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Festival de Cinema consagra cinco vencedores na Mostra Competitiva
Na noite de sábado (7), cinco filmes foram consagrados pela Mostra Competitiva do 5º Festival de Cinema Universitário de Alagoas, realizado em Penedo. Pela primeira vez, o júri oficial decidiu dividir o prêmio de melhor filme em três gêneros: documentário, ficção/experimental e animação. Foram eles, respectivamente: Do que é sensível, de Ana Zahner (RJ); Look, de Rafael Bizarro (SP); e Dialetos, de Weber Salles Bagetti (AL).
O curta-metragem Cidade Líquida, de Laís Araújo, foi eleito melhor produção alagoana pelo Júri Oficial, que ainda cedeu menção honrosa ao filme Muro, de Eliane Scardovelli (SP). Já o Júri Popular apontou Ensaio sobre minha mãe (RJ), de Jocimar Dias Jr, como melhor filme e cedeu menção honrosa à animação Dialetos.
O filme de Weber Salles foi a primeira animação totalmente realizada pela produtora Núcleo Zero. Em 2014, ela foi premiada na 5ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano, na categoria de trilha sonora e também já foi selecionada para participar do VideoBabel Festival, no Peru. “O curta foi o momento em que sentimos que através das experimentações que havíamos feito, tínhamos a maturidade para experimentar uma animação. E começamos; foi um projeto em longo prazo, de praticamente um ano. Caminhou a passos de tartaruga”, revelou Weber, que, no curta, aborda diversas correntes artísticas da literatura ao próprio cinema.
Para Cida Almeida, uma das julgadoras da Mostra, os quesitos técnicos foram avaliados, mas a forma de narrar pesou mais. “O que levamos muito em consideração não é só a criatividade e a ousadia. É a sensibilidade que o filme exprime. O belo é muito importante, principalmente para a arte cinematográfica. É a força das imagens, o que está sendo dito e como ele é colocado na tela. O ser sensível, sensível ao tempo em que vive”, disse Cida.
Presente no evento, o diretor de Ensaio sobre minha mãe ficou surpreso com a vitória. “Fico lisonjeado pelo prêmio. Quero agradecer ao júri, que de alguma forma foi tocado pela história do filme. Uma das coisas mais importantes que aconteceu no festival foi conhecer muita gente interessante e poder conversar e compartilhar experiência com os realizadores. O prêmio para mim é mais uma felicidade de ter acontecido essas trocas, que foram tão intensas”, disse Jocimar.
Vencedora pelo filme Cidade Líquida, Laís Araújo agradeceu à equipe com a qual trabalhou na produção do curta. “Estou muito feliz, muito obrigada ao festival por fazer diferença na minha vida, eu conheci pessoas incríveis. Quero agradecer a todos que me ajudaram a fazer o filme. Acho muito importante que sejam feitos filmes sobre Maceió, porque ainda não vemos nossa cidade no cinema e incentivar isso é importante”, frisou.
Festival fez homenagem póstuma a Jofre Soares
Três sobrinhas do ator Jofre Soares estiveram presentes à última noite do Festival. Maria Lúcia, Maria Rita e Rosa Maria receberam as flores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), os agradecimentos pela contribuição do tio ao audiovisual brasileiro e ainda puderam ver a exibição do último filme do Jofre, o Mr. Abrakadabra, dirigido por José Araripe Jr., que também esteve presente à solenidade.
“Gostaríamos de dizer que nosso coração neste momento está cheio de alegria e orgulho do Jofre, não só por ser um artista, mas por ter sido uma pessoa de boa índole, humano e um ser admirável. Queremos agradecer à Universidade Federal de Alagoas, a cidade de Penedo, que respira a cultura e a história, e ao Sérgio Onofre, por ter nos procurado para fazer esta homenagem”, disse Maria Lúcia.
Num bate-papo com o professor de Artes Cênicas da Ufal, Otávio Cabral, o diretor do curta exaltou sua admiração pela humanidade do Jofre, ao lembrar que durante a filmagem do curta percebeu a preocupação igualitária do ator com os animais e as pessoas. Recordou especificamente a vez em que o ator parou as filmagens para impedir o sofrimento de um jegue utilizado pela produção.
