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Educação emocional e social transforma a perspectiva e o cotidiano de adolescentes de Arapiraca

Por Agência Alagoas 05/12/2016 12h12 - Atualizado em 05/12/2016 15h03
Foto: Ascom
Em uma das salas de reunião da Prefeitura de Arapiraca, 12 alunos do 6° e 7° ano das escolas de Ensino Fundamental Monsenhor José Soares, Tibúrcio Valeriano da Silva e Pedro Correia das Graças uniram-se para dialogar, numa conversa descontraída, sobre a importância de acolher o diverso, da autonomia emocional e da empatia – temas propostos pela Metodologia Liga Pela Paz.

A ação é fruto do programa de Educação Emocional e Social implantado na rede municipal de ensino, em parceria com a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), Prefeitura de Arapiraca e organização Inteligência Relacional.

Por que é tão importante olhar para o outro e entendê-lo como parte do universo de cada um, assim como acolhê-lo e aceitar as diferenças de ambos? Esta pergunta embasada no pensamento de Edgar Morin, sociólogo, filósofo francês e pensador que mais influencia a Liga Pela Paz, deu início à série de reflexões dos alunos, de início nervosos e tímidos, mas também felizes por terem a oportunidade de expressar suas emoções entre amigos e novas amizades.

“É importante respeitar a opinião do outro, porque você também quer que ele respeite a sua opinião. Todos nós pensamos de maneira diferente e não vejo a menor graça num mundo em que os pensamentos são todos iguais”, afirmou a estudante Vivian Pontes Araújo Santos, da Escola Pedro Correia.

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Letícia Kelly Félix dos Santos, aluna da Escola Tibúrcio Valeriano, completou: “As opiniões diversas muitas vezes resolvem os problemas, os pontos em comum delas. A gente não precisa ser igual para ser amigo de alguém”.

Daniel Goleman, autor do conhecido livro “Inteligência Emocional e do Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso”, define um sentimento muito importante para que haja o diálogo: a empatia, capacidade de perceber e sentir o que o outro está sentindo.

Indagados sobre as diferenças entre empatia e simpatia, os jovens chegaram à conclusão de que ser empático é um exercício necessário à construção de relações humanas.

“Empatia não é só perguntar como o outro se sente. Isso é simpatia ou até mesmo educação. Se ele disser que não está bem, por exemplo, a gente deve buscar maneiras de ajudá-lo ao ponto dele ficar melhor. Mas isso só é possível perceber se realmente sentirmos juntos”, pontuou Rikelli de Cássia dos Santos, estudante da Escola Monsenhor.

Esta empatia construída no ambiente escolar faz da instituição o lugar ideal para algo essencial na vida destes adolescentes: a construção do saber. Tanto quanto se colocar no lugar do outro, a busca pelo conhecimento e o gosto pelo aprendizado são fundamentais, segundo resposta unânime da garotada.

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Para Daniel Welisson Teodósio da Silva Lima, da Escola Monsenhor, é por meio do estudo que o aluno terá condições de ajudar os pais e também a garantir boas oportunidades de emprego. “Além do ensino, a escola nos dá nossos amigos. Quando estou nela, me sinto bem. Descobrimos coisas interessantes, que talvez só saberíamos anos depois e olhe lá”, disse o estudante Daniel, que quer ser professor de Ciências.

De acordo com o educador e um dos grandes nomes da Metodologia Liga Pela Paz, Rafael Bisquerra, as atitudes positivas diante da vida também dizem respeito à autonomia emocional – conjunto de características e elementos relacionados à gestão de si, incluindo autoestima, responsabilidade, capacidade de analisar criticamente as normas sociais, capacidade de buscar ajuda e autoeficácia emocional.

“A Liga Pela Paz tem nos ajudado a entender a nós mesmos e a nos relacionarmos com os nossos amigos e família. Eu sou uma pessoa fechada. Guardo meus sentimentos comigo, porque ainda não me sinto à vontade para falar sobre eles. Mas quando a gente os expressa é como se tirássemos um peso enorme das costas”, finaliza Nicoli Valentim dos Santos, da Escola Tibúrcio Valeriano.