Pivô de uma arbitragem polêmica na derrota do Atlético-MG para o Atlético-PR, por 1 a 0, o juiz Marcelo de Lima Henrique (PE) soltou o verbo no dia seguinte à partida no Independência. Em entrevista na manhã desta quinta-feira (3), na Rádio Itatiaia, o juiz insinuou que torcedores do Galo estariam na frente do hotel em que o trio de arbitragem estava hospedado, em Belo Horizonte, para ameaçá-los.

— Após a partida no Independência, ontem, recebemos ligação por volta das 0h05. Fomos avisados que havia um grande grupo de torcedores nos esperando na porta do nosso hotel. Tentamos acionar o aparato policial para nos escoltar e limpar a área em frente ao hotel para que pudéssemos entrar sem problema. Só chegamos ao hotel por volta das 2h45.

O árbitro disparou contra as críticas que o ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, fez a ele via Twitter. E acenou com a hipótese de processá-lo.

— Vindo desse cidadão não é surpresa. Ele já tomou posturas inadequadas não como dirigente que foi no passado, mas como homem, como ser humano. Atacou árbitros de futebol, presidentes de outros clubes e juízes federais. Vou tomar as medidas cabíveis e a Justiça vai decidir o que será feito. Já estou em contato com a Associação Nacional dos Árbitros e com o nosso advogado. Isso vai ter que acabar no futebol brasileiro. Por conta dessas palavras é que acontecem algumas tragédias.

Marcelo de Lima Henrique minimizou as críticas. Aos olhos do juiz, sua atuação no Independência foi satisfatória.

— Foi um jogo de extrema dificuldade, foi a partida mais difícil que arbitrei no ano. O grau de dificuldade foi muito elevado, mas as grandes decisões foram acertadas. Todas as decisões que tomamos foram baseadas na visão dentro de campo. Entendemos o torcedor, entendemos até alguns dirigentes que se portam de maneira educada. Acho que toda crítica é válida. Não somos imunes a nada. Tomei as decisões que tinha que tomar e saí de campo muito feliz.

O árbitro também descartou que haja um "favorecimento" para o Corinthians no Brasileirão. Para Marcelo de Lima Henrique, todos correm risco de errar, inclusive os juízes.

— Erros acontecem, erros vão acontecer. Mas ontem vi também vários erros de atletas, de arqueiros, de torcedores, de cidadãos. Mas trabalhamos para minimizar o erro sempre.