“Jofre se preocupava com o outro, era radical no sentido de não abrir mão das suas posições, da sua simplicidade, da sua forma simplória de viver. Ele era famoso, mas ele não se deixava levar por aquela coisa da futilidade do econômico. Quando ele viu aquele jegue com o aparato, que não era correto, ele parou as imagens e fez um protesto contra a própria equipe, porque estava corroborando com a tortura do animal”, recordou Araripe.
Logo que finalizado, o filme participou do Cine Ceará em 1996 e recebeu vários prêmios, inclusive de melhor ator para Jofre Soares. Ele morreu dias depois da realização do prêmio sem ter visto o curta pronto. “Trazê-lo para cá é como se eu estivesse devolvendo para Alagoas a contribuição dele para o cinema nacional. Estou deixando o filme aqui para que toda a população de Penedo possa usufruir gratuitamente”, frisou o diretor do curta.
Jofre é natural de Palmeira dos Índios, onde nasceu em 1917. Ele foi figura marcante no audiovisual brasileiro, desde o ano de 1963, quando atuou em Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos. Ao longo de sua carreira, Jofre participou de mais de 100 filmes e colaborou para a TV, o teatro e o próprio circo, onde começou sua carreira artística.
“Abrakadabra foi o último filme dele e ali ele faz uma figura circense. O Jofre começou em Palmeira trabalhando em circo; ele chegou a fazer algumas apresentações como palhaço. É interessante como a vida proporciona esse abrir e fechar”, comentou Otávio Cabral, durante o bate-papo.
Governador promete aumentar fomento ao cinema alagoano
Junto com o público e o prefeito de Penedo, Marcius Beltrão, o governador Renan Filho acompanhou toda a homenagem. Ele foi convidado para a solenidade de entrega dos prêmios aos vencedores, mas aproveitou a oportunidade para anunciar novos aportes para o fomento à cena audiovisual alagoana.
“Queria parabenizar o Sérgio Onofre, que é coordenador geral do Festival de Cinema e que esteve comigo há alguns meses atrás discutindo a realização desse evento e naquele momento ele me falava que tinha tido alguns pequenos apoios, mas que a Universidade fazia todo esforço para realizá-lo. Esse ano, o Estado ofereceu um incentivo dez vezes superior ao incentivo dado no ano anterior, e olha que isso ocorreu num ano duro, de crise”, discursou o governador, que ainda enfatizou a importância do evento continuar a ser realizado na cidade de Penedo, dada a sua importância histórica.
“O Festival de Cinema em Penedo é um dos grandes eventos do Estado de Alagoas. É um dos eventos que carrega a história do nosso povo, que precisa ser realizado com a força da Universidade, da Prefeitura local, com a comunidade que trabalha com o audiovisual, com o apoio do Governo, definitivamente resgatado, para que nós recebamos aqui eventos de grande porte”, frisou Renan.
Onofre agradeceu a iniciativa do governador. “Esperamos também esse significativo aporte de recursos nos editais de produção do audiovisual em Alagoas. O festival não cresce sozinho, ele representa uma cadeia produtiva do audiovisual alagoano e eu tenho certeza que você verá isso com outros olhos”, sugeriu.
O coordenador do festival defendeu que o evento é construído de forma colaborativa e que ele só funciona porque há uma multidão trabalhando com poder de decisão. “A gente está muito feliz como esse festival foi construído. Porque ele não seria esse festival que é, diverso, tão encorpado, com tantas ações se a gente não tivesse essa equipe que tem, se a gente não conseguisse dividir com os parceiros sua realização”, completou.
O curta-metragem Cidade Líquida, de Laís Araújo, foi eleito melhor produção alagoana pelo Júri Oficial, que ainda cedeu menção honrosa ao filme Muro, de Eliane Scardovelli (SP). Já o Júri Popular apontou Ensaio sobre minha mãe (RJ), de Jocimar Dias Jr, como melhor filme e cedeu menção honrosa à animação Dialetos.
O filme de Weber Salles foi a primeira animação totalmente realizada pela produtora Núcleo Zero. Em 2014, ela foi premiada na 5ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano, na categoria de trilha sonora e também já foi selecionada para participar do VideoBabel Festival, no Peru. “O curta foi o momento em que sentimos que através das experimentações que havíamos feito, tínhamos a maturidade para experimentar uma animação. E começamos; foi um projeto em longo prazo, de praticamente um ano. Caminhou a passos de tartaruga”, revelou Weber, que, no curta, aborda diversas correntes artísticas da literatura ao próprio cinema.
