/75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_TOPO |

Encontro histórico: Papa e patriarca ortodoxo se reúnem em Cuba

Por Redação com EBC 12/02/2016 16h04
Foto: Reprodução
O encontro ecumênico entre o papa Francisco, chefe da igreja católica romanda, e o patriarca Kirill, líder espiritual da igreja ortodoxa russa, que acontece em Havana (Cuba), nesta sexta-feira (12), é um evento histórico para o catolicismo e um passo importante para uma reaproximação entre os dois ramos do cristianismo, separados desde o Cisma do Ocidente em 1054.

Essa é a primeira vez que um patriarca russo e um papa se reúnem. Um dos principais motivos para o encontro de reaproximacao das igrejas é a violência que ameaça extinguir a presença de cristãos - católicos e ortodoxos - no Oriente médio e na África. Ambas se manifestam contra os ataques extremistas islâmicos e a destruição de monumentos cristãos, especialmente na Síria.

No começo do mês de fevereiro o Concílio Sagrado dos Bispos da Igreja Ortodoxa Russa falou acerca da perseguição aos cristãos e fizeram um apelo para que fossem tomadas medidas neste ano.

Entenda o Cisma

As tensões dentro da igreja tiveram início com a divisão do Império Romano em oriental e ocidental e a transferência da capital da cidade de Roma para Constantinopla no século IV.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_02
Enquanto a cultura ocidental se transformou pela influência dos povos que a ocuparam, como os germanos, a oriental permaneceu ligada à tradição da cristandade helenística, chamada Igreja de tradição e rito grego.

As principais divergências se deram quanto ao uso de pão não fermentado e outros costumes ocidentais e à discussão sobre a natureza do Espírito Santo. Para os orientais, Roma afastara-se das pregações originais de Jesus Cristo.

As disputas eclesiásticas, doutrinárias e teológicas terminaram com a ruptura entre as duas correntes no episódio que ficou conhecido como Cisma do Oriente em 1054, quando o patriarca Miguel Cerulário foi excomungado pelo papa de Roma e proclamou a separação oficial entre as duas igrejas. Na parte ocidental, a Igreja foi chefiada pelo papa e, na parte oriental, o controle ficou estabelecido pelo imperador que possuía grande influência religiosa. Após esse episódio, existiram algumas tentativas de reaproximação entre as igrejas.

Aproximações históricas

Em 1964 o Papa Paulo VI e o patriarca ecumênico da Constantinopla Atenágoras se reuniram em Jerusalém, o que resultou na suspensão da excomunhão mútua que aconteceu entre as duas igrejas no momento da cisão.

pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_03
Até então, os líderes das duas igrejas haviam se reunido pela última vez em 1439 em Florença em uma tentativa de reunificação. Uma tentativa anterior ocorreu o concílio ecumênico de Lyon, em 1274. As tentativas de reunificação acabaram com a queda de Constantinopla na mão dos otomanos no ano de 1453.