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Em 2013, AL tinha maior taxa de homicídios de crianças e adolescentes, aponta pesquisa

Por Redação com Agências 30/06/2016 16h04 - Atualizado em 30/06/2016 19h07
Em 2013, o estado de Alagoas tinha a maior taxa de homicídios de crianças e adolescentes do País, por grupo de cem mil habitantes. É o que apontou a pesquisa 'Violência Letal Contra as Crianças e Adolescentes do Brasil', preparada pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso) Brasil, divulgada nessa quarta-feira (29). Em números absolutos, foram 541 infanticídios no estado.

O índice era considerado o mais alto do Brasil, com 43 homicídios de pessoas com esta faixa etária por 100 mil habitantes. O percentual representa um aumento de 193% em relação a 2003, quando o Estado era o sétimo mais violento para crianças e adolescentes.

Em Maceió, foram 251 crianças e adolescentes mortos em 2013, representando uma taxa de 76,7 assassinatos por 100 mil habitantes. O índice é o segundo maior do País, ficando atrás, apenas, de Fortaleza, que registrou 81,3 mortes.

Em números absolutos, a Bahia tinha o maior número de crimes letais do público infantil em 2013. Naquele estado, foram registrados 1.171 casos.

Por dia, 29 crianças e adolescentes são assassinadas no Brasil. O número coloca o país em terceiro lugar em homicídios de crianças e adolescentes em uma lista de 85 nações. O número de vítimas negras é quase três vezes maior que o de brancas.

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Segundo o relatório, os homicídios são a principal causa do aumento drástico das mortes de crianças e adolescentes por causas externas. Os assassinatos representam cerca de 2,5% do total de mortes até os 11 anos e têm um crescimento acentuado na entrada da adolescência, aos 12 anos, quando causam 6,7% do total de mortes nessa faixa etária. Entre as mortes ao 14 anos, 25,1% são por homicídio, percentual que atinge 48,2% na análise dos óbitos aos 17 anos.

O estudo mostra que houve um aumento no número de homicídios desde 1980. Naquele ano, o número das mortes por acidente de transporte liderava as causas de mortes por fator externo de crianças e adolescentes, com 4.782 pessoas de até 19 anos. Esse número subiu para 5.262 em 2013. Já os homicídios, que somaram 1.825 casos em 1980 saltaram para 10.520 em 2013, um aumento de quase seis vezes. Em 34 anos, 207.438 crianças e adolescentes foram mortos no país, segundo o levantamento.

Suicídios

O estudo traz ainda um dado preocupante em relação a suicídios de adolescentes, especialmente em comunidades indígenas. No país, a taxa de suicídio na faixa de 9 a 18 anos era de 1,9 em 100 mil em 2003 e passou para 2,1 em 100 mil em 2013. Por essa média, quase duas crianças e adolescentes se mataram no Brasil por dia em 2013.

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Na comparação internacional com mais 89 países, o Brasil ocupa a 53ª posição no ranking de suicídios de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos.

Entre os jovens indígenas, no entanto, a situação é mais grave. Em locais de amplo assentamento de comunidades indígenas, como São Gabriel da Cachoeira, Benjamin Constant e Tabatinga, no Amazonas, e Amambai e Dourados, no Mato Grosso do Sul, do total de suicídios indígenas, os de pessoas entre 10 a 19 anos representam entre 33,3%, em São Gabriel da Cachoeira, e 100%, em Tacuru (MS).

O estudo foi produzido a pedido do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Secretaria de Direitos Humanos em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O relatório foca nas causas externas de mortalidade no Brasil, mortalidade por acidentes de transporte, suicídios e homicídios, e tem como fonte o Sistema de Informações de Mortalidade, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS). Em conjunto, as causas externas vitimaram 689.627 crianças e adolescentes entre 1980 e 2013.