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Envolvidos em estupro coletivo de adolescente no Rio são condenados a 15 anos de prisão

Por G1 21/02/2017 10h10 - Atualizado em 21/02/2017 14h02
Adolescente de 16 anos foi abusada sexualmente dentro de comunidade na Zona Oeste do Rio. - Foto: Gabriel de Paixa/Agência O Globo
Dois dos três acusados de participar do estupro de uma adolescente na Comunidade do Barão, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, foram condenados a 15 anos de prisão em regime fechado. O terceiro envolvido está foragido da Justiça. A informação foi divulgada nesta terça-feira (21) pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O caso ganhou repercussão internacional às vésperas da Rio 2016. Inicialmente, havia suspeita de que a vítima, então com 16 anos, havia sido abusada sexualmente por mais de 30 homens. A adolescente acabou sendo incluída no programa de proteção do governo.

Foram condenados os réus Raí de Souza e Raphael Assis Duarte Belo. A sentença, da 2ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá, foi determinada nesta segunda-feira (20) com base no artigo 217 do Código Penal (estupro de vulnerável) e no artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente).

 

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Raí de Souza admitiu à polícia ter sido o autor da gravação do vídeo que exibia a adolescente após abuso sexual (Foto: Daniel Silveira/G1)

À época das investigações, Raí admitiu ter gravado as imagens da adolescente, mas negou o estupro. Já Raphael tirou uma selfie com o rosto próximo à vagina da vítima. Apesar da imagem ter ganhado ampla repercussão, ele divulgou uma carta na qual negava envolvimento no crime e afirmava ter ajudado a vítima a voltar para casa.

 

Raí de Souza admitiu à polícia ter sido o autor da gravação do vídeo que exibia a adolescente após abuso sexual (Foto: Daniel Silveira/G1)

Vídeo gerou denúncia
Foi a partir de um vídeo publicado compartilhado nas redes sociais, em maior do ano passado, que a polícia passou a investigar o abuso sofrido pela adolescente. Nas imagens, a garota aparece nua e desacordada, com homens ao seu redor. Um deles dizia 'trinta passaram aqui', frase que levantou a suspeita de que o abuso tivesse sido cometido por mais de 30 pessoas.

A denúncia inicial foi feita ao Ministério Público do Rio de Janeiro por uma pessoa que procurou a ouvidoria do órgão. Ela levou o vídeo e fez prints das redes sociais que relatam o ocorrido.

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Localizada, a adolescente contou à polícia que tinha ido até a casa de um rapaz com quem se relacionava havia três anos. Ela disse se lembrar de estar a sós na casa dele, mas acordou no dia seguinte, dopada e nua, em uma outra casa na mesma comunidade, com 33 homens armados à sua volta.

Ao final das investigações, a Polícia Civil indiciou sete envolvidos no caso. Apenas três foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público. Raí de Souza foi apontado como autor da gravação e compartilhamento do vídeo. Raphael Duarte Belo também compartilhou as imagens. Moisés Camilo de Lucena, conhecido como Canário, que segundo a polícia é um dos traficantes do Morro da Barão, está foragido desde a conclusão do inquérito, quando foi decretada a sua prisão preventiva.