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Pai que estuprou filhas por 15 anos e engravidou uma delas é condenado

Por G1 16/03/2017 09h09 - Atualizado em 16/03/2017 12h12
TJ condenou o acusado de estuprar as filhas por 15 anos a 85 anos de prisão. - Foto: Jaru Notícia/Reprodução
Um agricultor de 60 anos de Theobroma (RO) foi condenado a 85 anos de prisão por ter estuprado as filhas, de 16 e 22 anos, durante 15 anos. Ele chegou a ter um filho-neto com a mais velha, e teria pago para o filho de 16 anos registrar a criança em seu nome para que o crime não fosse descoberto. O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) divulgou nesta quarta-feira (15) a sentença decretada pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Jaru (RO), depois dele ter sido preso em junho de 2016.

Conforme as investigações, todos os crimes foram cometidos a partir de 2001, quando o réu passou a manter as filhas, duas esposas e filhos em cárcere privado na propriedade rural em que moravam. As duas mulheres eram irmãs e com uma delas ele teve dois filhos e com a outra cinco, entre eles, duas meninas que eram constantemente violentadas sexualmente pelo pai.

Segundo o TJ-RO, o homem foi sentenciado pelos crimes de estupro de vulnerável, constrangimento e constrangimento ilegal, cárcere privado, tortura, supressão do registro de recém-nascido, corrupção de menor e posse ilegal de arma de fogo. A sentença foi julgada em 1ª instância e ainda cabe recurso, porém o acusado deve permanecer preso em regime fechado devido ao alto grau de periculosidade apresentado nos fatos.

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Com 37 páginas, a sentença descreve com extremo detalhe cada uma das ações cometidas pelo acusado. Segundo o processo, o réu tirou a virgindade das duas filhas quando elas tinham sete anos, a primeira em 2001 e da segunda em 2012. Em 2008, o processo descreve que o pai obrigava a filha de 16 anos a ir para o quarto dele e diante de graves ameaças de morte contra a família a estuprava, e em decorrência disto, a jovem ficou grávida do próprio pai.

Com o nascimento da criança, em julho de 2009, o acusado induziu um filho de 16 de anos a registrar o menino no nome dele para ocultar o crime. “Consta que o réu estuprou e engravidou sua filha e, para ocultar o crime, induziu o menor a registrar como sua a criança, oferecendo a ele a quantia de R$ 2 mil”, descreve o processo.

Segundo a sentença, o homem não assumiu o caso e disse que chegou a ver que a filha estava grávida, mas não sabia, não perguntou quem seria o pai e mesmo com o filho registrando em nome dele não tomou providências. Ele afirmou em juízo que não efetuou o pagamento ao filho para fazer o registro da criança, entretanto, o jovem afirmou que por medo e na intenção de ajudar a irmão aceitou registrar o sobrinho como se fosse filho dele.

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De acordo com o TJ, o réu coagia a todos dentro da casa para não comentarem sobre os abusos. A mãe da adolescente disse em juízo que o réu sempre dizia estar ansioso para que as meninas completassem sete anos, mas não sabia o motivo. “Necessário destacar que a companheira do réu, afirmava que não via a hora das meninas fazerem sete anos, mas não sabia da finalidade, acreditava que era para começar os abusos e não sabe se ele mexia com elas antes desta idade”, menciona a sentença.

O processo ainda apurou que com a outra filha, o homem a partir de 2007 se deslocava até o quarto dela ou a levava para um matagal e praticava os abusos sexuais. “Afirma que os abusos começaram quando tinha sete anos, o réu falava que era normal, que todos os pais faziam isso com as meninas e ela acreditava, mas quando foi ficando maior viu que isso era mentira. O acusado fez a vítima passar sua infância acreditando que as barbáries que ela sofria era normal”, detalha o processo.

Conforme o TJ, entre os anos de 2001 a 2016, o pai torturou as filhas por diversas vezes, em alguns dos casos uma delas era agredida com socos e chutes, e a outra chegava a ser amarrada antes de ser agredida com o objetivo de castigá-las por terem ido à escola, para que não contassem sobre os estupros ou para tomarem anticoncepcional para evitar gravidez.

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Além disto, o acusado ainda torturava as duas esposas, com quem convive há mais de 25 anos e as ameaçava caso contassem sobre tudo o que ele fazia com eles.

Na decisão, o juiz fixou a pena de 37 anos e um mês de reclusão pelos crimes cometidos contra a filha com que o réu teve um filho-neto e 37 anos, quatro meses e cinco dias de reclusão o aos crimes cometidos contra a segunda filha. Pelos crimes cometidos nas duas mulheres, o homem foi condenado em três e nove meses de reclusão cada. Além de um ano de reclusão pela corrupção do filho em registrar a criança e um ano de detenção e 10 dias-multa pela posse ilegal de armas de fogo. No total, a sentença final foi de 85 anos e cinco dias de reclusão em regime fechado, um ano de detenção e 10 dias-multa.

O caso
O agricultor foi preso no dia 27 de junho de 2016 suspeita de estupro contra a filha. De acordo com a Polícia Militar (PM), a prisão ocorreu após uma denúncia anônima ao Conselho Tutelar e o homem negou as acusações durante depoimento.

Na época o delegado responsável, Salomão de Matos, relatou que há sete anos o Conselho Tutelar recebeu a denúncia de que o homem teria estuprado e engravidado a própria filha, que na época tinha 16 anos.

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Outra denúncia foi feita em 2016, de que ele estaria mantendo relações sexuais com outra filha mais nova, de 16 anos. Os conselheiros foram até a escola onde a jovem estuda e ela confirmou os abusos, que levou a prisão.