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Presente no evento, o diretor de Ensaio sobre minha mãe ficou surpreso com a vitória. “Fico lisonjeado pelo prêmio. Quero agradecer ao júri, que de alguma forma foi tocado pela história do filme. Uma das coisas mais importantes que aconteceu no festival foi conhecer muita gente interessante e poder conversar e compartilhar experiência com os realizadores. O prêmio para mim é mais uma felicidade de ter acontecido essas trocas, que foram tão intensas”, disse Jocimar.
Vencedora pelo filme Cidade Líquida, Laís Araújo agradeceu à equipe com a qual trabalhou na produção do curta. “Estou muito feliz, muito obrigada ao festival por fazer diferença na minha vida, eu conheci pessoas incríveis. Quero agradecer a todos que me ajudaram a fazer o filme. Acho muito importante que sejam feitos filmes sobre Maceió, porque ainda não vemos nossa cidade no cinema e incentivar isso é importante”, frisou.
Festival fez homenagem póstuma a Jofre Soares
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“Gostaríamos de dizer que nosso coração neste momento está cheio de alegria e orgulho do Jofre, não só por ser um artista, mas por ter sido uma pessoa de boa índole, humano e um ser admirável. Queremos agradecer à Universidade Federal de Alagoas, a cidade de Penedo, que respira a cultura e a história, e ao Sérgio Onofre, por ter nos procurado para fazer esta homenagem”, disse Maria Lúcia.
Num bate-papo com o professor de Artes Cênicas da Ufal, Otávio Cabral, o diretor do curta exaltou sua admiração pela humanidade do Jofre, ao lembrar que durante a filmagem do curta percebeu a preocupação igualitária do ator com os animais e as pessoas. Recordou especificamente a vez em que o ator parou as filmagens para impedir o sofrimento de um jegue utilizado pela produção.
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Logo que finalizado, o filme participou do Cine Ceará em 1996 e recebeu vários prêmios, inclusive de melhor ator para Jofre Soares. Ele morreu dias depois da realização do prêmio sem ter visto o curta pronto. “Trazê-lo para cá é como se eu estivesse devolvendo para Alagoas a contribuição dele para o cinema nacional. Estou deixando o filme aqui para que toda a população de Penedo possa usufruir gratuitamente”, frisou o diretor do curta.
Jofre é natural de Palmeira dos Índios, onde nasceu em 1917. Ele foi figura marcante no audiovisual brasileiro, desde o ano de 1963, quando atuou em Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos. Ao longo de sua carreira, Jofre participou de mais de 100 filmes e colaborou para a TV, o teatro e o próprio circo, onde começou sua carreira artística.
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Governador promete aumentar fomento ao cinema alagoano
Junto com o público e o prefeito de Penedo, Marcius Beltrão, o governador Renan Filho acompanhou toda a homenagem. Ele foi convidado para a solenidade de entrega dos prêmios aos vencedores, mas aproveitou a oportunidade para anunciar novos aportes para o fomento à cena audiovisual alagoana.
“Queria parabenizar o Sérgio Onofre, que é coordenador geral do Festival de Cinema e que esteve comigo há alguns meses atrás discutindo a realização desse evento e naquele momento ele me falava que tinha tido alguns pequenos apoios, mas que a Universidade fazia todo esforço para realizá-lo. Esse ano, o Estado ofereceu um incentivo dez vezes superior ao incentivo dado no ano anterior, e olha que isso ocorreu num ano duro, de crise”, discursou o governador, que ainda enfatizou a importância do evento continuar a ser realizado na cidade de Penedo, dada a sua importância histórica.
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Onofre agradeceu a iniciativa do governador. “Esperamos também esse significativo aporte de recursos nos editais de produção do audiovisual em Alagoas. O festival não cresce sozinho, ele representa uma cadeia produtiva do audiovisual alagoano e eu tenho certeza que você verá isso com outros olhos”, sugeriu.
O coordenador do festival defendeu que o evento é construído de forma colaborativa e que ele só funciona porque há uma multidão trabalhando com poder de decisão. “A gente está muito feliz como esse festival foi construído. Porque ele não seria esse festival que é, diverso, tão encorpado, com tantas ações se a gente não tivesse essa equipe que tem, se a gente não conseguisse dividir com os parceiros sua realização”, completou.
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