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Sobe para 73 o número de casos de microcefalia em Alagoas

Por via Gazetaweb 03/12/2015 15h03
Foto: Larissa Bastos
Na reunião com gestores municipais que visa planejar ações para combater a infestação do mosquito Aedes aegypt, na manhã desta quinta-feira (3), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) atualizou as informações sobre a presença da microcefalia em Alagoas. Agora, os casos notificados subiram de 59 para 73.

Do total, de acordo com a Sesau, 64 casos foram detectados em recém-nascidos e seis suspeitos de microcefalia intrauterina (ou seja, diagnosticados ainda durante o pré-natal por meio de exames de imagem). Fora deste contexto estão três casos que foram conhecidos antes da implantação da notificação imediata, conforme preconiza as novas diretrizes implantadas em todo o Brasil pelo Ministério da Saúde (MS).

A maior incidência continua sendo em Maceió, com 21 casos informados pelos serviços de saúde e Santana do Ipanema, com 23. Uma comissão foi montada pelo órgão para investigar e diagnosticar essas notificações.

A secretária estadual de Saúde, Rosangela Wyszomirska, disse que, diante dos números, Alagoas ainda não cogita decretar situação de emergência, o que já aconteceu nos estados vizinhos de Pernambuco e Sergipe. Mas, a possibilidade não está descartada caso a doença avance.

Situação de emergência

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"Ainda não discutimos decretar emergência. Isso é compreensível diante da situação de calamidade em que vive Pernambuco e do óbito registrado em Sergipe. Agora estamos na fase de acompanhamento em Alagoas, observação e discussão. Mas, se for necessário, vamos adotar essa medida", reforça.

Ela destaca que o foco agora é o diagnóstico dos casos suspeitos, o que será feito por uma comissão montada pela secretaria, além do acompanhamento e da assistência às gestantes e aos recém-nascidos.

"O diagnóstico é mais complexo, mas o Estado tem estrutura para isso e também estamos traçando planos. Como ninguém conhecia os protocolos a serem usados na microcefalia ocasionada pela zika, estávamos esperando os parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde", acrescentou. "Até o Ministério se surpreendeu com a situação e só agora iniciou o apoio e as discussões. Essa semana vai ser lançado um plano nacional e será discutido o apoio financeiro", acrescenta.

Conforme a gestão estadual de Saúde, os dados foram atualizados nessa quarta-feira e todas as notificações ainda estão no campo das suspeitas. Logo, serão investigadas com mais profundidade por uma comissão formada pela própria secretaria.

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A secretaria também ressaltou a importância de a população se engajar no combate ao mosquito da dengue, transmissor também do zica vírus. "Não é só a gestante se cobrir ou passar repelente. Ela precisa estar na luta pelo combate ao mosquito, como toda população".

Estratégias

De acordo com rosangela, as estratégias adotadas a parti de agora não serão muito diferentes das utilizadas há mais de 30 anos, quando o aedes apareceu em Alagoas pela primeira vez. Ela destacou, porém, que o estado deve adotar 2 eixos de trabalho: combate ao vetor e, agora com a microcefalia, acompanhamento e suporte nos casos diagnosticados da doença.

Até agora, ainda não foi montado um esquema de atendimento especial às mães que passam pelo problema. "Não existe assistência especial. A assistência é para todas. Mas agora que temos esses casos notificados, vamos ter um plano de acompanhamento", disse a secretária de Estado da Saúde.

Durante a reunião, ela falou ainda sobre as pesquisas desenvolvidas no País. Entre elas, estão as vacinas contra o zica vírus, que devem demorar alguns anos e ainda não têm a eficiência totalmente comprovada, e a criação de mosquitos transgênicos, incapazes de gerar ovos viáveis. A experiência já vem sendo desenvolvida em uma cidade baiana, mas deve levar pelo menos três anos para ser utilizada em larga escala.

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"Em Portugal também está sendo desenvolvida nanotecnologia para um veneno, ou uma espécie de repelente para ser utilizada nas casas. Mas tudo isso ainda leva tempo, então agora é preciso focar no combate ao vetor".

O MS revelou que Pernambuco aparece com 646 notificações. A Paraíba notificou 248 casos, Rio Grande do Norte, 79, e Sergipe 77 casos.