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Febre amarela: risco de Aedes aegypti transmitir é baixo, dizem especialistas
O último caso de febre amarela urbana no Brasil foi registrado há mais de 70 anos. Os repórteres Fabiano Villela e César Menezes mostram por que o risco de transmissão da doença nas cidades é baixo.
A história da febre amarela no Brasil começou no século XVII, do outro lado do Oceano Atlântico. O vírus e o transmissor, o Aedes aegypti, vieram de carona nos navios que traziam escravos. A África já convivia com a doença e a mesma coisa aconteceu no Brasil. Graves epidemias provocaram mortes no litoral brasileiro.
A febre amarela se alastrou, sem combate, durante três séculos. E uma das cidades mais afetadas foi a capital da época, o Rio de Janeiro. Até que, em 1903, o governo pediu ao sanitarista Osvaldo Cruz um plano de erradicação do Aedes aegypti, único mosquito que transmite o vírus nas áreas urbanas.
Osvaldo Cruz tornou a vacinação obrigatória e criou brigadas mata-mosquito que podiam invadir e até derrubar casas para acabar com os criadouros. Deu certo.
A última grande epidemia que o Rio de Janeiro enfrentou foi em 1929 e o último caso de febre amarela urbana no Brasil foi registrado em 1942, na cidade de Sena Madureira, no Acre.
O mosquito que veio da África foi exterminado, mas o vírus não. Ele sumiu das cidades, mas sobreviveu nas florestas, conseguiu se adaptar a dois mosquitos silvestres - o Haemagogus e o Sabethes - que se alimentam do sangue dos macacos. Só que essa história teve mais um capítulo: na década de 70 o Aedes aegypti reapareceu. Não mais o africano, desta vez, foi o asiático que chegou no Brasil de carona em navios que transportavam cargas.
Mesmo assim, nunca mais tivemos febre amarela urbana no Brasil.
O pesquisador Renato Pereira de Souza explica o porquê. As campanhas de vacinação funcionam, a quantidade de mosquitos é grande - mas menor do que no passado - e o Aedes aegypti asiático não tem a mesma capacidade de espalhar o vírus. "Tem essa percepção porque a febre amarela, apesar de todo o contato íntimo de circulação humana entre a África e a Ásia nunca foi introduzida na Ásia - e há evidencias de laboratório de que o vírus cresce menos nesses mosquitos. Agora a efetividade da transmissão deles ainda é inquestionável - eles podem realmente ser um vetor", destaca o pesquisador do Instituto Adolfo Lutz.
Por causa da grande quantidade de florestas, a Região Norte é endêmica para febre amarela, como mostra o repórter Fabiano Villela.
Autoridades de saúde e cientistas estão sempre de olho nos mosquitos. Uma pesquisa feita pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, junto com a Fundação Oswaldo Cruz, do Rio, e o Instituto Pasteur, da França, mostram que o Aedes aegypti pode transmitir a febre amarela, embora o risco de infecção seja menor em relação a outros vírus.
Para o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos, é pouco provável que o Aedes aegypti provoque uma epidemia de febre amarela nas áreas urbanas: "Os índices de infestação são baixos, e geralmente evitam a transmissão urbana da febre amarela, mas não impedem a transmissão da dengue, da zika e do chikungunya. E aí você pode perguntar ?por que isso??. Porque o vírus da dengue, da zika e da chikungunya se replicam, eles se reproduzem muito mais facilmente nas células do Aedes aegypti do que o vírus da febre amarela, e isso se deve porque os receptores das células do Aedes aegypti não gostam muito dos antígenos dos vírus da febre amarela, os antígenos do vírus, que é que faz a ligação, e prefere o do dengue, do zika e do chikungunya".
A história da febre amarela no Brasil começou no século XVII, do outro lado do Oceano Atlântico. O vírus e o transmissor, o Aedes aegypti, vieram de carona nos navios que traziam escravos. A África já convivia com a doença e a mesma coisa aconteceu no Brasil. Graves epidemias provocaram mortes no litoral brasileiro.
A febre amarela se alastrou, sem combate, durante três séculos. E uma das cidades mais afetadas foi a capital da época, o Rio de Janeiro. Até que, em 1903, o governo pediu ao sanitarista Osvaldo Cruz um plano de erradicação do Aedes aegypti, único mosquito que transmite o vírus nas áreas urbanas.
Osvaldo Cruz tornou a vacinação obrigatória e criou brigadas mata-mosquito que podiam invadir e até derrubar casas para acabar com os criadouros. Deu certo.
A última grande epidemia que o Rio de Janeiro enfrentou foi em 1929 e o último caso de febre amarela urbana no Brasil foi registrado em 1942, na cidade de Sena Madureira, no Acre.
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Mesmo assim, nunca mais tivemos febre amarela urbana no Brasil.
O pesquisador Renato Pereira de Souza explica o porquê. As campanhas de vacinação funcionam, a quantidade de mosquitos é grande - mas menor do que no passado - e o Aedes aegypti asiático não tem a mesma capacidade de espalhar o vírus. "Tem essa percepção porque a febre amarela, apesar de todo o contato íntimo de circulação humana entre a África e a Ásia nunca foi introduzida na Ásia - e há evidencias de laboratório de que o vírus cresce menos nesses mosquitos. Agora a efetividade da transmissão deles ainda é inquestionável - eles podem realmente ser um vetor", destaca o pesquisador do Instituto Adolfo Lutz.
Por causa da grande quantidade de florestas, a Região Norte é endêmica para febre amarela, como mostra o repórter Fabiano Villela.
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Para o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos, é pouco provável que o Aedes aegypti provoque uma epidemia de febre amarela nas áreas urbanas: "Os índices de infestação são baixos, e geralmente evitam a transmissão urbana da febre amarela, mas não impedem a transmissão da dengue, da zika e do chikungunya. E aí você pode perguntar ?por que isso??. Porque o vírus da dengue, da zika e da chikungunya se replicam, eles se reproduzem muito mais facilmente nas células do Aedes aegypti do que o vírus da febre amarela, e isso se deve porque os receptores das células do Aedes aegypti não gostam muito dos antígenos dos vírus da febre amarela, os antígenos do vírus, que é que faz a ligação, e prefere o do dengue, do zika e do chikungunya".
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