta as instalações do futuro hospital, que atenderá a animais de pequeno e grande porte, e fala do sério problema de saúde pública em Alagoas. “Estamos com a estrutura física pronta, mas temos um momento crucial, o recheio dessa unidade, que é aprovar no MEC [Ministério da Educação] uma residência no hospital, porque, além dos problemas no agronegócio, temos um problema sério de saúde pública no Estado. De 80% a 85% das doenças associadas aos problemas emergentes estão nos animais. Acho que esse trabalho também deve ser focado e sua visita [do ministro Aldo] é muito importante para nos apoiar enquanto Ministério da Ciência e Tecnologia”, destacou.

Pierre ressalta ainda que o problema de zoonoses [doenças transmitidas entre humanos e animais] está no Estado inteiro. “Só temos um curso de Medicina Veterinária público que é o da Ufal. Então, esse olhar para essa área de saúde pública em relação às zoonoses é muito importante”, disse.

O hospital vai oferecer serviços nas áreas clínica, diagnóstico, cirurgia, laboratório de análises clínicas, reprodução, centro cirúrgico e ambulatórios para animais de pequeno e grande porte. Para Pierre, o curso de Medicina Veterinária tem grande projeção regional, principalmente na área de equinos. “Já temos cavalos internados que são oriundos de Sergipe e de Pernambuco, na parte de cirurgia. Também estamos sempre em contato com produtores da nossa região para a questão do agronegócio”, anunciou.

O ministro declara que a Universidade pode contar com o apoio não só do Ministério, mas dos órgãos de apoio à pesquisa. “Vamos fazer um levantamento para ver nos programas já existentes no Ministério, além do CNPq e na Finep [Financiadora de Estudos e Projetos]. Essa área para nós é prioritária. Temos linhas de financiamento. Na linha de atuação do Ministério há uma preocupação com a redução das desigualdades regionais e essa redução só pode ser possível quando você trata os desiguais de forma desigual. Se não for assim, vamos privilegiar quem está na frente, num estágio mais avançado”, completou.

Para Aldo, o curso de Medicina Veterinária da Ufal tem muita importância para Alagoas. “Digo isso porque temos na atividade de pecuária, de caprinovinocultura o que há de mais avançado, e, também, aquele pequeno produtor, que é o da subsistência. Todos eles precisam de apoio; não podemos excluir nem subestimar nenhum deles. O que eu puder fazer saibam que podem contar comigo”, declarou, ao lembrar-se de sua infância na região e da época de aluno na Fazenda São Luiz.

Evolução

Sobre a atuação crescente da Unidade de Viçosa, o reitor relembra duas situações vivenciadas com a comunidade, que integra o Campus Arapiraca. “Vivenciamos dois momentos que mostram a evolução da unidade. Há cerca de quatro anos, tivemos a ocupação do gabinete do reitor em Maceió e manifestações na Reitoria e nós sabíamos que estávamos numa situação difícil, de início das instalações do curso de Medicina Veterinária. No entanto, hoje, estamos em um novo momento e, apesar das dificuldades, o grupo de docentes e pesquisadores acaba de apresentar uma proposta de um curso de mestrado. Para nós que fazemos a Universidade é muito gratificante. Sabemos que temos muito por fazer, mas estamos muito felizes por esse empenho do grupo de Viçosa”, declarou.

Segundo o professor Wilson Porto, gestor da Fazenda São Luiz, que abriga o curso de Medicina Veterinária, há uma carência de investimento na infraestrutura. “Nós tentamos organizar as unidades produtivas de bovinos na fazenda, mas temos necessidades com relação às instalações e a equipamentos. Estamos buscando parceria com o setor privado. Temos um esforço conjunto dos nossos alunos e dos professores e, mesmo com as dificuldades, estamos fazendo acontecer”, revelou.

Eurico Lôbo fez os agradecimentos ao ministro pelo empenho e pela possibilidade de colaborar para a melhoria da Universidade. “Reafirmo os nossos agradecimentos ao senhor, ministro, por sempre nos ouvir e colaborar com nossos projetos, desde a época do Ministério do Esporte. Foi graças a esse empenho que estamos construindo nosso complexo esportivo em Maceió”, declarou.

O reitor também lembra que a Ufal está cumprindo as exigências feitas por Aldo, quando respondia pela pasta do Esporte. “Foram algumas referências: a necessidade de criarmos em Alagoas um centro de referência, sobretudo para o futebol feminino; e que houvesse esse instrumento para também acolher as pessoas do entorno da Universidade. Acho que isso ficou demonstrado na apresentação que a professora Leonéa Santiago [gerente de Esporte da Pró-reitoria Estudantil, que mostrou a evolução das obras do complexo]”, ressaltou, ao destacar que o projeto do complexo esportivo só está em execução porque o ministro Aldo Rebelo decidiu que deveria ser na Ufal.

Também participaram da visita o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Pablo Viana; a vice-reitora da Ufal, Rachel Rocha; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Simoni Meneghetti; a diretora-geral e o diretor-acadêmico do Campus Arapiraca, Eliane Cavalcanti e Arnaldo Cunha, respectivamente, a superintendente de Infraestrutura da Ufal, Nélia Callado, além de professores, alunos e técnicos da Unidade e do Campus A.C. Simões, de Maceió.