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Em Alagoas, 71% das famílias dizem ‘não’ à doação de órgãos

Por Maikel Marques/Gazetaweb 07/09/2017 15h03 - Atualizado em 07/09/2017 18h06
Foto: Ilustração
A média de transplantes de órgãos saltou de 7,5 por mês (2016) para 9,26 (em 2017) em Alagoas, mas poderia ser maior se o índice de recusa familiar sobre a possibilidade de doação de córneas, rins e corações não fosse de 71%, de acordo com levantamento feito pela Central de Transplantes de Alagoas.

“O índice é muito alto. Para tentar revertê-lo, é preciso que se informe aos familiares, ainda em vida, sobre o desejo de doar os órgãos que tenham condições de recepção por outras pessoas”, diz Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas.

Em 2016, foram realizados 90 transplantes em Alagoas, sendo 82 de córnea, dois de coração e seis de rim. De janeiro a agosto deste ano, foram 77 transplantes, dos quais 65 de córnea, dois de coração e 10 de rim. Apesar da elevação da média, 407 pessoas esperam por um órgão em Alagoas.

“Cento e quarenta e sete pessoas esperam pela doação de córneas, 259 precisam de rins e um aguarda um novo coração”, informou Daniela Ramos. A fila de espera, portanto, poderia ser menor se 71% dos familiares não tivessem negado autorização para retirada e consequente transplante de órgãos como rim, coração e córnea.

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Para o transplantado José Milson, de 63 anos, e que recebeu novos rins quatro anos atrás, é preciso muito mais sensibilidade da população para com a possibilidade de doação de órgãos de familiares. “O índice de recusa do Brasil é de 43%. Em Alagoas, o índice de 71% é muito alto e precisa ser reduzido”, comentou.

Dados de uma pesquisa espanhola mostram que, na Espanha, os transplantes são facilitados porque 93% das famílias têm consciência de que seus familiares são doadores. “É preciso dialogar sempre sobre a intenção de doação. A família precisa saber das intenções de seus integrantes”, reforça Daniela Ramos.