/75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_TOPO |
Morto nesse domingo, aos 86, Ferreira Gullar segue sendo velado na ABL
As homenagens ao poeta, ensaísta, crítico de arte, dramaturgo, biógrafo, tradutor e memorialista Ferreira Gullar continuarão nesta segunda-feira. O corpo de Gullar, morto neste domingo, será levado em cortejo público da Biblioteca Nacional, onde foi velado durante a noite, para a Academia Brasileira de Letras. Os prédios ficam a menos de 1 km de distância um do outro e o trajeto deverá ser percorrido às 9h da manhã. O enterro está marcado para as 18h, no mausoléu da casa de Machado de Assis, no cemitério São João Batista.
Na noite de domingo, o adeus ao poeta e imortal reuniu autoridades do governo, como o ministro da cultura Roberto Freire e o novo presidente da Funarte, Stepan Nercessian, membros da Academia Brasileira de Letras, amigos e familiares.
Previsto para começar às 19h, velório só teve início de fato por volta das 21h30, com a chegada do corpo. A despedida prossegue no prédio da fundação até às 9h de segunda-feira, quando o caixão será transferido para um novo velório na Academia Brasileira de Letras.
A viúva de Gullar, a também poeta Claudia Ahinsa, contou que o marido estava muito bem até pouco tempo atrás. Segundo ela, o escritor era muito ativo, e seus check-ups anuais sempre tiveram ótimos resultados, mas no último dia 9, ele foi ao hospital por estar com dificuldade de respirar.
O tratamento para o pneumotórax diagnosticado vinha dando resultados, até que uma tosse mostrou que o pulmão do poeta havia sido infectado. Ao saber da gravidade de seu estado, Ferreira Gullar reagiu dizendo que não queria ser entubado:
— "Eu sou feliz. Quero morrer assim, bem, com paz. Se você me ama, me deixa morrer em paz". Foi isso que ele me pediu — revelou.
Claudia disse que o marido permaneceu lúcido durante todo o período de internação, tendo inclusive escrito três crônicas na UTI. Por uma sugestão dela, Ferreira Gullar tinha começado a trabalhar em um novo livro de colagens inspirado em "Trenzinho caipira". A música de Heitor Villa-Lobos, com letra do poeta, é o tema de abertura da novela "A lei do amor".
POLÍTICA
O ministro da Cultura e ex-companheiro do antigo Partido Comunista, Roberto Freire (PPS-SP), compareceu ao velório para se despedir do amigo. Ele contou que os dois estreitaram relações durante a campanha presidencial de Freire em 1989, quando Gullar atuou como um dos interlocutores do antigo PCB com a classe artística. A política continuou sendo um ponto em comum entre os dois:
— Cada um por caminhos diversos, chegamos a uma coincidência muito grande da análise em relação ao que tinha acontecido com aquilo que nós acreditávamos ser um mundo novo, e sua derrota histórica. Coincidíamos também na análise da realidade brasileira — disse o ministro. — Era um intelectual com uma amplitude muito grande. O Brasil perdeu um grande homem, e eu perdi um amigo.
O presidente da ABL, Domício Proença Filho, comentou que, apesar de sua resistência a se candidatar à academia, Gullar estava muito à vontade entre os imortais. Segunda-feira, o poeta completaria seu segundo aniversário na cadeira 37.
— Ele era o "último dos moicanos" até agora, até que apareça alguém que tenha o mesmo tipo de marca. Alguns poetas vêm e marcam presença. Os grandes ícones se transformam no que chamo de "poetas-marco": Drummond, Bandeira, Cecília, Jorge de Lima, João Cabral... — enumerou Proença Filho, que ainda elogiou a autenticidade e a coragem do colega — Ele não tem problema nenhum em rever suas opiniões, assumir posições diferenciadas, e de forma corajosa. São as duas marcas que eu aprendi a admirar nele desde que nos conhecemos.
A presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Helena Severo, elogiou a trajetória do artista, a quem chamou de um "poeta maior":
— Receber o Ferreira Gullar nesta casa é uma honra enorme. Esta casa é a casa dele, a casa dos livros e da memória nacional.
Na noite de domingo, o adeus ao poeta e imortal reuniu autoridades do governo, como o ministro da cultura Roberto Freire e o novo presidente da Funarte, Stepan Nercessian, membros da Academia Brasileira de Letras, amigos e familiares.
Previsto para começar às 19h, velório só teve início de fato por volta das 21h30, com a chegada do corpo. A despedida prossegue no prédio da fundação até às 9h de segunda-feira, quando o caixão será transferido para um novo velório na Academia Brasileira de Letras.
A viúva de Gullar, a também poeta Claudia Ahinsa, contou que o marido estava muito bem até pouco tempo atrás. Segundo ela, o escritor era muito ativo, e seus check-ups anuais sempre tiveram ótimos resultados, mas no último dia 9, ele foi ao hospital por estar com dificuldade de respirar.
pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_02
— "Eu sou feliz. Quero morrer assim, bem, com paz. Se você me ama, me deixa morrer em paz". Foi isso que ele me pediu — revelou.
Claudia disse que o marido permaneceu lúcido durante todo o período de internação, tendo inclusive escrito três crônicas na UTI. Por uma sugestão dela, Ferreira Gullar tinha começado a trabalhar em um novo livro de colagens inspirado em "Trenzinho caipira". A música de Heitor Villa-Lobos, com letra do poeta, é o tema de abertura da novela "A lei do amor".
POLÍTICA
O ministro da Cultura e ex-companheiro do antigo Partido Comunista, Roberto Freire (PPS-SP), compareceu ao velório para se despedir do amigo. Ele contou que os dois estreitaram relações durante a campanha presidencial de Freire em 1989, quando Gullar atuou como um dos interlocutores do antigo PCB com a classe artística. A política continuou sendo um ponto em comum entre os dois:
— Cada um por caminhos diversos, chegamos a uma coincidência muito grande da análise em relação ao que tinha acontecido com aquilo que nós acreditávamos ser um mundo novo, e sua derrota histórica. Coincidíamos também na análise da realidade brasileira — disse o ministro. — Era um intelectual com uma amplitude muito grande. O Brasil perdeu um grande homem, e eu perdi um amigo.
pp_amp_intext | /75894840/JA_E_NOTICIA_AMP_03
— Ele era o "último dos moicanos" até agora, até que apareça alguém que tenha o mesmo tipo de marca. Alguns poetas vêm e marcam presença. Os grandes ícones se transformam no que chamo de "poetas-marco": Drummond, Bandeira, Cecília, Jorge de Lima, João Cabral... — enumerou Proença Filho, que ainda elogiou a autenticidade e a coragem do colega — Ele não tem problema nenhum em rever suas opiniões, assumir posições diferenciadas, e de forma corajosa. São as duas marcas que eu aprendi a admirar nele desde que nos conhecemos.
A presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Helena Severo, elogiou a trajetória do artista, a quem chamou de um "poeta maior":
— Receber o Ferreira Gullar nesta casa é uma honra enorme. Esta casa é a casa dele, a casa dos livros e da memória nacional.
Últimas Notícias
Esporte
Seleção feminina inicia preparação para Copa de 2027 contra a Colômbia
Brasil / Mundo
Pablo Marçal admite que armou cena em ambulância após cadeirada
Entretenimento
Comediante cega sofre importunação sexual durante show em São Paulo
Esporte
CRB anuncia desligamento do executivo de futebol, Thiago Paes
Esporte
CBF realiza sorteio que define mandos de campo nos jogos das semifinais da Copa do Brasil
Vídeos mais vistos
TV JÁ É
Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano
Geral
Morte em churrascaria de Arapiraca
TV JÁ É
Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca
TV JÁ É
40 anos de Vieira Distribuidor
TV JÁ É