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Ex-Verdão, Wendel se “liberta” com primeiro gol da carreira aos 34 anos

Por Redação com Gazetaesportiva 15/11/2015 14h02
Foto: Divulgação
O volante Wendel pode não ser um dos melhores jogadores da história recente do Palmeiras, mas é certamente um dos atletas com a estadia mais duradoura neste século pelo clube. Ainda assim, mesmo jogando por 12 anos no Verdão entre time B e o elenco principal, ele deixou para o último sábado, durante uma partida pelo Boa Esporte, na Série B, um feito marcante na carreira: o primeiro gol, aos 34 anos de idade, que teve um sabor mais do que especial.

“Ah, foi uma sensação de libertação, né? Todo mundo me falava, perguntava quando eu ia fazer. Minha família, minha filha”, disse o lateral pouco depois da partida, em contato telefônico com a Gazeta Esportiva a caminho de um encontro justamente com a esposa e a filha, demonstrando muita felicidade por poder, enfim, comentar sobre uma bola que ele colocou na rede do adversário.

“Eu sou um cara que prefere dar o passe, jogo ali de volante ou lateral, prefiro deixar os companheiros na cara do gol. O torcedor sempre comentou isso comigo, de fazer gol. Foram mais de 300 jogos, sendo cerca de 200 pelo Palmeiras. Mas eu acredito que fui importante fazendo essas outras funções, só que sem fazer gol”, defendeu-se o atleta do Boa, equipe já rebaixada para a Serie C do Brasileiro de 2016.

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Mesmo ressaltando que já havia balançado a rede quatro vezes quando estava no time B do alviverde, o meio-campista reconhece que seu tento, o terceiro na surpreendente vitória dos mineiros sobre o Bahia, em Varginha, foi praticamente o primeiro como profissional devido à diferença técnica entre as disputas.

“Eu já tinha feito quatro gols pelo Palmeiras B, jogando a “Bzinha” (quarta divisão do futebol paulista), mas em um time das primeiras divisões esse foi o primeiro. Por isso essa sensação de liberdade. Acho que agora não para mais de sair gol, não (risos)”, comentou o atleta, revelado no Palestra Itália e integrante da equipe de cima no clube a partir da Libertadores de 2006, saindo ao final do ano passado.

Claramente contente pelo feito, ele motivou uma festa de todos os companheiros que estavam no gramado. Todo o banco de reservas dos mineiros, por sinal, fez questão de sair correndo para celebrar o gol, mesmo tratando-se do terceiro dos anfitriões no triunfo, àquela altura já decidido.

“Eu fiquei para dar entrevista depois do final do jogo e todo mundo me esperou para a oração. Só teve oração quando eu cheguei no vestiário, para me homenagear também. Aí depois foi algazarra. Pessoal brincou bastante comigo, todo mundo ficou bem feliz”, relatou o jogador.

Chance “desperdiçada”

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Agora longe do “fantasma” que o cercava antes de marcar seu gol, Wendel reconheceu que um lance na carreira o acompanhou durante muito tempo. Em 2008, na semifinal do Paulistão, contra o São Paulo, ele saiu cara a cara com Rogério Ceni, já no final da partida, em um Palestra Itália lotado. Mesmo sedento para deixar sua marca, levantou a cabeça e rolou a bola para Valdivia, que selou o triunfo da equipe por 2 a 0 e abriu caminho para o título estadual.

“Aquele lance me marcou muito, pode ter certeza disso. Como estava 1 a 0 só e eu vi o Valdivia livre, achei melhor tocar aquela bola. Mas o torcedor palmeirense sempre que me encontra diz que poderia ter sido o meu gol. Paciência, acho que fiz a coisa certa e ajudei o Palmeiras a sair com o título”, assegurou.

Saldo zerado

Outro aspecto curioso do gol marcado por Wendel se dá pelo fato de que, seu primeiro tento “nas divisões maiores”, como ele próprio define, foi contra. Também nesta edição do Brasileiro da Série B, ele acabou jogando em direção ao próprio patrimônio ao tentar cortar cruzamento durante a derrota por 2 a 0 para o América-MG, em julho, ainda pelo primeiro turno da competição.

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Desde então, seu nome passou a constar na lista dos artilheiros do torneio, mas sem qualquer conotação positiva, algo que ficou para trás depois da “libertação”. “Agora é seguir jogando firme, atuar nesses últimos dois jogos do campeonato com respeito e honrando a camisa do Boa”, encerrou o atleta.