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Sobrinho seria suspeito de matar família paraibana na Espanha

Por G1 05/10/2016 22h10 - Atualizado em 06/10/2016 01h01
Foto: Reprodução/ Facebook
A família de Janaína Diniz, paraibana que foi esquartejada na Espanha ao lado do marido Marcos Nogueira e dos dois filhos, acredita que o principal autor do crime seja François Patrick Gouveia, sobrinho de Marcos. "Nós, da família de Janaína, sempre acreditamos que ele era o autor do crime”, disse Pedro Rafael, primo da paraibana. A desconfiança é gerada por mensagens enviadas pela própria Janaína para a família, que, na avaliação dos parentes, revelam que ela tinha medo do rapaz.

O advogado que representa a família de Marcos Nogueira na Paraíba, Eduardo de Araújo Cavalcanti, afirmou que Patrick "nega veementemente a autoria do crime". O advogado diz que já informou à Polícia Federal o endereço do jovem em João Pessoa, que "ele não está foragido" e, se necessário, vai se apresentar novamente à polícia.

Na terça-feira (4), a Justiça espanhola emitiu uma ordem de prisão europeia e internacional contra o jovem. O ministro de Interior da Espanha, Jorge Fernández Díaz, deu por "esclarecido" o quádruplo assassinato e descartou a possibilidade de que os crimes tenham relação com o tráfico de drogas ou o crime organizado.

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A Polícia Federal ainda não confirmou o decreto de prisão e disse que está aguardando informações do Chefe da Interpol no Brasil.

Segundo o advogado da família de Marcos, nenhuma informação oficial foi encaminhada para ele sobre a possível autoria do crime. Se confirmado o envolvimento de Patrick, a família ainda vai decidir como ficará a situação da defesa. Eduardo de Araújo disse ainda que Walfran, irmão de Marcos, é o único que está ciente da investigação.

Conforme explicou Pedro Rafael, a família de Janaína ainda não tem advogado para responder pelo caso. “Estávamos trabalhando de forma cautelosa, sem dar muita informação, a gente tinha prudência de falar coisas que ainda não tínhamos. Suspeitávamos que seria ele, mas nós esperamos que a polícia se pronunciasse”, disse o primo da vítima.

O suspeito

Em 2013, François Patrick foi apreendido aos 16 anos por esfaquear um professor em sala de aula no estado do Pará e cumpriu 45 dias de medida socioeducativa. Em março deste ano, se mudou para a Europa para tentar a vida como jogador de futebol e foi morar com a família do tio na cidade de Torrejón, onde ficou por quatro meses.

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De acordo com a imprensa espanhola, Patrick deixou a Espanha com destino ao Brasil no dia 22 de agosto. “Ele não veio foragido, ele veio normalmente, temendo até pela sua integridade física, pela sua vida”, disse o advogado Eduardo de Araújo, que representa a família de Marcos Nogueira.

A Superintendência da Polícia Federal na Paraíba confirmou que Patrick está no Brasil e que prestou depoimento de forma espontânea na sexta-feira (30). Mesmo não sendo investigado no Brasil, ele decidiu ceder amostras de sangue para comparar com o suposto material genético encontrado no local da chacina da família.

"Patrick residiu quatro meses com a família, então eventual material nas roupas, em objetos, é plenamente compreensível. Na cena do crime não há a mínima possibilidade, ele sequer sabia o endereço”, afirmou Cavalcanti. Segundo o advogado, quando a família de Marcos deixou Torrejón com destino a Pioz, onde aconteceram as mortes, Patrick não foi avisado para onde eles estavam se mudando. O tio teria dito que voltaria para buscar o sobrinho, mas não fez isso.

Relembre o caso

Os corpos do casal e das duas crianças foram encontrados esquartejados no dia 18 de setembro, na casa onde eles moravam, a cerca de 60 km de Madri. Os investigadores calculam que os corpos se encontravam na casa há cerca de um mês.

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As autoridades foram alertadas por um vizinho "que percebeu o odor" procedente da residência, segundo a polícia. De acordo com a imprensa espanhola, os corpos esquartejados foram achados em bolsas de plástico fechadas com uma fita adesiva.

Os agentes não encontraram sinais de que os assassinos tenham forçado a entrada na casa da família. "A entrada não foi forçada, nem qualquer tipo de janela, porta, nada", indicou o porta-voz da Guarda Civil. Vários vizinhos entrevistados indicaram que a família alugava a casa e que foram pouco vistos desde que se mudaram para lá no final de julho.

"O que está claro é que a forma com que os corpos foram achados indica uma intenção de não deixar pistas e depois se desfazer deles", afirmou Jesús García, tenente-coronel e investigador da Guarda Civil. "Dá a impressão de que algo foi abortado em um determinado momento, porque não é lógico que os cadáveres ficassem ali, dentro de casa", acrescentou.

Os parentes das duas famílias viajaram para a Espanha no dia 26 de setembro para conseguir transportar os corpos ao Brasil.