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Fiocruz informa que não há provas que Zika vírus cause problemas neurológicos
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou em nota que, até o momento, não há qualquer comprovação científica que ligue ocorrências de problemas neurológicos em crianças e idosos ao vírus Zika. A nota foi divulgada nas redes sociais para desmentir mensagens que circulam em grupos de WhatsApp. Segundo esses textos, pesquisadores da Fiocruz descobriram que o Zika provoca danos neurológicos a crianças menores de sete anos, como casos de microcefalia, e a idosos.
“Por tratar-se de uma doença recente e que ainda não foi suficientemente estudada pelos pesquisadores, irão surgir muitas dúvidas e perguntas, bem como boatos e informações desencontradas, especialmente nas mídias sociais. É importante, num momento como este, que a população busque informações de fontes seguras e confiáveis”, diz a nota, divulgada na noite de ontem (8).
De acordo com a Fiocruz, a informação de que o vírus Zika provoca danos a esses dois públicos “não tem fundamentação científica”. A fundação esclarece, no entanto, que o Zika pode provocar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em qualquer paciente, independente da idade, assim como outros vírus, como varicela, enterovírus e herpes.
Vetor
Além disso, as mensagens virtuais informam que há outros mosquitos, além do Aedes aegypti, que estariam transmitindo o Zika no Brasil. A Fiocruz também desmente a informação, explicando que, até o momento, não existem estudos científicos que atestem a existência desses outros vetores.
A Fiocruz destaca no texto que trabalha em parceria com o Ministério da Saúde na investigação da doença e que prima pela transparência e seriedade das informações para a sociedade.
Boatos
O negócio da zika não 'tá' só afetando gestantes, não. Afeta crianças de até sete anos. Se a criança de até sete anos tiver a zika, ela fica com sequelas neurológicas graves. Inclusive tem muitas crianças chegando no hospital já em coma. E fica muito sequelado mesmo." A frase é dita por uma mulher em uma das mensagens em áudio que viralizaram no WhatsApp nos últimos dois dias em Pernambuco e chegaram a diversos Estados, inclusive o Paraná, provocando ansiedade em mães e gestantes em meio ao surto de microcefalia que atinge o país.
"Não posso divulgar a fonte porque a pessoa faz parte do grupo de pesquisa e está sendo proibida pelo governo de divulgar, mas é uma informação segura", diz a mensagem."Outro áudio, também narrado por uma mulher, diz que “se for confirmado que as crianças menores de sete anos também podem ter alterações neurológicas por causa da picada do zika, isso vai ser uma danação tão grande. Vai ser uma praga do Egito porque ninguém pode evitar que as crianças sejam picadas por muriçoca [mosquito]."
Falando em nome da Secretaria de Saúde de Pernambuco, a médica Maria Angela Rocha, chefe do serviço de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz — que tem recebido casos de microcefalia de todo o Estado e também atende crianças com infecções virais — nega o aumento de casos graves em crianças que sejam relacionados ao zika vírus.
"Não há nada disso. Estou no serviço de referência em Pernambuco e não estão chegando casos graves de zika em nenhuma faixa etária, muito menos casos de alterações neurológicas ou encefalite (inflamação no cérebro)."
As mensagens, no entanto, provocaram dúvidas sobre se o zika vírus também pode afetar, com consequências neurológicas sérias, recém-nascidos ou crianças. A médica esclarece, no entanto, que nada disso foi comprovado.
"O risco que o vírus zika tem de causar inflamações no cérebro é igual ao de qualquer vírus, mas eles geralmente causam isso em um percentual pequeno de pessoas, assim como a síndrome de Guillain-Barré.
