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Campanha orienta sobre como identificar os sintomas de um AVC

Por Agencia Alagoas 31/07/2016 09h09 - Atualizado em 31/07/2016 12h12
Foto: Agencia Alagoas
O alerta para hábitos saudáveis, como forma de prevenção ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi dado neste sábado (30), no Maceió Shopping, por especialistas da Unidade de AVC do Hospital Geral do Estado (HGE). A campanha ‘Tempo é Cérebro’ foi realizada por meio de parceria entre as secretarias de Estado da Saúde (Sesau) e da Comunicação (Secom).

A secretária-adjunta da Sesau, Rosimeire Cavalcanti, destacou o trabalho de promoção da saúde realizado pelos profissionais do HGE. "O AVC é uma das doenças que mais acomete os alagoanos e a maior causa de óbitos no HGE. É importante saber como identificar os sintomas para obter o tratamento mais ágil e no lugar referenciado. Nós, alagoanos, possuímos uma Unidade de AVC equipada e preparada para assistir a todos. É preciso ter consciência disto", ressaltou.

A ação teve a participação de médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e profissionais de enfermagem.

De acordo com a neurologista, Simone Silveira, coordenadora da Unidade de AVC do HGE e uma das organizadoras do evento, aproximadamente 300 pessoas receberam as orientações dos profissionais. Foram realizados atendimentos à população com serviços de aferição de pressão, pesagem, medição de glicemia capilar, de IMC (Índice de Massa Corporal) e circunferência abdominal, além de orientação especializada para as pessoas com risco de desenvolver a doença.

 

 

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O aposentado José Francisco da Silva, de 64 anos, contou que quando soube do evento pelos meios de comunicação, imediatamente decidiu comparecer. Seu vizinho já teve três acidentes vasculares e ele, cardíaco, sofre com diabetes e hipertensão.

"Cheguei logo meio dia, queria ser o primeiro da fila. Tenho sentido umas dormências do lado direito, e como tenho tendência à doença, queria ouvir os profissionais. Estou muito satisfeito com o atendimento", falou.

 

A doença

Simone Silveira explicou que o AVC acontece quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido, fazendo com que as células cerebrais fiquem danificadas e impossibilitadas de cumprir suas funções. Como o cérebro controla tudo que o corpo faz, a doença pode acarretar sequelas graves, não só nos movimentos, mas, também, na forma de uma pessoa pensar, se comunicar e sentir.

De acordo com a especialista, o AVC é dividido em isquêmico, que é o mais comum, correspondendo a cerca de 80% dos casos, e o hemorrágico. No primeiro caso, ocorre uma interrupção do sangue dentro de uma artéria que nutre uma parte do cérebro e no segundo, ocorre uma ruptura de um vaso dentro ou ao redor do cérebro, causando estrago e disfunção de determinada região.

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Nas duas versões, os sintomas são os mesmos: dificuldade para falar, dormência de um lado do corpo, fraqueza, visão dupla e desequilíbrio. Diante desses sinais, é preciso levar o paciente, o mais rápido possível, ao um hospital de emergência com unidade de referência em AVC, a exemplo do HGE.

“No hospital, a pessoa será submetida a exames de imagem para diagnosticar o tipo do derrame. No caso do isquêmico, o procedimento de desbloqueio da passagem sanguínea, chamado trombólise, pode ser feito, em média, até quatro horas e meia depois do acidente. Já o hemorrágico, mais difícil de ser tratado, requer, a depender da gravidade, uma operação para drenar o hematoma”, explicou Simone Silveira.

O garçom Arlindo Lopes da Silva, de 54 anos, teve um acidente vascular há oito meses, foi atendido no HGE e, agora, interessado em saber do tratamento pós AVC, compareceu ao evento no centro comercial.

"Sou fumante e sei que preciso fazer algumas mudanças no meu estilo de vida. Quando vi na TV a matéria sobre os profissionais no shopping não pensei duas vezes. Quero viver bem para usufruir da presença de meus três filhos e seis netos".

Cuidados preventivos

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Segundo a médica, existem fatores de risco modificáveis e não modificáveis para o transtorno. Não podemos, por exemplo, mudar nosso código genético, sexo biológico e nem a idade. Pessoas acima dos 55 anos e com histórico familiar para AVC sempre terão um pouco mais de risco.

“Podemos, entretanto, controlar o peso, ter uma dieta saudável, evitar o tabagismo e controlar doenças clínicas que levam ao AVC, como diabetes, colesterol alto, hipertensão arterial, arritmias e insuficiência cardíaca, adotando um estilo de vida menos estressante”, disse Simone Silveira.

A especialista recomenda que, para evitar o distúrbio, as pessoas façam atividade aeróbica regular, mantenham o Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 20 e 25, alimentem-se de forma balanceada e saudável e pesquisem e busquem tratamento para todas as doenças que possam comprometer o aparelho circulatório, uma vez que muitas delas são silenciosas e aparecem apenas em checkups.

Para evitar consequências mais graves, a palavra de ordem é rapidez. A médica Rafaela Tenório ressaltou que, em caso de suspeita, o paciente deve ser levado imediatamente para o HGE, que é um centro especializado.

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“Quando uma pessoa tem um AVC, quanto mais cedo for tratada, muito maior a chance de recuperação, inclusive sem sequelas. Os riscos de desenvolver a doença podem ser minimizados desde que a pessoa esteja disposta a adotar medidas que podem reduzir a pressão arterial e contribuir para a prevenção do AVC”, orientou. Rafaela.

Atendimentos no HGE

A gerente do Hospital Geral do Estado, Verônica Omena, pontuou que a Unidade de AVC é referência em Alagoas, com uma proposta de cuidado multiprofissional para o tratamento emergencial da doença.

"O Acidente Vascular Cerebral é considerado a principal doença relacionada com incapacidades. Em Alagoas, essa infeliz realidade não muda. Logo, faz-se necessária uma unidade que melhor diagnostique, trate, assista e ainda indique os locais para reabilitação; tudo pelo Sistema Único de Saúde (SUS)".

Dados da Organização Mundial da Saúde revelam que o AVC é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas no mundo a cada ano. No Brasil, a doença mata mais do que o infarto e acomete mais de 100 mil pessoas anualmente, de acordo com o Ministério da Saúde.