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Procuradora do Trabalho diz que cada vez mais crianças estão trabalhando em Alagoas

Por Redação com CadaMinuto 11/06/2018 14h02 - Atualizado em 11/06/2018 17h05
Virgínia Ferreira afirmou que o Brasil vive um “retrocesso” no combate ao trabalho infantil - Foto: Lisa Gabriela/CadaMinuto
Durante a apresentação da campanha nacional "Não leve na brincadeira. Diga não ao trabalho infantil", na manhã desta segunda-feira (11), no Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT/AL), em Maceió, a procuradora Virgínia Ferreira afirmou que o Brasil vive um “retrocesso” quando se fala em trabalho infantil e que os dados divulgados pelo governo federal em 2016 estão sendo contestados, já que eles estão mascarando a realidade.

A procuradora do trabalho informou que na pesquisa do Pnad 2016 havia 31 mil crianças e adolescentes trabalhando em Alagoas, entretanto, segundo ela, houve uma alteração da sistemática de identificação de crianças trabalhadoras.

“Foram desconsideradas as crianças que estavam trabalhando para consumo próprio e eles tiveram um decréscimo no número de crianças no trabalho infantil, tirando da conta que as crianças que efetivamente são crianças trabalhadoras”, explicou.

Porém, Virgínia disse que os dados estão sendo contestados pelo Ministério Público do Trabalho e pela organização internacional do trabalho. “Nós estamos questionando o Governo Federal o motivo da mudança de metodologia que está mascarando uma realidade, já que vemos aumentar o número de crianças trabalhando”, destacou.

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A procuradora também ressaltou que a prática do trabalho infantil é inaceitável e que o governo federal se comprometeu em acabar com o trabalho infantil até 2025. “Sabemos que o desemprego está imenso e as famílias terminam levando os filhos para trabalhar nas ruas, e hoje os trabalhadores infantis fazem carregos nas feiras, vendendo produtos nas ruas”, apontou.

Mesmo com essa meta que o governo pretende alcançar, Virgínia disse que acredita que não vai ser possível, visto que é visível o retrocesso. “Cada vez mais crianças nas ruas e a sociedade precisa ter consciência de que ela tem um papel fundamental nessa problemática e fazer sua parte que é não consumir o que as crianças vendem, não explorar as crianças e não utilizá-las como mão-de-obra”, ressaltou.