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença neurológica rara que provoca fraqueza muscular e, em alguns casos, paralisia dos músculos respiratórios. Quase todos os Estados do Nordeste registraram aumento de casos da doença em 2015"
" O que temos atualmente é um aumento do aparecimento de manchas vermelhas com bolhas e pequenas feridas em bebês de até dois anos de idade. Para esses casos, estamos investigando, além das causas habituais, uma possível relação com a febre chikungunya e o zika vírus, porque ele causa quadros de manchas vermelhas. Mas ele não causa bolhas, por exemplo" Na última semana, o hospital recebeu cerca de 20 casos como este.
A médica diz que também recebeu as mesmas mensagens de áudio em “uns cinco ou seis grupos de infectologistas no Whatsapp”, o que evidencia o papel dos próprios médicos na divulgação dos boatos. "A linguagem desses áudios não é de pessoas da área. A rede social pode ajudar as pessoas, mas muita gente se aproveita disso numa situação que já está bastante estressante para causar mais pânico na população"
“Por tratar-se de uma doença recente e que ainda não foi suficientemente estudada pelos pesquisadores, irão surgir muitas dúvidas e perguntas, bem como boatos e informações desencontradas, especialmente nas mídias sociais. É importante, num momento como este, que a população busque informações de fontes seguras e confiáveis”, diz a nota, divulgada na noite de ontem (8).
De acordo com a Fiocruz, a informação de que o vírus Zika provoca danos a esses dois públicos “não tem fundamentação científica”. A fundação esclarece, no entanto, que o Zika pode provocar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em qualquer paciente, independente da idade, assim como outros vírus, como varicela, enterovírus e herpes.
Vetor
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A Fiocruz destaca no texto que trabalha em parceria com o Ministério da Saúde na investigação da doença e que prima pela transparência e seriedade das informações para a sociedade.
Boatos
O negócio da zika não 'tá' só afetando gestantes, não. Afeta crianças de até sete anos. Se a criança de até sete anos tiver a zika, ela fica com sequelas neurológicas graves. Inclusive tem muitas crianças chegando no hospital já em coma. E fica muito sequelado mesmo." A frase é dita por uma mulher em uma das mensagens em áudio que viralizaram no WhatsApp nos últimos dois dias em Pernambuco e chegaram a diversos Estados, inclusive o Paraná, provocando ansiedade em mães e gestantes em meio ao surto de microcefalia que atinge o país.
"Não posso divulgar a fonte porque a pessoa faz parte do grupo de pesquisa e está sendo proibida pelo governo de divulgar, mas é uma informação segura", diz a mensagem."Outro áudio, também narrado por uma mulher, diz que “se for confirmado que as crianças menores de sete anos também podem ter alterações neurológicas por causa da picada do zika, isso vai ser uma danação tão grande. Vai ser uma praga do Egito porque ninguém pode evitar que as crianças sejam picadas por muriçoca [mosquito]."
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"Não há nada disso. Estou no serviço de referência em Pernambuco e não estão chegando casos graves de zika em nenhuma faixa etária, muito menos casos de alterações neurológicas ou encefalite (inflamação no cérebro)."
As mensagens, no entanto, provocaram dúvidas sobre se o zika vírus também pode afetar, com consequências neurológicas sérias, recém-nascidos ou crianças. A médica esclarece, no entanto, que nada disso foi comprovado.
"O risco que o vírus zika tem de causar inflamações no cérebro é igual ao de qualquer vírus, mas eles geralmente causam isso em um percentual pequeno de pessoas, assim como a síndrome de Guillain-Barré.
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença neurológica rara que provoca fraqueza muscular e, em alguns casos, paralisia dos músculos respiratórios. Quase todos os Estados do Nordeste registraram aumento de casos da doença em 2015"
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A médica diz que também recebeu as mesmas mensagens de áudio em “uns cinco ou seis grupos de infectologistas no Whatsapp”, o que evidencia o papel dos próprios médicos na divulgação dos boatos. "A linguagem desses áudios não é de pessoas da área. A rede social pode ajudar as pessoas, mas muita gente se aproveita disso numa situação que já está bastante estressante para causar mais pânico na população"
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