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Estado soma 28 casos suspeitos de envolvimento de jovens com a 'Baleia Azul'

Por Gazeta web 07/07/2017 17h05 - Atualizado em 08/07/2017 12h12
Foto: Divulgação
O isolamento, as roupas com mangas longas - para esconder os cortes nos braços - e a tristeza 'sem fim' são características em crianças e adolescentes que se arriscam nas fases do desafio do jogo Baleia Azul. A última fase é o suicídio. Em Alagoas, o número de denúncias de jovens que estão participando do jogo vem aumentando. Nos últimos dois meses, a Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev) registrou 28 casos que ocorreram na capital e no interior do estado.

De acordo com o gerente da Política da Criança e do Adolescente da Seprev, Valdomiro Pontes, do total de casos registrados, 16 aconteceram em Maceió e 12 em outros seis municípios de Alagoas. "Recentemente estamos recebendo várias denúncias de crianças e adolescentes suspeitos de envolvimento no jogo que incentiva a automutilação e o suicídio", relatou.

Apenas em Passo de Camaragibe, localizado no Litoral Norte do Estado, sete casos foram registrados pela prefeitura. "Conselheiros tutelares, diretores escolares e até a prefeita procurou a secretaria pedindo orientação", apontou Valdomiro Pontes.

Os números registrados nos conselhos tutelares assustam. Foram sete casos suspeitos no bairro do Benedito Bentes, um no bairro do Jardim Petrópolis, um na Chã da Jaqueira e sete ocorrências em uma escola estadual no bairro do Jacintinho, em Maceió. O jogo também chegou aos municípios de Traipu, Girau do Ponciano, Barra de Santo Antônio, Palmeira dos Índios e Rio Largo - cada um com um caso suspeito.

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O procedimento para ofertar ajuda às vítimas ainda é recente. O conselheiro tutelar Antônio Vieira, da 4º Região, recebeu uma declaração de suicídio por meio das redes sociais. "Uma jovem de 13 anos me mandou mensagens e fotos prestes a cometer a própria morte. Imediatamente, fui à casa da vítima, orientei a família e pude evitar essa tragédia", relatou.

Os pais ouvidos pela reportagem - que pediram para não ser identificados -, apresentam-se como "presentes" na relação que mantêm com os filhos. Segundo eles, a inserção das crianças no jogo se deu por curiosidade e não por problemas relacionados à convivência familiar.

"No caso da minha filha, ela recebeu um link por meio de um aplicativo de celular, clicou e, então, começou a participar desta situação lamentável. Não percebemos nada até o dia que descobrimos que ela tentou se matar. Agora, estamos dando todo o apoio", expressou uma mãe.