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Professora usa lanterna de celular para dar aulas em escola pública sem energia no AP

Por G1 Alagoas 27/08/2017 16h04 - Atualizado em 27/08/2017 20h08
Professora usa lanterna de próprio celular para dar aula em escola pública sem energia. - Foto: Moroni Guimarães/Arquivo Pessoal
A falta de energia elétrica no horário noturno dificulta as aulas na Escola Estadual Evilásio Pedro de Lima Ferreira, localizada na comunidade de Maracá, em Mazagão, a 32 quilômetros de Macapá. A cena de uma professora usando a lanterna do próprio celular para ensinar os estudantes, em uma aula de inglês, chamou a atenção do professor Moroni Guimarães, que fez uma denúncia sobre a situação ao Ministério Público do Estado.

O governo do Amapá informou que vai avaliar a situação da falta de energia e se pronunciará sobre o assunto.

Segundo o professor, a imagem foi registrada na noite de quarta-feira (23), por volta das 19h, quando a professora usou o telefone para ajudar os estudantes durante uma atividade, que foi interrompida quando a bateria do aparelho descarregou. Ele completa que a situação da falta de energia na comunidade é constante.

“Essa situação tem ocorrido desde domingo [20] e quando vi essa cena lamentável, da professora usando a lanterna do próprio celular para dar aula em uma turma do segundo ano do ensino médio, resolvi fazer a denúncia. Ficamos sem energia o dia todo e só chega depois das 20h, prejudicando as aulas da tarde e noite”, disse.

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Segundo Moroni, a escola atende a mais de 500 estudantes, nos turnos da tarde e noite, mas devido à falta de energia elétrica, os alunos são dispensados mais cedo. Há dias em que o fornecimento só retorna para as residências após às 2h, ressaltou o professor.

Ele ressalta que além da falta de energia, a escola passa por problemas em fornecimento de merenda, carência de profissionais e estrutura inadequada para as aulas e a falta de estrutura para receber aulas de educação física.

“Desde o ano passado o gerador da escola não funciona e por isso as aulas iniciam às 13h e encerram as 16h. A tarde é muito quente e não tem merenda na escola, por isso as turmas são dispensadas. Outro ponto crítico é que não há um espaço adequado para as aulas de educação física. Improvisamos em outros locais, como centros comunitários”, disse Moroni.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seed) informou que a escola se encontra inadimplente quanto às prestações de contas dos repasses da merenda, tanto do Governo Federal quanto do estadual, o que impede o envio de novos recursos para o caixa escolar. O último repasse feito pela Seed foi em fevereiro deste ano, cuja prestação de contas ainda não foi apresentada pela direção da instituição.

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"A secretaria, através de seu Núcleo de Prestação de Contas (Nuprec), já notificou a direção escolar para apresentar os documentos necessários para a liberação do caixa escolar e, consequentemente, recebimento dos recursos. Por fim, reitera seu compromisso com a qualidade de aprendizagem dos estudantes da rede estadual de ensino do Amapá", completou a nota.

A falta de energia na região da comunidade do Maracá é alvo de reclamação dos moradores desde setembro de 2016, quando fizeram protestos, bloqueando a ponte que dá acesso ao Sul do estado, na BR-156. Na época, eles informaram que o problema teria sido provocado pela falta de óleo diesel para o gerador de energia da localidade.

“Vai fazer um ano que a comunidade protestou sobre esta situação da falta de energia elétrica e o problema continua. Houve uma redução na distribuição do combustível para o gerador que funcionava 24 horas”, lamentou o professor.