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Alagoas tem o 2º maior nº de mortes de LGBT do país no primeiro trimestre de 2018
Alagoas registrou 9 mortes de LGBT no primeiro trimestre de 2018, empatado com o estado do Ceará como o mais violento para essa parcela da população no Nordeste. Os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB) e foram divulgados no sábado (14).
Mães de jovens homossexuais e trans acreditam que essa violência é provocada pelo preconceito, resultado da falta de conhecimento da população e das famílias sobre o tema.
O levantamento do GGB, feito com base em informações passadas pelos Grupos Gays de todo o país, leva em conta as ocorrências registradas do mês de janeiro até o dia 10 de abril. Segundo o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), do total de mortes, 3 foram suicídio e as outras 6, homicídios.
O mais recente foi o de Marcos Douglas de Oliveira Santos, assassinado a tiros em março, no bairro do Vergel, em Maceió. A polícia não confirma que o crime tenha relação com sua orientação sexual.
O levantamento do GGB mostra também que dentro do Nordeste, Sergipe teve o menor índice da região, com apenas um caso. Em todo o país, São Paulo foi o mais violento para a população LGBT no período, com 19 casos.
Frequentemente, essas ocorrências são relacionadas ao preconceito e à falta de respeito. E para combater isso e se fortalecerem juntos, um grupo de jovens LGBT e algumas de suas mães se reuniram neste domingo (15) na Praça do Centenário, no bairro do Farol, em Maceió.
“Juntamos o pessoal pelas redes sociais, LGBT e simpatizantes. Nosso objetivo aqui foi juntar esse público para compartilhar experiências, colher informações, e mais importante, fortalecer um ao outro. Eu acho absurda essa violência. O mundo não era para ser assim. Era para aprendermos a respeitar cada um como é. Temos que ter respeito”, afirma o organizador do evento, Isaac Victor, um jovem trans de 15 anos.
O próprio Isaac sabe como é sofrer com a falta de respeito. A mãe dele, a diarista Rosemary Bernardo de Oliveira Santos, conta que uma professora se recusou a chamá-lo pelo nome social.
“Meu filho sofre muito preconceito por causa do nome social, principalmente na escola, tanto por causa de outros estudantes como dos próprios funcionários. Uma professora disse pra gente certa vez que, ‘não aceito e pronto. Fui criada assim. Se ela (se referindo ao Isaac) quiser assistir à minha aula, tem que ser do meu jeito’. Isso porque na caderneta constava o nome de registro do meu filho, e não o social”, relata Rosemary.
A mãe do jovem conta ainda que ela própria precisou buscar informação e entender o próprio filho quando ele se revelou trans.
“Ele sempre se mostrou uma criança diferente, gostando de brincadeiras masculinas. Eu não sabia o que era transgênero, achei que fosse uma fase. Um certo dia, já perto dos 11 anos de idade, ele chegou na frente do espelho, colocou as mãos nos seios e disse, ‘mãe, você já sentiu alguma vez como se não estivesse dentro do seu próprio corpo?’, e correu para o quarto. Só depois disso comecei a entender melhor o que estava acontecendo”, conta a diarista.
Ela continua contando que, “meu filho sempre fala, ‘eu prefiro me machucar do que machucar as outras pessoas’ e ‘por conta da porcaria de um nome, eu não existo. A sociedade não me aceita’. Para mim, como mãe, é difícil escutar uma coisa dessas, porque eu acabo sofrendo junto”.
Rosemary abraçou a luta de seu filho por respeito, e acabou encontrando apoio no coletivo “Mães pela Diversidade”, recém-chegado a Alagoas e que conta com 10 participantes no estado. Algumas estiveram presentes no encontro desse domingo.
“Quando meu filho se entendeu trans, eu entendi meu papel como mãe de trans. Eu conheci o grupo através da novela [A Força do Querer, da TV Globo]. No nosso grupo, tem filhos que participam porque as mães não querem participar. Esses meninos e meninas precisam de apoio, já que passam por preconceito na rua, agressão na escola, e não têm mães que os defendam”, diz a professora Adriana Lourenço, mãe de um jovem trans de 18 anos e coordenadora do movimento.
