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Defensoria vai pedir à Justiça que nova empresa corrija as provas da Uncisal

Por Assessoria 08/02/2018 14h02 - Atualizado em 08/02/2018 17h05
Foto: Divulgação
A Defensoria Pública Estadual de Alagoas (DPE/AL) vai entrar com uma ação civil para pedir à Justiça que determine uma nova correção - por parte de outra empresa - das provas do vestibular da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal).

A nova demanda judicial surge após tumulto envolvendo a divulgação de duas listas diferentes de candidatos aprovados. O órgão não descarta a possibilidade de pedir a anulação do vestibular da universidade.

Por telefone, o defensor público Djalma Mascarenhas, do núcleo de Defesa dos Direitos Coletivos e Humanos, explicou que qualquer resultado emitido pela atual empresa, o Instituto AOCP, põe em xeque sua credibilidade. "A dúvida foi lançada e a quebra de credibilidade já aconteceu".

O defensor afirma que está preparando a ação e que vai tentar impetrá-la ainda nesta quinta, de forma que o problema seja solucionado o mais breve possível. "É necessário que uma nova análise seja feita, mas não pela empresa atual, e sim, por outra, a fim de que haja uma recorreção, uma espécie de auditoria no resultado das provas".

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Além disso, o defensor vai pedir a suspensão do restante do pagamento destinado à AOCP, de forma que o recurso seja destinado à contratação da outra empresa. A ação ainda pedirá que a Justiça determine a criação de uma comissão de pais de alunos, visando acompanhar todo o processo.

Questionado sobre a possibilidade de um pedido de anulação do vestibular, o defensor público pondera: "Vai depender do resultado da análise feita nas provas já corrigidas. Se o erro for apenas formal, não pediremos. Porém, havendo equívocos mais graves, a solicitação será inevitável".

O CASO

A confusão em torno do resultado do vestibular da Uncisal começou no dia 19 de janeiro, quando os nomes dos aprovados foram divulgados com várias horas de atraso. No dia 22, o primeiro resultado foi cancelado após o instituto AOCP, responsável pela divulgação, detectar erros nos cálculos das notas. Com um novo resultado, dezenas de alunos que haviam tido os nomes divulgados como aprovados na primeira lista não estavam mais na segunda.

O Ministério Público Estadual (MPE) também deve atuar no caso. Nessa terça (6), o diretor do Instituto AOCP, Wesley Fernando Faria, declarou, durante audiência no órgão, que a segunda lista de aprovados é confiável e que corresponde ao resultado real do certame. Ele foi ouvido pela primeira vez, reconhecendo que houve erro na correção das provas e que todas as medidas foram tomadas para contornar o fato.

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O promotor de justiça Sidrack do Nascimento, da 20ª Promotoria da Capital, afirmou que a audiência serviu para esclarecer algumas dúvidas e que analisará todos os dados apresentados, até agora, pelo Instituto AOCP e pela Uncisal.

"Estamos aqui para agir com a cautela que a situação pede. O que desejamos é averiguar a lisura de todo o processo. Para isso, ouvimos os envolvidos e, agora, entraremos na fase de análise de provas. Também foi dado um prazo para a empresa apresentar alguns documentos. Só depois, saberemos quais procedimentos poderemos adotar", afirmou.

A assessoria de imprensa informou que a Uncisal ainda não recebeu nenhuma notificação sobre esta ação da Defensoria