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Agricultor produz biogás com fezes de porco

Por Tribuna Independente 09/06/2018 16h04 - Atualizado em 09/06/2018 19h07
Foto: Davi Salsa
Em tempos de greve de caminhoneiros e constantes aumentos de combustíveis e do gás de cozinha, um agricultor da cidade de Coité do Nóia, no Agreste de Alagoas, decidiu criar um biodigestor com a utilização de fezes de porco.

Casado e pais de três filhos, José Costa Albuquerque, de 39 anos, tem uma criação de suínos em sua propriedade rural, localizada na periferia da cidade.

Devido à grande quantidade de dejetos produzidos pelos animais, o agricultor teve a ideia de criar o biodigestor para transformar as fezes dos porcos em gás de cozinha.

No sistema usado pelo camponês, o esterco é colocado em uma caixa com capacidade de armazenar seis mil litros de dejetos.

José Costa revela que construiu o biodigestor com o apoio de um especialista, após orientação de um amigo.

No quintal da casa ele cavou um buraco com mais de um metro e meio de profundidade e 1,20 cm de diâmetro.

Dentro do espaço foi erguido o tanque principal com cimento, uma placa de metal e areia.

O biodigestor tem dois reservatórios para o abastecimento, onde serão colocados esterco e água, e o de descarga, num nível mais baixo do que o de entrada dos dejetos, por onde sai o biofertilizante.

No tanque principal, a caixa armazena o biogás que segue direto por um cano até a cozinha da residência.

O agricultor explica que no sistema também foram instalados filtros com canos PVC.
Todo o processo de fermentação das fezes e dejetos dura alguns dias. Os resíduos orgânicos produzem bactérias e, em seguida, é gerado o gás metano.

José Costa diz que o gás produzido em sua propriedade rural é limpo e não tem odor.

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Um passo importante na construção do biodigestor foi a instalação de tubos até a parte interna da residência.

Na cozinha, o gás está interligado com o fogão para a família cozinhar os alimentos.

Da boca do fogão sai um fogo azul, uma chama forte, sem cheiro e sem o uso do botijão de GLP.

Para a construção de todo o sistema, em sua propriedade rural, José Costa explica que investiu cerca de R$ 2 mil.

O camponês lembra que, na semana em que aconteceu a greve dos caminhoneiros, o botijão de gás de 13 quilos chegou a ser vendido até R$ 80.

“Agora, com a criação do biodigestor, não tenho mais esse problema. Minha família está economizando dinheiro e tem gás a hora que precisar”, afirma.

Além de produzir gás de cozinha, o biodigestor ajuda na limpeza da pocilga e na preservação do meio ambiente.

Devido ao sucesso na produção do biogás, José Costa revela que seu próximo projeto será a compra de um gerador para transformar o gás metano em energia elétrica.

Atualmente, o agricultor tem uma criação com 23 suínos. Ele esclarece que as fezes dos animais já produzem o gás metano em sua pequena propriedade rural.

“Meu próximo passo será aumentar a granja, adquirir um gerador e produzir energia elétrica com o gás para uso doméstico e também das atividades na fazenda”, completou o camponês.