O “Mães pela Diversidade” está presente em 26 estados. No Nordeste, são cinco, com Alagoas sendo o mais recente.
“Preconceito é falta de conhecimento. A violência começa dentro de casa. O movimento começou em São Paulo, com uma mãe de um jovem LGBT que sofreu violência, e hoje trabalha no acolhimento de famílias. Estamos todas lutando por nosso filhos, para que não virem estatística. É um trabalho que anda devagar, mas anda”, explica Gi Carvalho, coordenadora de Pernambuco do grupo.
Mães de jovens homossexuais e trans acreditam que essa violência é provocada pelo preconceito, resultado da falta de conhecimento da população e das famílias sobre o tema.
O levantamento do GGB, feito com base em informações passadas pelos Grupos Gays de todo o país, leva em conta as ocorrências registradas do mês de janeiro até o dia 10 de abril. Segundo o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), do total de mortes, 3 foram suicídio e as outras 6, homicídios.
O mais recente foi o de Marcos Douglas de Oliveira Santos, assassinado a tiros em março, no bairro do Vergel, em Maceió. A polícia não confirma que o crime tenha relação com sua orientação sexual.
O levantamento do GGB mostra também que dentro do Nordeste, Sergipe teve o menor índice da região, com apenas um caso. Em todo o país, São Paulo foi o mais violento para a população LGBT no período, com 19 casos.
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“Juntamos o pessoal pelas redes sociais, LGBT e simpatizantes. Nosso objetivo aqui foi juntar esse público para compartilhar experiências, colher informações, e mais importante, fortalecer um ao outro. Eu acho absurda essa violência. O mundo não era para ser assim. Era para aprendermos a respeitar cada um como é. Temos que ter respeito”, afirma o organizador do evento, Isaac Victor, um jovem trans de 15 anos.
O próprio Isaac sabe como é sofrer com a falta de respeito. A mãe dele, a diarista Rosemary Bernardo de Oliveira Santos, conta que uma professora se recusou a chamá-lo pelo nome social.
“Meu filho sofre muito preconceito por causa do nome social, principalmente na escola, tanto por causa de outros estudantes como dos próprios funcionários. Uma professora disse pra gente certa vez que, ‘não aceito e pronto. Fui criada assim. Se ela (se referindo ao Isaac) quiser assistir à minha aula, tem que ser do meu jeito’. Isso porque na caderneta constava o nome de registro do meu filho, e não o social”, relata Rosemary.
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“Ele sempre se mostrou uma criança diferente, gostando de brincadeiras masculinas. Eu não sabia o que era transgênero, achei que fosse uma fase. Um certo dia, já perto dos 11 anos de idade, ele chegou na frente do espelho, colocou as mãos nos seios e disse, ‘mãe, você já sentiu alguma vez como se não estivesse dentro do seu próprio corpo?’, e correu para o quarto. Só depois disso comecei a entender melhor o que estava acontecendo”, conta a diarista.
Ela continua contando que, “meu filho sempre fala, ‘eu prefiro me machucar do que machucar as outras pessoas’ e ‘por conta da porcaria de um nome, eu não existo. A sociedade não me aceita’. Para mim, como mãe, é difícil escutar uma coisa dessas, porque eu acabo sofrendo junto”.
Rosemary abraçou a luta de seu filho por respeito, e acabou encontrando apoio no coletivo “Mães pela Diversidade”, recém-chegado a Alagoas e que conta com 10 participantes no estado. Algumas estiveram presentes no encontro desse domingo.
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O “Mães pela Diversidade” está presente em 26 estados. No Nordeste, são cinco, com Alagoas sendo o mais recente.
“Preconceito é falta de conhecimento. A violência começa dentro de casa. O movimento começou em São Paulo, com uma mãe de um jovem LGBT que sofreu violência, e hoje trabalha no acolhimento de famílias. Estamos todas lutando por nosso filhos, para que não virem estatística. É um trabalho que anda devagar, mas anda”, explica Gi Carvalho, coordenadora de Pernambuco do grupo.
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