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Ações da Ufal vão garantir inclusão social e educacional às pessoas com deficiência

Por Ascom/ Ufal 18/12/2015 18h06
Foto: Assessoria
Sob o comando da professora Lívia Couto, do curso de Pedagogia, o Campus Arapiraca está com um projeto para a implantação do seu Núcleo de Acessibilidade, com o intuito de garantir inclusão social e educacional a Pessoas com Deficiência (PcD) no ensino superior. A equipe à frente dessa iniciativa promove eventos, grupos de estudos, iniciação à pesquisa e atos públicos referentes a essa temática.

Os trabalhos surgiram há dois anos, com a oferta de capacitação para técnicos da instituição, voltada para a cultura de acessibilidade interna. "Quando lançamos a proposta, não imaginávamos que seria tão grande o interesse das pessoas em participar. Nosso intuito é formar profissionais capacitados para atenderem às demandas das pessoas com deficiência e que sejam multiplicadores dessas ações", observou Lívia Couto.

Segundo a professora, atualmente, o Campus Arapiraca registra a presença de uma aluna e uma docente com deficiência. Desse modo, a instituição deve não apenas atender às demandas dos indivíduos já inseridos nas suas atividades acadêmicas, mas criar oportunidades para que outras PcD tenham acesso ao ensino superior.

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"Esse público existe, pode ser aluno, técnico, diretor. Portanto, precisamos criar uma cultura inclusiva permanente e naturalizar a existência e a convivência com pessoas com deficiência na Universidade, sabendo que elas podem ocupar qualquer posição", detalhou Lívia.

Uma das formas, de acordo com Lívia, de garantir a cultura de acessibilidade na instituição é adaptar os setores administrativos a essa demanda, por meio da compreensão dos processos dos setores, da identificação dos documentos mais procurados, do que pode ser acessível e do que pode ser disponibilizado na internet.

Pesquisa-Ação


A equipe está inserida no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Pesquisa-Ação (Pibip-Ação), destinado a trabalhos com métodos investigativos, voltados às transformações sociais e à produção de conhecimentos. Para isso, contam com um grupo permanente, composto por 12 pesquisadores, entre professores, alunos, técnicos e intérprete de Libras.

As pesquisas desenvolvidas pelos acadêmicos são acompanhadas de atos públicos, com a presença de entidades engajadas na política de acessibilidade. Os encontros discutem diferentes assuntos relacionados à temática central, como a arquitetura e a sinalização do campus.

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De acordo com Lívia Couto, a política de acessibilidade inclui seis dimensões – arquitetônica, comunicacional, atitudinal, programática, metodológica e instrumental. Na fase atual das atividades no Campus Arapiraca, o grupo tem focado os trabalhos em três delas: arquitetônica, que compreende um espaço sem barreiras físicas; comunicacional, para superar barreiras na comunicação interpessoal, escrita e virtual; e atitudinal, considerada a mais importante, já que consiste na ausência de preconceito, estigmas, estereótipos e discriminação.

"Agora, nós estamos com foco maior para pessoas cegas, com baixa visão e surdez. Então, estamos muito empenhados na sinalização, para que esses indivíduos possam decodificar as informações. Inclusive, uma das fases do projeto é pensar o layout da acessibilidade nas instalações do Campus Arapiraca", declarou a docente.

O projeto é responsável pela reconstrução do site do curso de Pedagogia do Agreste, com recursos de acessibilidade em todas as partes. A equipe também tem desenvolvido levantamento dos livros em Braille, presentes na Biblioteca da Unidade, já que um importante passo foi dado: todos os cursos do Campus Arapiraca devem disponibilizar versão digital dos seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), para serem acessados por pessoas com deficiência.

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Os pesquisadores também têm tornado o projeto pedagógico do curso de Pedagogia acessível, com gravação de áudio e produção de vídeo em Libras e com legendas. No mês de maio, foi implantada uma campanha de voluntariado, para que todos os interessados emprestem sua voz para gravar o material da Biblioteca e os produtos sejam disponibilizados numa Audioteca da própria Universidade.

Para Lívia Couto, o processo de interiorização deve ocorrer associado a políticas de acessibilidade, para que seja efetivo. "Pensar o interior com qualidade só é possível se não deixar ninguém de fora. A legislação é clara quando diz que a inclusão só existe quando se dá o acesso e a permanência. Queremos garantir essa permanência e torná-la suave", analisou.