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Presidente da Catalunha diz rejeitar decisão do governo espanhol de tirá-lo do poder

Por G1 21/10/2017 17h05 - Atualizado em 21/10/2017 20h08
Foto: G1
O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, disse neste sábado (21) que não vai aceitar a decisão do governo central da Espanha de tirá-lo do poder e assumir o controle da região. Ele também classificou a decisão do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, de "pior ataque" à Catalunha desde a ditadura de Francisco Franco.

O líder regional discursou depois de o Conselho de Ministros da Espanha ter definido, em reunião extraordinária, pela destituição de Puidgemont e também por eleições regionais na Catalunha em um prazo de seis meses. Essas medidas ainda precisam de aprovação do Senado.

A intervenção do governo central em uma região está prevista no artigo 155 da Constituição espanhola, mas é algo inédito no país.
Em seu pronunciamento deste sábado, Puigdemont convocou o parlamento da Catalunha a se reunir nos próximos dias. "Peço ao parlamento que se encontre em uma sessão plenária durante a qual nós, os representantes da soberania dos cidadãos,

poderemos decidir sobre essa tentativa de liquidar nosso governo, nossa democracia e, em consequência, nossas ações", declarou.
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"Não podemos aceitar este ataque", afirmou o líder catalão, para quem o executivo espanhol que "humilhar" a Catalunha. Para Puidgemont, o governo espanhol "está fora do estado de direito".
Mais cedo, a presidente do Parlamento catalão, Carme Forcadell, havia acusado Rajoy de querer promover um "golpe de Estado de fato" e de cometer um "ataque à democracia".

Decisão será no Senado

O Senado espanhol precisa criar uma comissão para debater as medidas proposta pelo governo neste sábado, que nunca foram aplicadas anteriormente. Segundo uma porta-voz da Casa Legislativa, a comissão provavelmente se reunirá no dia 23 de outubro.

Em seguida, o líder da Catalunha terá uma oportunidade de responder. O Senado inteiro, onde o governista Partido Popular (PP) tem maioria, votaria sobre as medidas no dia 27 de outubro.
Madri vai aplicar o artigo 155 da Constituição depois do prazo dado para que o presidente do governo regional da Catalunha esclarecesse se realmente declarou a independência da região durante a sessão plenária, no último dia 10.

A ativação do artigo 155 representa um movimento sem precedentes desde que a Espanha retomou a democracia, na década de 1970. Se a medida prosperar, a suspensão da autonomia não é automática, pois depende da aprovação do Parlamento, o que pode acontecer até o fim da próxima semana.